Encaminhamento durante a 140ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Encaminhamento
Publicação
Publicação no DSF de 28/08/2013 - Página 57332

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Pois não, Presidente. Muito obrigado.

            Sr. Presidente, tive a paciência de esperar a minha vez, primeiro para dizer que quem começou o debate sobre o tema foi um jovem Senador petista. E o que mais me chamou a atenção foi a preocupação desse jovem Senador petista em falar do Senador Aécio Neves.

            Fiquei altamente decepcionado com V. Exª, porque ainda nem chegou o ano da eleição e V. Exª está extremamente preocupado com a candidatura de Aécio Neves. V. Exª foi taxativo. Não adianta olhar e rir para mim não. Não adianta olhar e rir não. A sua preocupação maior foi com Aécio Neves e a Presidente da República. Sabe por quê? Porque a Dilma está em queda. Porque o povo está nas ruas. A discussão não é essa, Senador. A discussão, V. Exª sabe, V. Exª, na sua juventude, não vai dar razão a um ditador - olhe para mim, Senador - que quer simplesmente ver a morte de um Senador. V. Exª sabe disso. O Senador ia morrer. Se o Senador não tivesse proteção brasileira, o Senador ia morrer, Lindbergh.

            Eu o respeito muito, mas não posso comungar com o discurso dessa maneira, meu caro Senador. Como V. Exª pode defender uma causa dessas? Ponha-se no meu lugar. Eu sou oposição ao governo Dilma. Será que a Dilma teria coragem, com a democracia brasileira, de fazer isso comigo, me humilhar, me perseguir, me ameaçar de morte? E alguém teria que dar esse apoio a um Senador da República. Ora, disse o Senador que ele tinha cometido um crime em primeira instância. Ora, Senador, e Battisti, que o Governo brasileiro sabe, e o mundo inteiro sabe, que esse bandido matou? Matou por ser amigo do José Dirceu. A Dilma deu a ele toda a liberdade do mundo e do asilo, aqui no Brasil.

            Senador, me desculpe, V. Exª foi infeliz na tarde de hoje. Respeito muito V. Exª. Tenho certeza de que o sorriso que V. Exª dá agora, neste momento, é um sorriso irônico de quem cometeu um grande erro. Nós não podíamos, em hipótese alguma, nós não podíamos, de jeito nenhum, deixar de dar amparo - Senador Lindbergh, olhe para mim - a um homem que ia morrer, Senador, a um homem que o ditador Evo Morales ia mandar matar. Ia mandar matar, já estava na forca, faltava só puxar o laço da forca para matar o Senador da República.

            Este Senado não pode ouvir um discurso feito por V. Exª da maneira que fez. Este Senado não pode ouvir um jovem Senador brasileiro, que tem um futuro brilhante pela frente, falar o que falou nesta tarde. Respeito-o, aprecio-o, admiro-o. Se fosse carioca, votaria em você para governador do Estado. Mas não faça mais isso, Senador, me perdoe. Não faça mais isso.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/08/2013 - Página 57332