Comunicação inadiável durante a 168ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Reflexão sobre a importância do agronegócio para a economia brasileira.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • Reflexão sobre a importância do agronegócio para a economia brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 01/10/2013 - Página 67528
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, VALOR ECONOMICO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ASSUNTO, IMPORTANCIA, POLO AGROINDUSTRIAL, RELAÇÃO, MELHORAMENTO, ATIVIDADE SOCIAL, ECONOMIA, PAIS.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Eduardo Suplicy, Srªs e Srs. Senadores, o jornal Valor Econômico publicou, no dia 12 de setembro, um artigo que descreve perfeitamente a encruzilhada em que se encontra a agricultura do nosso País.

            O texto se intitula "Um novo olhar sobre a agricultura brasileira" e tem cinco coautores: Alysson Paolinelli, Presidente do Conselho Consultivo do Fórum do Futuro e ex-Ministro da Agricultura; Manuel Otero, representante do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura no Brasil; Maurício Antônio Lopes, Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Roberto Rodrigues, ex-Ministro da Agricultura e hoje integrante do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas; e Wagner Furtado Veloso, Presidente Executivo da Fundação Dom Cabral.

            São cinco personalidades que pensam a agricultura brasileira como poucos, engajados há anos no desenvolvimento do nosso campo. As cinco instituições de que eles fazem parte estão promovendo, em conjunto, uma série de seminários cujo intuito é mapear as potencialidades do agronegócio brasileiro e avaliar as dimensões sociais, econômicas e ambientais da nossa agricultura.

            A importância dessa reflexão é inegável, Sr. Presidente, e ela vem sendo feita já há bastante tempo, não há dúvida. O que diferencia a proposta dos autores do artigo é o momento em que ela é feita, este próprio momento em que vivemos, um momento crucial para o futuro do País.

            A agricultura é e vem sendo o grande sustentáculo do nosso crescimento econômico, isso ninguém discute - em especial, a agricultura e a pecuária. A participação do agronegócio na balança comercial brasileira, por exemplo, atingiu 43,3% no primeiro semestre deste ano. Na comparação com o ano passado, enquanto o faturamento das exportações do agronegócio cresceu 10,7%, os demais setores registraram queda de 10,3%.

            O Brasil é uma das principais potências agrícolas do mundo - o maior produtor e exportador de produtos como açúcar, café e suco de laranja, um dos maiores produtores de grãos como soja e milho, entre outras posições de destaque. Mesmo no auge da última crise financeira mundial, a agricultura brasileira não deixou de crescer e de mostrar bons resultados.

            Estamos, porém, nos aproximando de um ponto de virada, e essa é a tese principal dos autores do artigo publicado no Valor Econômico. A agricultura brasileira precisa se modernizar, adequar-se aos novos desafios tecnológicos, criar mecanismos eficientes de antecipação de cenários e de avaliação de resultados.

            Para isso, é preciso, em primeiro lugar, conectar o campo à cidade. Mais uma vez, o agronegócio é uma fronteira de conhecimentos e oportunidades, capaz de gerar renda, emprego e divisas, de forma sustentável, para um contingente cada vez maior de profissionais. A disponibilidade de terras não é a mesma de 20 anos atrás, o que nos deixa, como opções de crescimento no campo tecnológico, o aumento da produtividade, a integração de cultivos, a segunda safra - chamada safrinha, que não é mais safrinha, mas uma grande safra - e, no campo operacional, melhorias urgentes e essenciais na infraestrutura e nas normas jurídicas.

            Na infraestrutura, Sr. Presidente, porque, na semana passada, eu fiz um pronunciamento falando da armazenagem, da infraestrutura de armazéns, que o Governo lançou agora um programa de R$26 bilhões, junto ao BNDES, Bando do Brasil, Caixa Econômica e outros bancos, para financiar a estocagem e armazenagem da nossa produção.

            Da mesma forma, os nossos portos, as nossas rodovias, as nossas hidrovias, as nossas ferrovias, tudo isso precisa ser incrementado para escoar a nossa produção.

            Para ocupar a posição que a FAO nos reserva, a de responsáveis por fornecer 40% da demanda suplementar de alimentos nas próximas décadas, o Brasil precisa encarar a agricultura de uma forma mais sistematizada, agregando mais referenciais científicos capazes de guiar nosso crescimento.

            Para produzir mais 100 milhões de toneladas de grãos, nos próximos 20 anos - é isso que a FAO está pedindo -, o Brasil precisa se valorizar enquanto potência agrícola perante sua própria juventude, interessar esses jovens profissionais dos desafios do agronegócio, engajá-los na busca de soluções para os nossos gargalos, envolvê-los na exploração plena do nosso potencial agrícola.

            Em resumo, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é hora de escolhermos o futuro que queremos ter no cenário mundial do agronegócio. Temos todas as condições de assumirmos um papel de liderança indiscutível nessa área tão fundamental para o bem-estar da humanidade. Basta adotarmos as atitudes corretas e assumirmos nossa vocação agrícola, não como um sintoma de atraso, mas como uma oportunidade de crescer com sustentabilidade, inovação tecnológica e relevância estratégica e política.

            Eram essas, Sr. Presidente, as minhas palavras.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/10/2013 - Página 67528