Comunicação inadiável durante a 148ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do centenário da Guerra do Contestado.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Registro do centenário da Guerra do Contestado.
Publicação
Publicação no DSF de 06/09/2013 - Página 60653
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, CENTENARIO, GUERRA, ANUNCIO, REALIZAÇÃO, COMEMORAÇÃO, LOCAL, CIDADE, CAÇADOR, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC).

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco Maioria/PMDB - SC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Caro Senador Durval, que está na Presidência desta Casa, neste instante, não posso deixar de fazer esta comunicação em função, como já disse em aparte ao Senador Sérgio Souza, de que estaremos, hoje à noite, em companhia do Ministro do Trabalho, Manuel Dias, de Parlamentares, de prefeitos e outras autoridades, na cidade de Caçador, precisamente na cidade de Calmon, que fica na região norte de Santa Catarina. Lá haverá uma comemoração, uma análise do centenário da Guerra do Contestado.

            Há cem anos, iniciou-se a Guerra do Contestado. Quando a estrada de ferro estava sendo aberta por uma companhia americana na região que vem de São Paulo, passando por Paraná, atravessando a região meio-oeste, oeste catarinense, indo para o Rio Grande do Sul, o governo cedeu os dois lados, onde passava a BR, uma centena de quilômetros de terra para os concessionários que realizaram essa construção, causando um prejuízo enorme para os camponeses, o caboclos, que moravam na beira da estrada. Estes não foram indenizados, tinham que sair de qualquer jeito. Procuraram fazer um movimento com o monge João Maria, uma resistência dos caboclos que queriam permanecer onde estavam, porque ali já haviam criados seus filhos, seus netos. Ali já estavam estabelecidos, tiravam o pão de cada dia. O governo tinha que, pelo menos, dar condições de vida para esses camponeses, para esses matutos, como se dizia na época, para esses caboclos lá do sertão, cruzados com índios.

            O Governo chamou o Exército. Os combates da Força Nacional com os caboclos foram muito intensos. Morreram militares, sim, mas morreram centenas e milhares de camponeses e caboclos resistindo, achando que não podiam ser jogados ao léu, sem um destino na vida.

            Eu sei que algumas pessoas resistiram. No último combate, em Anita, naquela região de Calmon - eu nunca me esqueço, o pessoal conta e é história -, uma menina, tenra ainda, escapou da morte. Matavam tudo. Foram dizimados. Essa menina sobrou. Foi criada por avós, não sei de que maneira, e agora festejou os seus cem anos de idade. Ela deverá estar nesta noite lá, também, e é da região.

            É uma história muito bonita a do Contestado. Houve no Brasil a história dos Canudos, também na mesma época, tudo na Primeira República ou na República Velha; os movimentos de resistência de Canudos; a Revolta da Chibata, no Rio; e a do Contestado, que foi muito forte no nosso oeste catarinense.

            Logo mais à noite, nós estaremos lá para prestigiar esse acontecimento. É um acontecimento não só no Sul do Brasil, mas de relevância nacional também.

            Muito obrigado, Sr. Presidente, por permitir que eu fizesse esta comunicação, na tarde de hoje, em relação ao centenário da Guerra do Contestado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/09/2013 - Página 60653