Pela Liderança durante a 136ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à manutenção dos vetos presidenciais a projetos; e outro assunto.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Críticas à manutenção dos vetos presidenciais a projetos; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 22/08/2013 - Página 55984
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, DETERMINAÇÃO, CONGRESSISTA, MANUTENÇÃO, VETO (VET), PROJETO DE LEI, RESULTADO, EXCESSO, INTERFERENCIA, LEGISLATIVO.
  • CRITICA, ATUAÇÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, CONTRATAÇÃO, MEDICO, PAIS ESTRANGEIRO, ALEMANHA, OBJETIVO, EXERCICIO PROFISSIONAL, LOCAL, ESTADO DO PARA (PA).

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB-PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, primeiro quero dizer da minha satisfação de poder falar novamente com V. Exª dirigindo os trabalhos desta tarde.

            Vou falar hoje, Presidente, da minha decepção no dia de ontem. Acho que ontem nós passamos por um dia triste neste Senado, neste Congresso Nacional. Eu quero dizer que fui para minha residência indignado com o que vi aqui no Congresso Nacional. Aliás, retirei-me da sessão porque foi um dia negro para o Congresso Nacional.

            Acho que, na história do Brasil, na história do Congresso Nacional, a Câmara foi invadida, o Congresso Nacional foi invadido pela primeira vez. Acho que nem na revolução aconteceu o que aconteceu ontem. Participei de uma reunião de líderes tumultuada em que a voz de qualquer parlamentar ali não significava absolutamente nada.

            A ordem da Presidenta era manter os vetos a qualquer custo - esta sempre é a ordem dela. Esta Presidenta que torna, cada vez mais, visível o poder de mando no Congresso Nacional, o poder de mando no Senado Nacional, o poder de mando na Câmara dos Deputados.

            Foi ridículo! Enquanto o povo brasileiro gritava lá fora... Lá fora não; não era lá fora não era aqui dentro! Os jornais falam em quinhentas pessoas, mas havia mais de três mil pessoas, médicos, policiais reivindicando os seus direitos Brasil.

            Quem dita os direitos do povo brasileiro, hoje, não é o Senado, não é o Congresso, não é a Câmara; é a Presidenta Dilma. Ela determinou àqueles que estão sob o seu comando que aqueles vetos não deviam ser aprovados, e não foram aprovados, mesmo com o Plenário do Congresso Nacional invadido, mesmo com as pessoas repetindo o grito de ordem “queremos justiça”, mesmo em se tratando de uma questão de médicos, que a Dilma agora está buscando lá fora.

            E é muito engraçado, Presidenta: Vossa Excelência, que tenta justificar a saúde brasileira na aquisição de médicos, vai mandar para o meu Estado - vejam o que a Dilma faz com o Pará... Sabem quantos médicos a Dilma contratou para o Estado do Pará? Um médico! Dá para achar graça, Dilma. Dá para achar graça, Dilma. E me parece que o médico é alemão. Como é que tu mandas um médico alemão para o Município de Breves, no Marajó? Lá se fala um dialeto, Dilma! Como é que vão se entender um cidadão que fala um dialeto marajoara e um médico alemão? Dilma, estás brincando com o país! Dilma, leva a sério o Brasil!

            Ainda há pouco, eu ouvi um orador falar sobre saúde, que a saúde melhorou.

            Nós estamos brincando com a Nação. Eu aqui alertei há muitos e muitos dias. Eu vim a esta tribuna por várias vezes. Colegas Senadores, parecia que não me ouviam. Mas eu disse desta tribuna muitas vezes, Brasil, Pátria amada querida: o Brasil é um País hoje em convulsão. O País hoje é um País em convulsão.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Você liga o rádio, liga a televisão, não há um dia sequer em que o povo não esteja na rua. Nem um dia! Todos os dias, ao ligar a televisão - Globo, Record, Band, qualquer uma delas -, você vai ver como o País está em convulsão. Vou mostrar para o Brasil por que tudo isso acontece. Vou mostrar para o Brasil. Estão aqui os dados na minha mão.

            Já vou descer, Presidente, é rápido.

            Estão os dados aqui na minha mão, e eu repito: eu não venho a esta tribuna sem documentos. Eu não falo nesta tribuna sem documentos. Está aqui o documento que prova por que a Dilma manda no Senado, na Câmara e no Congresso.

            O exemplo de ontem: pela primeira vez, o Congresso foi invadido. Mas aqueles que são beneficiados disseram: “Ela não pode ser decepcionada. Ela não pode dormir aborrecida hoje. Que se lixe o povo brasileiro!” E mantiveram o veto. Olhem por quê: do mês de janeiro, Brasil, até o mês de julho, a Dilma mandou para o Congresso Nacional, para os Senadores e Deputados da Base dela, para votarem com ela, para ficarem sob a ordem dela, R$1,2 bilhão.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Pasmem, senhoras e senhores. Só nesses 16 dias, quando começou a crise das ruas, quando começou a necessidade de se segurar os Deputados e Senadores aliados a ela, ela liberou nada mais, nada menos de R$1,8 bilhão! É aqui que está o nó, Brasil! É pagando, é moeda de troca, Brasil! Ai daquele que ontem votasse contra ela! Ai daquele que tivesse a coragem de votar a favor do povo brasileiro! É por isso que o Brasil está nas ruas! O povo brasileiro não aguenta mais! O povo brasileiro disse que basta de [Art. 19 do RISF]!

            Tire a palavra chula do meu pronunciamento, Presidente.

            Triste foi o dia de ontem no Congresso Nacional. Eu não participo disso, Presidente, mesmo que eu leve falta. Não participo desse tipo de agressão ao meu País e ao povo brasileiro.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/08/2013 - Página 55984