O SR. PAULO PAIM (Bloco Apoio Governo/PT - RS. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Acir Gurgacz, faço dois registros muito rápidos. O primeiro deles, Sr. Presidente, é a pedido do Aerus.

            A situação do Aerus ainda não está resolvida. Mas destaco que, conforme acordo feito na Presidência da República, do qual participei, já tivemos inúmeras reuniões entre os advogados, com a Graziella Baggio, e, enfim, com a comissão representativa do Aerus. Isso aconteceu nos últimos dois meses.

            Claro que essa indefinição ainda tem provocado muita ansiedade entre os mais de 10 mil participantes diretos do Aerus e 40 mil indiretos.

            No início de dezembro de 2013, está prevista a suspensão dos benefícios por falta de disponíveis financeiros do fundo Aerus. Mas estamos acreditando nessas reuniões - e me dirijo aqui ao Inácio Adams, que é o grande líder da AGU, pois o sindicato dos aeronautas, os aeroviários, a Fetac, a CUT encaminharam uma série de propostas à AGU para chegarmos a um entendimento. E eu sei que o Luís Inácio Adams está coordenando essa discussão, e o movimento social, com essas propostas, subsidia o debate na busca de um grande entendimento.

            Esperamos que esse entendimento aconteça, até porque, Sr. Presidente Acir Gurgacz, nos últimos 15 dias, faleceram companheiros aeronautas e aeroviários do Aerus. Perdemos o Sr. Gilson Vianna, perdemos o A. Bungner, perdemos o Sr. Nei Martins, perdemos o S. Medeiros e, também, o Richard Arnold.

            Esses citados acima acompanharam todos os movimentos que fizemos aqui no Congresso. Inclusive, sempre acreditaram em uma solução. Eles faleceram nesses últimos dias, mas eu tenho certeza de que eles continuaram, até o último dia, acreditando que o acordo aconteceria, atendendo às famílias.

            Enfim, fica aqui uma saudação especial aos familiares desses companheiros que nos deixaram. E, como eles acreditaram, eu também acredito que a gente há de cumprir o acordo. As negociações estão acontecendo. Temos a palavra da Presidenta, temos a palavra dos Ministros, temos a palavra do Luís Inácio Adams, da AGU. Todos estão contribuindo para o acordo.

            Claro que não é um acordo fácil, envolve R$3 bilhões, R$4 bilhões, mas acredito que vai acontecer, com certeza, antes do fim do ano, para que não tenhamos a tristeza de, em dezembro, ver nossos companheiros e companheiras que dependem do Aerus - que indiretamente são mais de 40 mil - não receberem mais nada.

            Enfim, faço esse registro na linha sempre do apelo e do entendimento.

            Mas, Sr. Presidente, faço agora um registro final. Nós todos, no dia de hoje, lembramos a data nacional do dia 12, porque o dia 12 foi o Dia das Crianças. E nós fizemos inúmeros discursos aqui na Casa. Então, neste momento, eu quero mandar um abraço, um beijo a todas as crianças, aos adolescentes e aos jovens do nosso País, fazendo com que o dia de hoje represente também o dia 12.

            E quero fazer, Sr. Presidente, uma homenagem àquelas crianças que perderam a vida, muitas delas pelo trabalho infantil, principalmente em carvoarias, em áreas insalubres, penosas, perigosas. E acabaram perdendo a vida. São milhares - como nós sabemos - que perderam a vida. E a forma de eu fazer essa homenagem a todos neste dia 14, que relembra o dia 12, eu o faço lendo, Sr. Presidente, em forma de poema, algo que foi escrito e depois se transformou em canção, composição de Lenin Nunez, que era interpretada brilhantemente pelo César Passarinho, que já faleceu também. E aqui o título é Não Há Pandorgas no Céu.

            Então, faço uma homenagem aos meninos e meninas que morreram fruto do trabalho infantil.

            Vou ler a canção, Sr. Presidente, como se fosse uma poesia.

Não Há Pandorgas no Céu

Quando morre um menino [ou uma menina]

Reza o vento sua prece

O destino fecha a porta

E o dia não amanhece.

Quando morre um menino [ou uma menina]

Se quebra a vida em pedaços

As horas correm vazias

Sem travessuras e abraços [que eu queria dar em todos os meninos e meninas].

Quando morre um menino [ou uma menina]

Choram as águas da sanga

Amadurecem inúteis

Figos, melões e pitangas.

Quando morre um menino [ou uma menina]

A tristeza mata a fome

E crescem ervas daninhas

Pelos caminhos de um homem.

Quando morre um menino [ou uma menina]

Tem o pão gosto de fel

A alegria sai da casa

E não há pandorgas no céu.

Quando morre um menino [ou uma menina]

A tristeza mata a fome

E crescem ervas daninhas

Pelos caminhos de um homem.

Quando morre um menino [ou uma menina]

Não há [mais] pandorgas no céu.

            Eu diria, na há mais brincadeiras na rua. E, por isso, todos nós temos que trabalhar no combate permanente ao trabalho infantil. Lugar de criança é na escola.

            É isso, Sr. Presidente, e mando um beijo a pais e mães, enfim, a todos, crianças, adolescentes, jovens que não tiveram oportunidade de estudar e tiveram que trabalhar.

            Tomara que nunca mais tenhamos que vir à tribuna e ler uma poesia que fala da morte trágica de um menino e de uma menina.

            Era isso, Sr. Presidente. Agradeço a V. Exª. Considere na íntegra o meu registro.

            Um beijo a todos.

SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR PAULO PAIM

            O SR. PAULO PAIM (Bloco Apoio Governo/PT - RS. Sem apanhamento taquigráfico.) -

            Registro sobre situação do AERUS.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a situação do Aerus, ainda não esta encaminhada para uma solução, apesar das inúmeras reuniões que aconteceram nos últimos dois meses.

            Esta situação tem provocado muita ansiedade entre os mais de 10.000 participantes diretos do Aerus e 40.000 indiretos .

            No inicio de dezembro de 2013, está prevista a suspensão dos benefícios por falta total de disponível financeiro do Fundo Aerus .

            Os Sindicatos dos Aeronautas e Aeroviários e a Fentac/Cut, encaminharam propostas extremamente econômicas à AGU, a fim de subsidiar e facilitar as tratativas. Infelizmente até o presente momento não há resposta.

            Nos últimos 15 dias faleceram os seguintes companheiros aeronautas e aeroviários do Aerus: Gilson Vianna, A.Bungner, Nei Martins S.Medeiros e Richard Arnold.

            Esses citados acima acompanharam todos os últimos movimentos, inclusive acreditaram na palavra das autoridades.

            Fica aqui, uma saudação especial aos familiares desses companheiros que nos deixaram.