O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Para discutir. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, primeiro, para dizer ao Senador Cássio Cunha que a nossa proposta foi, sim, a apropriação que gerou a medida provisória. Não se tem dúvida, Senador Cássio Cunha. Não tenho a menor dúvida disso. Entretanto, V. Exª como eu queremos que essa ditadura, tanto na CBF como nas federações, seja eliminada. Queremos a democracia.

            Com relação à matéria, Sr. Presidente, primeiro, quero dizer da minha satisfação de ter alguns momentos felizes neste Senado. E este é um deles, quando o Senado Federal se propõe a fazer uma minirreforma eleitoral pedida, com certeza, pela população brasileira. Diante da iniciativa de V. Exª, como Presidente deste Senado, de discutir uma matéria de alta importância para a nação... V. Exª, há poucos dias, declarou que não se podem aceitar mais medidas provisórias cheias de retalhos. É um sinal. S. Exª, Senador Flexa Ribeiro, que muito bem se comporta à frente da Secretaria, desta Mesa -, há muito tempo, pelo menos durante o meu mandato, eu não vejo um secretário ficar sempre no seu lugar, fazendo a sua competência. Meus parabéns, Senador Flexa Ribeiro.

            As medidas provisórias que culminam também com o voto secreto. Nós temos três etapas de votações que, com certeza, a população brasileira já deseja há muito tempo. Por exemplo: que não se pichem os muros da casa, os postes, enfim. Quantos Senadores e Deputados Federais já foram multados por terem seus nomes em muros e não conseguirem controlar essa iniciativa de se pintarem muros?

            Os cavaletes nas ruas como se fosse uma sinalização de carros, de veículos, empatando a visão de motoristas. Eles crescem, ficam enormes. E por aí vai. A contenção de despesas, a diferença que se tira entre ricos e pobres. A democracia que se impõe para que todos tenham o mesmo direito de concorrer me traz felicidade.

            Subi a esta tribuna para discutir uma reforma, mesmo que seja mínima, para falar que as medidas provisórias poderão ser moralizadas nesta Casa, para falar que o voto secreto pode acabar nesta Casa. Isso me traz uma imensa satisfação, Sr. Presidente e Sr. Secretário Flexa Ribeiro.

            Quando vemos o Supremo Tribunal Federal numa situação muito delicada, Nação brasileira, e o Senado Federal tentando moralizar as coisas que o Brasil quer, que o Brasil pede, que o Brasil aceita, que o Brasil aclama, eu fico muito contente.

            Eu estou rezando, Brasil, sinceramente rezando, meu querido Pedro Simon, para que o Ministro, na quarta-feira...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Eu estou rezando, meu caro Pedro Simon, para que o Ministro Celso de Mello possa proceder a um voto coerente, a favor da Nação brasileira. Este voto será um dos mais importantes para a Pátria, meu querido Pedro Simon. Este voto será um dos votos mais importantes para a moralização ou desmoralização desta Pátria querida. Quarta-feira será um dos dias mais importantes para esta Nação. Na quarta-feira, o povo brasileiro deverá ficar ligado no voto do Ministro.

            Já é uma aberração monstruosa esse empate de cinco a cinco. As coisas foram preparadas para isso. O povo brasileiro deve sentir que as coisas foram preparadas para isso. Eu disse...

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Já vou concluir, Sr. Presidente.

            Eu disse várias vezes nesta tribuna - várias vezes eu disse - que os mensaleiros não seriam punidos pelos seus pecados. E a rota é essa. Tudo foi programado para isso, mas se isso acontecer, sinceramente, minha querida padroeira N. S. de Nazaré, padroeira dos paraenses....

            Querida santa, se isso acontecer na quarta-feira, o que mais poderá acontecer nesta pátria de desmoralização do povo brasileiro? Nada mais. A Pátria estará perdida. Ninguém acreditará em mais em nada, absolutamente nada.

            Que seja positivo o voto do Ministro Celso de Mello, senão essa Pátria será desmoralizada de uma vez por todas.

            Presidente, ao deixar a tribuna, mais uma vez, digo a V. Exª da minha crença de que aqui nós aprovaremos hoje essas reformas que estamos fazendo através do Senado. Vamos discutir o que V. Exª disse com ênfase, que não se podem mais aceitar tais tipos de medidas provisórias, e vamos debater com urgência amanhã, o voto secreto e acabar de uma vez com isso, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.