Comunicação inadiável durante a 157ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da chegada dos primeiros profissionais recrutados pelo Programa Mais Médicos; e outro assunto.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SAUDE.:
  • Registro da chegada dos primeiros profissionais recrutados pelo Programa Mais Médicos; e outro assunto.
Aparteantes
Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DSF de 17/09/2013 - Página 63612
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SAUDE.
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, EVENTO, LOCAL, MUNICIPIO, VIDEIRA (SC), ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), OBJETIVO, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, INSTITUIÇÃO RELIGIOSA, MUSEU, VINHO, REGIÃO.
  • CUMPRIMENTO, CHEGADA, MEDICO, ESTRANGEIRO, LOCAL, REGIÃO AMAZONICA, CONTRATAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, OBJETIVO, TRABALHO, CONTRIBUIÇÃO, SAUDE PUBLICA, PAIS.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Senador Acir.

            Srs. Senadores, Srªs Senadoras, companheiros e companheiras, Sr. Presidente, eu venho com muita alegria a esta tribuna, neste momento, para registrar um evento ocorrido na cidade de Videira, interior do Estado de Santa Catarina, lá no oeste de Santa Catarina, no último sábado, dia 14.

            Eu recebi um convite para participar desse evento em Videira, cidade onde eu nasci, que hoje conta com 50 mil habitantes, e com muita emoção vi como aquela gente, como aquele pequeno Município do interior, do Estado vizinho ao seu, Senador Paim, se une em torno da busca e do resgate da história da sua criação, da sua fundação, até os dias de hoje.

            O Museu do Vinho Mário de Pellegrin, através da associação dos amigos do Museu do Vinho e em parceria com a Prefeitura Municipal de Videira, realizou, nesse último sábado, dia 14, um evento que comemorou os 82 anos da Casa Canônica e os 28 anos do Museu do Vinho. E a forma como, há sete anos, eles encontram para comemorar esse evento é exatamente mostrando os estudos que desenvolvem, as pesquisas, no sentido de resgatar e buscar escrever a história da fundação, da criação daquele Município.

            Nessa edição, na comemoração dos 28 anos do museu e 82 anos da Casa Canônica, foram homenageadas 17 ou 18 famílias, Senador Paim, famílias de pessoas, na sua grande maioria, vindas do Rio Grande do Sul, que saíram do Rio Grande do Sul, de Antônio Prado, de Caxias, de vários Municípios, e foram até Videira para, naquelas terras, no Vale do Rio do Peixe, plantar uva. E é exatamente por essa razão que foi dado o nome de Videira à cidade, porque lá as videiras foram plantadas.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Se V. Exª me permitir, é só uma frase.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Pois não. É claro, Senador.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Eu estive em um evento semelhante no Rio Grande do Sul, e eles se lembraram muito dessa cidade, em Santa Catarina. Até o Senador Gurgacz estava no plenário, quando se falava da questão do vinho colonial, do vinho artesanal, que cresce em todo o Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná; é claro que em outros Estados também. Então, só complemento, dizendo que é bom ouvir V. Exª falar da sua cidade de origem, que, hoje, está com essa bela festa.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) -Senador Paim, eu agradeço. Eu também vi V. Exª falar a respeito da Festa da Uva de Caxias do Sul. Sem dúvida alguma, parte dos italianos que foram para o Rio Grande do Sul migraram para Santa Catarina.

            A solenidade de que participei, uma solenidade muito simples, mas marcada pela emoção de muitas famílias que lá estavam presentes - eram 18 famílias, repito -, foi um momento muito importante, porque, de uma forma resumida, a história de cada um, de cada família era contada naquele momento, as dificuldades ao sair da Itália ou do Rio Grande do Sul até chegar a Videira, que hoje não é mais uma cidade que vive em torno da uva, que vive em torno do vinho; outras atividades econômicas se sobrepuseram. Entretanto, jamais podem os moradores daquela região, daquela cidade esquecer o que foi Videira no passado, mesmo porque hoje existe uma grande atenção voltada para que a cidade recupere a plantação da uva e a produção do bom vinho, do vinho colonial. E V. Exª falava no vinho colonial. Nenhuma das famílias cujas histórias foram contadas, nenhuma delas deixava de produzir o vinho para o seu próprio consumo.

