Pela Liderança durante a 164ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à postura do Governo Federal no combate à corrupção pública.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Críticas à postura do Governo Federal no combate à corrupção pública.
Publicação
Publicação no DSF de 25/09/2013 - Página 65761
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, EXCESSO, CORRUPÇÃO.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ouvi atentamente o discurso do Senador Pedro Simon. Fiquei pensando, ali, na minha cadeira, no quanto este País padece, no quanto as classes menos favorecidas estão abandonadas, no quanto a corrupção avançou neste País.

            É incrível! Há dez anos, quando uma revista ou um jornal publicava um fato pequeno de corrupção, a repercussão era enorme. Hoje, a roubalheira publicada no Ministério do Trabalho quase não é ouvida pela sociedade, porque a coisa viciou no Brasil. Hoje, corrupção é um fato normal no Brasil. Neste País, pelo que se viu dos mensaleiros, meu querido Pedro Simon, o nosso Procurador-Geral da República vai ter muito trabalho, porque o problema não é o Ministério Público, mas quem julga e quem está sendo julgado. Quando quem está sendo julgado tem prestígio no País, é apadrinhado do Governo, não vai para a cadeia neste País. Eu duvido! Eu aposto com quem quiser! Ponho em jogo o meu mandato se Dirceu for preso. Eu duvido que Dirceu vá preso! Aposto o meu mandato com quem quiser! Duvido que o Genoíno vá preso.

            Então, Pedro, essa é a questão do nosso País. O Janot pode ter até boa vontade ao assumir o compromisso de combater a corrupção, mas ela está impregnada. É aquele exemplo que citei, aqui, nesta tribuna, daquela mulher pobre que foi a uma padaria e a sua filha - isto eu vi - lhe pediu um pão. A mãe não tinha dinheiro para comprar um pão, meus queridos vaqueiros do Brasil. E aquela senhora roubou o pão, tirou o pão da padaria e foi presa por mais de 100 dias. Por mais de 100 dias!

            Os ricos, os poderosos, os apadrinhados do Governo não vão para a cadeia.

            Inventaram o tal “recurso infringente” para salvar aqueles que roubaram a Pátria e que não deixam a Pátria crescer. Ora, não têm dinheiro para dar para os aposentados... Lógico que não têm dinheiro para dar para os aposentados: a roubalheira é muito grande neste País!

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Quem sofre são vocês! São vocês, trabalhadores do campo, pobres que só veem na televisão, mas que não veem nenhum rico ir para a cadeia.

            E o governo - sinceramente, minha querida Presidenta! - passando a mão na cabeça de tudo isso, vendo o País ser derrotado, vendo a miséria e mentindo que no País não há pobreza - e mentindo descaradamente!

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Agora, pergunto: qual foi o projeto de grande relevância que fez a Presidenta da República? Nenhum! Só protegeram a corrupção, só esconderam os ladrões, só mexeram nos bastidores para que aqueles que receberam tanto dinheiro...

            Calculem, trabalhadores, em quanto este País já foi roubado. O quanto, em dez anos, já levaram deste País? Em quanto surrupiaram dos cofres públicos? Quem pode acreditar neste País? Quem pode acreditar na Justiça deste País?

            As cadeias estão cheias. Contem quantos ricos há lá dentro, quantos políticos há lá dentro. Contem! Tentem achar um. Eu quero um, um só petista preso - um! Eu só quero, Presidente, que me mostrem um petista preso!

            Vou descer, Presidente.

            Agora, meus queridos vaqueiros, vocês podem sofrer...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - E sabem por quê? Porque vocês são pobres. Se vocês cometerem um desatino, um pequeno deslize, vocês vão para cadeia. Mas aqueles ministros, chefes de gabinete, presidentes de partido, que roubaram tanto o Brasil, nenhum deles - isso tudo que está acontecendo é palhaçada - vai para a cadeia. Nenhum! Nenhum! E vocês, lá, no campo, sofrendo, pensando no almoço e no jantar, pensando na dívida, pensando no remédio que têm que comprar para o filho, vaqueiros brasileiros.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Esta é Pátria de hoje, vaqueiros brasileiros! Esta é a Pátria de hoje!

            Já vou terminar.

            Lutem! Lutem pela Pátria. Lutem por vocês. Parabéns por terem vindo aqui olhar o que é isto. Vocês vão ver que ainda tem gente contra vocês. Observem. A Pátria observa; a Pátria deve observar quem são aqueles que entregam o Brasil, quem são aqueles que mentem para o País. O País se encontra em situação difícil porque foi levado a uma roubalheira que em tempo nenhum da sua história aconteceu.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Ao descer, Presidente, sem nenhum exibicionismo, quero dizer que essa é a classe que merece o nosso respeito e a nossa admiração, porque aqui estão os verdadeiros brasileiros, aqueles que ganham o seu pão de cada dia com honestidade, lutando e pensando nos seus filhos e na sua família.

            Muito obrigado.

            Parabéns! O meu voto é de vocês.

            (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/09/2013 - Página 65761