Pela ordem durante a 164ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Encaminhamento de requerimento de homenagens de pesar pelo falecimento do ex-Deputado José Cicote.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Encaminhamento de requerimento de homenagens de pesar pelo falecimento do ex-Deputado José Cicote.
Publicação
Publicação no DSF de 25/09/2013 - Página 65912
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, REQUERIMENTO, ASSUNTO, VOTO DE PESAR, MORTE, EX-DEPUTADO, EX PREFEITO, MUNICIPIO, SANTO ANDRE (SP), ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, VIDA PUBLICA, PESAMES, FAMILIA.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco Apoio Governo/PT - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, encaminhei à Mesa o requerimento de inserção em ata de voto de pesar pelo falecimento do ex-Deputado e ex-vice-Prefeito de Santo André, José Cicote, fundador do PT, no último sábado, dia 22 de setembro, aos 76 anos, bem como apresentação de condolências a sua mulher, Ignês, aos quatro filhos Almir, Meire, Edilson e Denilson, e aos cinco netos.

            Natural de Polone, região de São José do Rio Preto, Cicote trabalhou na lavoura até os 23 anos, quando se casou. Em 1963, mudou-se com a família para São Bernardo, onde foi motorista no Moinho São Jorge. Depois, passou para a Pirelli, onde iniciou a militância sindical.

            Entre 1972 e 1980, foi diretor do sindicato da categoria em Santo André. Anos mais tarde, acabou preso ao lado de outros líderes durante a ditadura militar. Passou 21 dias no DOPS.

            Conheci José Cicote quando ele era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, antes mesmo de eu ser Deputado Estadual. Tornei-me seu amigo e companheiro de ideais. Estive em sua casa, conheci sua família.

            Quando ele, Lula e outros líderes sindicais ficaram presos no DOPS e foram indiciados na Lei de Segurança Nacional, eu era Deputado Estadual pelo MDB. Entrevistei todos os 13 sobre suas vidas e fiz um pronunciamento contando suas biografias na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

            Em 10 de fevereiro de 1980, convidado por aqueles sindicalistas, junto com Cicote, Lula e tantos outros, inclusive Sérgio Buarque de Holanda, participei da fundação do PT. Cicote, um dos principais articuladores, integrou a primeira executiva nacional de nosso partido.

            Em entrevista à Folha de S.Paulo, em 2002, ele contou que nem mesmo a sua mulher, Ignês, acreditava na criação da sigla.

            Disse: “Cheguei em casa e falei para ela: ‘Estamos pensando em fundar um partido, o que você acha?’”

            Ela: “Quá-quá-quá”. Quase morreu de rir. “Vocês nem conseguem manter um sindicato!”

            Na década de 80, Cicote assumiu o comando do PT em Santo André e do diretório estadual. Exerceu dois mandatos de deputado estadual, um federal, foi vice-prefeito de Celso Daniel.

            O Prefeito Carlos Grana acompanhou o sepultamento e ressaltou o grande sindicalista que foi José Cicote. "Santo André está de luto. Ele foi uma pessoa importante para a história do sindicalismo, do PT e da cidade”, disse Carlos Grana.

            O Vereador Almir Cicote, comovido, enalteceu o legado de seu pai. “Ele foi um lutador. Sempre com postura ética, seja como sindicalista ou político”, disse o seu filho Almir.

            O ex-Prefeito João Avamileno recordou que se filiou ao PT, no início da década de 1980, por influência do ex-correligionário. “Eu o conheci no chão de fábrica, em 1965. Ele teve uma trajetória política como poucos tiveram”.

            Prezado Presidente Paulo Paim, José Cicote foi um dos nossos grandes companheiros, líder sindical e é um dos principais líderes do PT em Santo André, no ABC, em São Paulo, e no Brasil.

            O nosso abraço a todos os companheiros de Santo André, em especial à Inês e aos seus filhos e netos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/09/2013 - Página 65912