Discurso durante a 193ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do comparecimento de S. Exª à Sexta Bienal Internacional do Livro de Alagoas.

Autor
Renan Calheiros (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AL)
Nome completo: José Renan Vasconcelos Calheiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO, IMPRENSA.:
  • Registro do comparecimento de S. Exª à Sexta Bienal Internacional do Livro de Alagoas.
Publicação
Publicação no DSF de 01/11/2013 - Página 78343
Assunto
Outros > SENADO, IMPRENSA.
Indexação
  • REGISTRO, COMPARECIMENTO, ORADOR, FEIRA DO LIVRO, AMBITO INTERNACIONAL, ESTADO DE ALAGOAS (AL), COMENTARIO, OBRAS, AUTOR, REGIÃO, ANUNCIO, DOAÇÃO, SENADO, LIVRO, EDIÇÃO, FORMA, ENFASE, LEITURA, PESSOA DEFICIENTE, CEGO.

            O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Maioria/PMDB - AL. Sem apanhamento taquigráfico.) - Com muito orgulho e satisfação compareci à Sexta Bienal Internacional do Livro de Alagoas, especialmente pela homenagem que é feita neste ano aos escritores do nosso Estado e a Portugal.

            Dos escritores alagoanos, de tão grande expressão nacional e até internacional, gostaria de citar apenas alguns, nas breves palavras que irei proferir. Muito nos honra ser conterrâneos de Ledo Ivo, de produção múltipla como jornalista, poeta, romancista, contista, cronista e ensaísta. Orgulho temos de saber alagoano o célebre jurista Pontes de Miranda, talvez o maior dentre todos os brasileiros, que muito além dos livros de Direito escreveu também obras no campo da Matemática, da Sociologia, da Psicologia, da Política, e ainda poesia e filosofia. Ternos também de nos lembrar de Jorge de Lima, que além de poeta, romancista, biógrafo, ensaísta, tradutor e pintor, foi ainda poeta e romancista. Por fim, o grande Graciliano Ramos, sobre o qual temos todos nós alagoanos o dever de conhecer, reverenciar e nos espelhar sempre, pelas inúmeras qualidades como escritor e pensador. Dele quero ressaltar a idéia de que a palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso, mas feita para dizer. Dele quero lembrar o apuro e primor de sua escrita, econômica em adjetivos, porém rica em significados. Que o vasto cabedal de conhecimento, de Graciliano Ramos, e de tantos outros ilustres escritores alagoanos nos seja sempre fonte de inspiração e motivo de orgulho.

            Grande alegria tenho hoje também de comunicar o lançamento da reedição, pela editora do Senado Federal, da obra de outro grande escritor alagoano que é Pedro Mota Lima. Registro e saúdo, com muita satisfação, a presença entre nós do jornalista André Motta Lima, neto de Pedro Motta Lima. Fábrica de Pedra, que nos conta a saga de Delmiro Gouveia, um dos pioneiros da industrialização do país no aproveitamento do seu potencial hidroelétrico, encontra-se disponível no estande do Senado Federal. Está sendo vendido a preço de custo, para que fique acessível ao maior número possível de pessoas. Peço licença para pegar emprestadas as palavras da professora e antropóloga alagoana Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barras, em seu prefácio a este volume: "A reedição desta obra integra, de forma qualificada, científica e literariamente, as comemorações do centenário de criação do maior empreendimento modernizador do sertão na primeira década do Século 20, em 2012, do Centenário de Angiquinho e do Sesquicentenário de Delmiro Gouveia, em 2013, e dos 100 anos da inauguração da Fábrica da Pedra, em 2014". A professora Luitgarde, doutora em Ciências Sociais e pós-doutora em Antropologia e em Ciência da Literatura, construiu um prefácio que nos abre o apetite para a leitura da obra de Pedro Motta Lima.

            Chamo a atenção para o posfácio desta reedição, de autoria do professor Edvaldo Nascimento, mestre em Educação Brasileira pela Ufal. São onze páginas de texto e ilustrações que acrescentam substância à história de Delmiro Gouveia e da Fábrica de Pedra, e nos ajudam a situar e compreender toda a aventura do grande empreendedor e a entender melhor a trajetória da Fábrica de Pedra, de sua fundação em 1914, a venda em 1926 aos Irmãos Menezes, que ficam no comando durante 60 anos, até a compra pelos mineiros da Cataguazes Leopoldina, e finalmente, em 1992, a transferência para o Grupo Carlos Lyra, aqui representado por Fernando Farias e Cicinha. Edvaldo Nascimento também está lançando, nesta Bienal, seu livro Delmiro Gouveia e a Educação na Fábrica de Pedra.

            Outra importante obra editada pelo Senado está disponível, também a preço de custo: é A Presença Holandesa - A História da Guerra do Açúcar Vista por Alagoas, de Douglas Apratto Tenório. Dentro da idéia de preservar o acervo histórico e artístico de Alagoas, este volume registra com riqueza de fotos, mapas e ilustrações a presença dos holandeses no território no qual hoje se localiza o nosso Estado. E também nos conta um pouco dos engenhos e casas-grandes que serviram para criar a riqueza de nosso Estado e, que deixou marcas profundas e indeléveis na nossa formação histórica e cultural.

            Nesta ocasião, não poderia deixar de falar também um pouco de Portugal, país homenageado nesta edição de nossa bienal, país que também devemos gratidão pela herança cultural que nos deixou. A começar pela nossa língua, o português, a quem o poeta Olavo Bilac descreveu como a última flor do Lácio. Sei que a tônica da homenagem àquele país serão os trovadores portugueses, oriundos de um movimento que surgiu no Sul da França, durante a Idade Média, responsável pela produção poética daquela época. Quero lembrar a vocês de uma série de publicações técnicas do Senado sobre legislações de interesse geral, tal como captação de recursos e incentivos, sobre pesca, tráfico de pessoas, Estatuto do Desarmamento e do Estrangeiro, que também se encontra a venda a preço de custo.

            Muita satisfação tenho ainda de comunicar a doação do Senado de uma série de edições técnicas em Braille, à Escola de Cegos Ciro Accioly e à Associação de Cegos de Alagoas. Dessa forma estamos contribuindo para que todos tenham acesso a obras de grande valor para o conhecimento da cultura de nosso país.

            Por fim, reverenciando mais uma vez a riqueza da cultura alagoana, e a beleza da língua portuguesa valho-me novamente do nosso conterrâneo Graciliano Ramos. Podemos entender que ele amava a linguagem clara, objetiva, pois somente assim poderemos descobrir nas palavras a magia dos sentidos, tal como nos recomenda o slogan da nossa bienal.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/11/2013 - Página 78343