O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado, espectadores da TV Senado e todos que nos acompanham pelas redes sociais, ocupo a tribuna desta Casa, nesta tarde, para falar de alguns sonhos. O primeiro deles o sonho histórico, real e atual do então pastor Martin Luther King Jr., abro aspas: “Eu digo a vocês hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades de hoje e de amanhã, ainda tenho um sonho."

            Falo aqui, Sr. Presidente, de um sonho que está completando 50 anos. Falo de quando Martin Luther King Jr. liderou a Marcha sobre Washington, no verão de 1963 e, nas escadarias do Lincoln Memorial, revelou seu sonho a mais de 250 mil pessoas por meio de um discurso, que viria a se tornar um dos pronunciamentos mais famosos e contundentes na luta pelos direitos civis.

            O jornal Correio Braziliense está trazendo uma série de reportagens sobre os cinquenta anos do discurso de Luther King - “I have a dream” (Eu tenho um sonho). E a edição de hoje diz - abro aspas:

[...] a segregação racial e a ausência de direitos civis para a população afro-americana eram motivo de crescentes manifestações e protestos em diversas partes dos Estados Unidos. Negros e brancos não frequentavam os mesmos locais, não se sentavam lado a lado em transportes públicos, não eram vistos da mesma forma pela Justiça. No Brasil, na mesma época, o racismo já era considerado crime pela legislação, mas não havia nenhum tipo de pena prevista para quem desrespeitasse outro cidadão com base na cor da pele, [ou seja, na quantidade de melanina]. A segregação nunca foi institucionalizada no Brasil, mas nem por isso foi menos cruel. Cinquenta anos depois de Luther King ter proclamado o sonho de um mundo mais tolerante e justo, o discurso do dia 28 de agosto de 1963 continua a impulsionar movimentos pela equidade social em todo o Planeta [- fecho aspas].

            Sr^as Senadoras, Srs. Senadores, essa igualdade social - tenho certeza absoluta - é um sonho comum a todos nós.

            Em seu discurso, Luther King diz, em 1963: “Não é um fim, mas um começo” - fecho aspas. E hoje eu lhes digo que em 2013 é a continuidade, o prosseguimento na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

            A hora de promover a justiça social é agora, e precisamos estar mais atentos, sobretudo aos números e indicadores. Esses muitas vezes nos iludem (Pausa.) Desculpe-me, Sr. Presidente, é a gripe. 

            Assim como Luther King, eu também tenho um sonho. E o meu sonho se reflete em vários outros sonhos.

            Hoje eu tenho o sonho de ver a saúde pública deste País funcionando adequadamente, de modo que todos tenham acesso a unidades de saúde próximas às suas casas, com atendimentos realizados por uma equipe com estrutura física adequada e sem falta de equipamentos e remédios, que, de fato, seja universal e integral, como preceituam os princípios do SUS, com hospitais aparelhados, e, principalmente, com valorização dos profissionais da saúde. Inclusive, hoje, durante a realização da reunião da Medida Provisória 621, que cria o Programa Mais Médicos, apresentei requerimento pleiteando a realização de três audiências públicas para instruir o Programa.

            Eu tenho um sonho, Sr. Presidente: que um dia o meu Estado, Sergipe, tenha um hospital oncológico, um hospital que possa dar esperança, elevar a esperança daqueles pacientes que batem à porta do SUS, e, que, muitas vezes, não a encontram aberta.

            Eu tenho um sonho, Sr. Presidente, de ver uma educação pública de qualidade, um sistema educacional eficiente...

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - ... com a formação de cidadãos críticos e preparados para o ingresso em uma universidade ou no mercado de trabalho. Aí, sim, certamente teremos uma sociedade menos violenta.

            Contudo, Sr. Presidente, tenho absoluta convicção de que, se Luther King estivesse vivo, hoje ele incluiria em seu sonho dois outros, que também são nossos: o fim da pobreza e o fim da violência.

            Eu tenho um sonho, Sr. Presidente, que o meu Estado, Sergipe, volte a ser pacífico e que não ocorram mais de 800 homicídios por ano, o que nos coloca numa triste estatística: é o quinto Estado mais violento do Brasil.

            E continuo lhes dizendo, hoje eu tenho um sonho, o sonho de que a pobreza extrema deixe de existir, de que não haja tanta desigualdade social, de que sejam dadas a todos...

(Interrupção do som.)

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - ... os cidadãos oportunidades iguais de acesso à alimentação, à moradia, (Fora do microfone.) à educação e à saúde de forma digna. Só dessa maneira teremos uma sociedade menos violenta, mais justa e mais feliz.

            Alguns ou muitos de vocês podem estar pensando que tudo isso é romantismo ou utopia. O que eu lhes digo é que a utopia nos move e nos faz seguir adiante na busca incansável pela realização de muitos e muitos outros sonhos. Vou-lhes falar a respeito de um sonho, uma utopia, Sr. Presidente, que se tornou realidade em meu Estado, Sergipe, mais especificamente no Município de Carmópolis. Em 1963, foi descoberto petróleo no Campo de Carmópolis e a descoberta deste poço impulsionou a atividade exploratória não só no Estado de Sergipe, como também no Brasil. Formou uma geração inteira de profissionais que atuam na área da exploração...

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - ... e produção de petróleo e é ainda um laboratório para o desenvolvimento de novas tecnologias aplicadas à produção terrestre. Ainda hoje é um dos principais campos terrestres em operação da Petrobras, com produção de mais de 20 mil barris de petróleo por dia, Sr. Presidente.

            Já estou encerrando, Sr. Presidente.

            Cinquenta anos após a sua descoberta, esse segmento responde por 19,8% do Produto Interno Bruto de Sergipe. A cadeia de petróleo e gás no Estado impulsiona o crescimento de diversos setores, gerando riquezas na capital e em diversos Municípios do interior sergipano, isso sem falar no montante de R$1,5 milhão investido em Carmópolis, por meio dos royalties, em projetos sociais e melhorias para o Município.

            Hoje, o Poço de Carmópolis foi tombado como Patrimônio Histórico do Estado, uma prova incontestável de que sonhos são possíveis de serem realizados, com determinação...

(Interrupção do som.)

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - ... perseverança, trabalho e investimentos.

            Contudo, Luther King, (Fora do microfone.) em seu discurso diz - abro aspas: "Há quem esteja perguntando aos devotos dos direitos civis: 'Quando vocês ficarão satisfeitos?'. Jamais estaremos satisfeitos enquanto o negro continuar sendo vítima dos desprezíveis horrores da brutalidade policial." Pois bem, e me perguntam: “Estaria satisfeito?” Digo-lhes: “Jamais estarei satisfeito enquanto a desigualdade social existir em nosso País!”, Sr. Presidente.

            E, para finalizar, Sr. Presidente, quero aqui parabenizar a todos os itabaianenses, que hoje comemoram os 125 anos de existência da cidade de Itabaiana. Com certeza, todos comemoram: o povo agricultor, o povo trabalhador, o povo pecuarista, o povo comerciante, o povo com disposição e vocação para o trabalho, um povo que procura ser feliz, Sr. Presidente.

            Finalizando...

(Soa a campainha.)

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE) - ... cito mais um trecho do discurso - abro aspas: "Não, não estamos satisfeitos e só ficaremos satisfeitos quando a justiça rolar como água e a retidão correr como um rio poderoso" - fecho aspas.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.