            Então, aqui quero cumprimentar todos os presentes que estavam lá. Cumprimento todos os organizadores, através da Srª Rita Sinzsker, que é a Presidente da Associação dos Amigos do Museu do Vinho e que tem, ano a ano, se dedicado a essa importante tarefa. Quero cumprimentar o Prefeito interino de Videira, Lourenço Becker, que lá estava e também fez um pronunciamento; e o Prefeito eleito de Videira, Wilmar Carelli, que fez, naquele evento, um discurso muito emocionado porque, além de ser de uma família tradicional, é uma pessoa que tem se dedicado muito àquele Município. Confesso que, há muitos anos, não voltava à cidade e vi uma Videira rejuvenescida, uma cidade que se prepara e trabalha para garantir a qualidade de vida das pessoas.

            Do evento também participaram o Presidente da Câmara de Vereadores, Vereador Clarimar Bettoni; as Vereadoras Christiane Zimmer, Eneida Furlin Dresch, além do Vereador Rafael Balestrin. Da mesma forma, o padre da paróquia do Município, Lauro Spohr, também participou.

            Então, Sr. Presidente, quero dizer que foi um momento importante para a cidade, e eu, particularmente, vivi uma emoção a mais, porque, entre as famílias homenageadas, estava a família por parte de meu pai. Meu avô, Benjamin Grazziotin, juntamente com outras famílias, também ajudou a construir a história da colonização, a história da formação da cidade e, ao lado de Benjamin Grazziotin, foram homenageadas as famílias de Adão Vanin, Adelar José Mariani, Albertino Brandelero, Alcides Cagnin, Angelo Busanelo, Antonio Peretti, Enrico Anselmi, Ernesto Grando, Francisco Francio, Francisco Lyra, Giovanni Simoneto, Giuseppe Olivo, José Gonçalves Lins, Luiz Angelo Damo, Pedro Menegola Segundo e Vergilio Saorim, além de Benjamin Grazziotin.

            Então quero aqui cumprimentar a Prefeitura Municipal de Videira, quero cumprimentar a Srª Rita e todas as famílias dos homenageados. Repito aqui: mais de 130 famílias estão tendo as suas histórias resgatadas para que, no conjunto do mosaico, possa ser reescrita a história da cidade de Videira. Um povo não tem futuro se não cultivar o presente, mas sobretudo o passado, porque o passado é parte da história, é parte da vida de todos.

            Sr. Presidente, neste tempo que me resta, eu gostaria de falar um pouco a respeito da chegada dos profissionais da área da Medicina, os profissionais médicos que estão chegando ao Brasil nos últimos tempos para trabalhar no programa Mais Médicos.

            Nesse final de semana chegaram de vários países médicos que vão para vários Estados brasileiros. São profissionais formados em Medicina no exterior; ou seja, têm diploma no exterior. E, a partir de hoje, eles passarão uma semana conhecendo as peculiaridades das localidades onde vão trabalhar, conhecendo as doenças mais comuns de cada região e o costume da população local.

            Sr. Presidente, segundo a nota divulgada pelo Ministério da Saúde, no período de acolhimento, os profissionais vão conhecer hospitais e demais unidades de saúde e a maneira como esses serviços estão relacionados às unidades básicas de saúde onde vão atuar.

            Além disso, vão ter informações sobre as peculiaridades da população de cada região: os seus hábitos, o seu cotidiano, as doenças mais comuns. Enfim, médicas e médicos estrangeiros ainda vão ter oportunidade de conhecer os gestores locais. O Ministério da Saúde considera essa etapa fundamental e essencial para fomentar uma melhor integração com os interlocutores locais. A ação contará com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), presidido pelo Secretário de Saúde do meu querido Estado do Amazonas, Wilson Alecrim, e também com o apoio do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.

