Discussão durante a 159ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Referente ao PLS n. 141/2011.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
Outros:
  • Referente ao PLS n. 141/2011.
Publicação
Publicação no DSF de 19/09/2013 - Página 64601

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Para discutir. Sem revisão do orador.) - Senador Presidente Renan Calheiros, quero também me somar a todos que vieram a esta tribuna parabenizar o Senador Requião.

            Senador Requião, se V. Exª, daqui para frente, não fizesse nenhum projeto neste Senado, já estaria premiado com o projeto de hoje. Os meus parabéns!

            A Justiça, Senador Requião, deve ser respeitada neste País. Infelizmente, nós atravessamos uma fase negra na Nação brasileira. O povo brasileiro vê os Poderes enfraquecidos. A Câmara não tem como justificar a votação de um condenado, de um prisioneiro, e votou a favor de conservar o seu mandato, mesmo ele estando na cadeia.

            O Senado Federal precisa votar urgentemente, Senador Renan Calheiros, V. Exª que, neste mandato, se esforça em todos os sentidos para ver a moralização desta Casa... Não haverá moralização desta Casa se nós não votarmos o voto secreto pelo voto aberto. Não haverá moralização deste Senado se essa abertura de voto não for completa ou geral. Não tem que haver discriminação, Senadores e Senadoras.

            Com o episódio de hoje, esta Nação deve estar dizendo: “Basta!”. Ninguém aguenta mais. Chega! Ninguém aguenta mais. O povo brasileiro está massacrado na sua consciência; o povo brasileiro está vendo que a coisa é organizada, que a coisa é programada, que a coisa vem do Palácio do Planalto e aqui não adianta querer tapar o sol com a peneira.

            A verdade tem que ser dita corajosamente. Quem está por trás disso é a Dilma Rousseff, é a Presidenta da República, que não quer ver o seu Dirceuzinho, aquele que participou outrora, junto a ela, de várias ações que o País até hoje discute. O José Dirceu, que chegou a ser cogitado para ser candidato a Presidente da República pelo PT, não pode, não pode ser preso. Não pode o Genoino, que participou também das mesmas façanhas de que participou a Dilma, não pode ir para a cadeia o José Genoino. Não vão para a cadeia, Brasil! Eu duvido! Eu duvido, Brasil!

            A única coisa honrada que nós temos na Pátria hoje é o povo brasileiro; essa é a única honra que temos. A República, fazia tanto tempo, brasileiros e brasileiras, que a República não era tão ofendida. Fazia muito tempo que não se via isso.

            Não adianta tentar justificar nos mais diversos artigos de leis para não punir os mensaleiros. O povo brasileiro entende. Isso é uma artimanha do PT. Isso é uma artimanha da Dilma. Isso é uma artimanha daqueles que conviveram com os corruptos…

(Interrupção do som.)

            O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. Bloco Maioria/PMDB - AL) - Com a palavra, V. Exª.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Vou repetir, pois meu som falhou.

            Era o único Poder em que ainda o povo brasileiro depositava a sua confiança. A Dilma tirou; a Dilma armou.

            Não adianta esconder. Não tenho nenhum receio de falar nesta tribuna. É um direito meu de expressar o meu sentimento. A Dilma armou. Tudo foi programado. Esperaram trocar ministro para ter o voto necessário para tirar aqueles amiguinhos de outrora, aqueles amiguinhos que conviveram com ela durante muito tempo. Eles não podiam ir para a cadeia.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Ora, o Maluf pode; o Arruda pode; qualquer um pode! Estou dizendo, nesta noite, desta tribuna, no dia 18 de setembro, que nós perdemos o Supremo Tribunal Federal. Perdemos, brasileiros, o Supremo Tribunal Federal.

            Um Senado desgastado, Brasil; uma Câmara sem moral, Brasil; e um Supremo Tribunal Federal hoje questionado. Os Poderes enfraquecidos, Pátria amada! A República enfraquecida, Pátria amada! Acho que era este o desejo da Presidenta da República: ver esta Pátria na situação em que se vê hoje.

            Por isso, Presidente, ao descer desta tribuna, comungo com V. Exª, aprecio V. Exª neste segundo mandato, em que V. Exª se esforça para moralizar este Senado. Vamos avante, Presidente! Vamos votar o voto aberto para todas as situações e vamos moralizar, pelo menos, o Senado Federal!

            Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/09/2013 - Página 64601