Pela Liderança durante a 146ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à manutenção do mandato do Deputado Federal Natan Donadon; e outro assunto.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
CAMARA DOS DEPUTADOS.:
  • Críticas à manutenção do mandato do Deputado Federal Natan Donadon; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 04/09/2013 - Página 59755
Assunto
Outros > CAMARA DOS DEPUTADOS.
Indexação
  • CRITICA, CAMARA DOS DEPUTADOS, DECISÃO, MANUTENÇÃO, MANDATO, DEPUTADO FEDERAL, ESTADO DE RONDONIA (RO), DEFESA, EXTINÇÃO, VOTO SECRETO.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é necessário, Senadora Ana Amélia, que se possa comentar um pouco mais do desastre que aconteceu na semana passada, o desastre político, que V. Exª terminou o vosso pronunciamento falando, sobre a Câmara dos Deputados.

            Jamais, Senador Casildo, na história deste País, na história da Câmara Federal, se viu um fato tão desgastante para os políticos como o da semana passada: a aberração que a Câmara dos Deputados cometeu, logicamente guiada por alguém. E eu já vou falar disso. O brasileiro tem que sentir, em cada Parlamentar, o caráter de cada um. Eu tenho que expor nesta tribuna o que penso, sem a covardia e sem o medo.

            Por isso, vou externar o meu pensamento exatamente como pede o povo: sem a covardia e sem o medo. Isso é resultado, meu caro Presidente, de uma trama que o Governo impõe ao Legislativo. Os Deputados e Senadores são guiados e comandados pelo palácio do governo, pela Presidenta Dilma. Temos que ter a coragem de falar, meu Presidente, porque 131 Deputados Federais votaram pela manutenção de um presidiário perigoso, um criminoso. Pasmem, senhores e senhoras, já com 60 dias na cadeia, e os Deputados disseram, Brasil: “não, ele continua sendo Deputado Federal”.

            Cento e trinta e um Deputados colocaram lá o seu voto dizendo que ele deveria ser Deputado; 50 Deputados se abstiveram; 41 Deputados não votaram, e a maioria deles: petistas. Toda a base do governo, toda a base do governo, Brasil, paraenses, que represento, esse Estado brilhante de Nossa Senhora de Nazaré, todos aqueles que se acovardaram diante de uma combinação que existe e que alguns receiam em falar, e eu, não. Se quiserem me cassar, porque aqui estou sendo fiel ao povo brasileiro, estou contando a verdade ao povo brasileiro…

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - … pela minha experiência de 27 anos de mandato... Eles não fizeram porque quiseram, eles foram mandatos por alguém. Alguém mandou e executou esse plano para desmoralizar mais uma vez os políticos brasileiros. E conseguiram.

            Ora, Brasil, ora, meu Pará querido, conservar o mandato de um homem que está preso porque cometeu atos de corrupção! Olhem em que País nós estamos. Olhem que governo nós temos hoje!

            No dia 7 de setembro, vai haver uma convulsão neste País. Mas é por isso, brasileiros. Ninguém aguenta mais. É uma safadeza, brasileiros! É uma desmoralização, brasileiros! Toma milhões e milhões e milhões de emendas para o Governo ter moral de dizer assim: não cassa o cara, para proteger os mensaleiros. Que Pátria amada é esta?

            Sabe o que querem fazer agora, Brasil? Nós estamos perdidos, Presidente! Precisa mudar tudo, Presidente! O País virou de cabeça para baixo, Presidente! Eu nunca esperava ver isso na minha vida. Palhaçada eu já vi muita, mas isso está acima de palhaçada, Presidente.

            Sabe o querem fazer agora, Brasil? Querem colocar ar-condicionado, tapete, televisão de 60 polegadas lá no quarto em que vão ficar os mensaleiros presos. Dá para achar graça, Presidente.

            Foi preciso já uma liminar, Brasil, para dizer: não, isso não pode. Os mensaleiros que forem presos não podem ter televisão de 60 polegadas, HD, ar-condicionado, tapete vermelho - é PT, tem que ser vermelho. Aí, o Ministro do Supremo disse: “Não, tem que ser igual a todos.”

            Mas já iam furar, Presidente! Já iam furar. Ai de nós brasileiros se não fosse o Supremo Tribunal Federal! Aí de nós! Eles já tinham feito de gato e sapato este País.

            É triste o momento em que vivemos. O País está estarrecido pelo do que a Câmara fez. Não são todos, obviamente.

            E aqui eu quero registrar os meus votos de congratulações ao meu nobre colega e companheiro Carlos Sampaio, Líder do PSDB na Câmara Federal, que, imediatamente, entrou com uma liminar para anular aquela votação terrível e malandra, comandada por alguém que, com certeza, é do Governo. Quem mandou fazer aquilo ali, aquela aberração, a desmoralização dos políticos, foi o Governo. São milhões, milhões e milhões de emendas. Eles não podem votar contra o Governo.

            Eu acho que, se fosse para prender a mãe de algum Deputado Federal, eles iriam se abster, eles não defenderiam a mãe. O dinheiro fala mais. Neste País o dinheiro é uma ganância. Neste País o dinheiro serve para desonrar. O que aconteceu é uma prova autêntica disso.

            A Câmara, que representa o povo brasileiro e que, junto com o Senado, forma o Congresso Nacional, está desmoralizada. O voto secreto é uma vergonha, uma vergonha nacional. Por que querem esconder o voto de um Parlamentar?

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Fora do microfone.) - Presidente Renan Calheiros, Presidenta Ana Amélia, registrem isto nos Anais desta Casa: no dia 14 de maio de 2010, Mário Couto disse que a moralização do Congresso dependia não apenas do projeto Ficha Limpa, mas também da aprovação das propostas que põem fim às votações secretas no Parlamento. Em 14 de maio de 2010! E lá se vão 13 anos, mas nós continuamos votando secretamente.

            E quem induziu à palhaçada...

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - E quem induziu à palhaçada, quem induziu ao que vai além da palhaçada, feita na Câmara na semana passada, também foi o voto secreto. Porque eu tenho a obrigação de mostrar o meu voto, Presidenta. Ou não tenho? Eu tenho, eu quero. Isso é uma questão pessoal, ninguém pode burlar isso de mim. Eu quero dizer à sociedade brasileira como eu voto aqui no Senado. Eles querem saber como eu voto. E por que não deixam? Para exatamente acontecer a palhaçada, que eu digo que vai além de palhaçada: a desmoralização.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Eu acredito que a Câmara dos Deputados, agora, só sirva mesmo para obedecer a ordens da Dilma, não sirva mais para nada.

            Brasileiros e brasileiras, antes de eu descer da tribuna, deixo um aviso importante à Nação: (Fora do microfone.) conheçam mais as pessoas em quem votam. O Brasil precisa mudar. O Parlamento brasileiro não pode continuar como está. O povo brasileiro não acredita em ninguém que é político. Vamos mudar esta Pátria, e tudo depende de vocês. Vejam lá no computador os nomes dos safados que traem a Pátria, dos bandidos que não querem a Nação limpa e tirem eles de lá.

            Vocês, brasileiros e brasileiras, é que mandam nesta Pátria.

            Muito obrigado, minha Srª Presidenta.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/09/2013 - Página 59755