            Sobre a primeira etapa, o Governo divulgou um balanço dessa fase com os números extremamente positivos. Ou seja, apesar de o percentual preenchido de vagas oferecidas pelo Governo Federal por solicitação de grande parte das prefeituras dos Municípios brasileiros ser muito pequeno ainda, Sr. Presidente, é importante destacar que, na primeira etapa de formação, mais de 90% desses profissionais foram aprovados e, portanto, considerados aptos a atuar nos Municípios do interior do nosso País, assim como nas periferias das grandes cidades brasileiras.

            Esses profissionais, Sr. Presidente, também chegaram ao Estado do Amazonas no dia de ontem. Dos 74 médicos estrangeiros que vão atuar no Amazonas, 63 desembarcaram em Manaus, e a maioria veio de Cuba. Entretanto, chegaram também médicos e médicas de outras nacionalidades, oriundos de outros países, como Espanha, Bolívia, Peru, República Dominicana e México. Vinte por cento desses profissionais têm especialização em saúde da família e uma média de 16 anos de experiência profissional, experiência inclusive em outros países.

            O treinamento no meu Estado do Amazonas está sendo coordenado pela Fundação de Medicina Tropical e pela Fundação de Vigilância em Saúde, porque infelizmente a Universidade Federal do Amazonas, conforme a própria imprensa divulgou, não aceitou a preceptoria desses profissionais que vão atuar no interior do Estado do Amazonas. Portanto, eles estão sendo treinados, coordenados por parte dos profissionais que atuam na Fundação de Medicina Tropical e também na Fundação de Vigilância em Saúde e terão acompanhamento. Eles serão preparados, Sr. Presidente, para diagnosticar as doenças infectoparasitárias e doenças tropicais. Aliás, o Hospital de Medicina Tropical do Amazonas é uma referência não só para o Brasil, mas também...

(Interrupção do som.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) -... para o mundo.

            Muito obrigada, Sr. Presidente. (Fora do microfone.) Já estou caminhando para a conclusão, Senadora Ana Rita.

            Além de serem beneficiados 19 Distritos Sanitários Especiais Indígenas, os médicos que foram para o Amazonas serão distribuídos em 42 Municípios. Ou seja, eles deverão atuar nos distritos indígenas de Atalaia do Norte, Lábrea, São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga e Tefé. E profissionais também atuarão nos Municípios de Anori, Barreirinha, Beruri, Borba, Caapiranga, Canutama, Codajás, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Japurá, Juruá, Jutaí, Maués, Nhamundá, Novo Aripuanã, Pauini, Santo Antônio do Iça, São Paulo de Olivença e Urucurituba.

            Srª Presidente, não pude estar em Manaus no dia de ontem e, hoje, quando se inicia a semana de esforço concentrado, também não posso estar com esses profissionais...

(Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - ... porque estou aqui, no Senado Federal, mas faço questão de, desta tribuna, dar as minhas boas-vindas a esses profissionais, que vão trabalhar por três anos nos Municípios do interior do Estado do Amazonas, numa região que tem uma característica muita peculiar: a prevalência de doenças como a malária, que não é muito comum em outras regiões do País. São muitos os desafios para esses profissionais que, estando longe de seu país, vão ajudar uma população extremamente carente e desassistida do interior do meu Estado.

            Portanto, quero crer que eles estão sendo recebidos com muito carinho, com muita hospitalidade pela população de todo o Estado do Amazonas, seja da capital, seja do interior, assim como pelas autoridades.

            E quero dizer aos médicos brasileiros...

(Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - ... aos médicos que se formaram - e eu já concluo, Senadora Ana Rita - e têm diploma do Brasil que não há nenhum risco de esses profissionais tomarem as vagas dos profissionais formados no País, porque está claro que o Brasil precisa de um número muito maior de médicos do que há hoje para que possa assistir a população, principalmente aquela que vive nas regiões mais distantes, de mais difícil acesso.

            Portanto, ficam aqui meus votos de boas-vindas, boa estada, bom trabalho no meu Estado do Amazonas a esses profissionais, vindos de tantos países diferentes, sobretudo de Cuba. Que eles possam contribuir, ajudar a fazer da saúde pública uma boa ação e, assim, melhorar a qualidade de vida de todos.

            Muito obrigada, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/09/2013 - Página 63612