O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Maioria/PMDB - AL. Sem apanhamento taquigráfico.) - O Senado Federal tem feito importantes resgates sociais no ano de 2013. Iniciamos o primeiro semestre dos trabalhos estendendo todos os direitos trabalhistas aos empregados domésticos. Tanto o projeto quanto sua regulamentação já foram deliberadas pelo Senado Federal e aguardam a votação dos Srs. Deputados. Tratava-se de uma dívida histórica com esta categoria de trabalhadores que trabalham dentro de nossas casas e a justiça, a igualdade, como se sabe, começa sempre em casa.

            Agora estamos quitando uma outra dívida, igualmente centenária com outra classe de trabalhadores brasileiro: os vaqueiros. Eles foram cantados em verso e prosa pelos maiores nomes da literatura nacional, que são os vaqueiros do Brasil.

            É um reconhecimento histórico a uma profissão que foi esquecida pela legislação, mas que agora terá todos os direitos das demais atividades. A lida com o gado é antiga quanto o Brasil e, embora o reconhecimento seja tardio, é importante para que esta profissão, sinônimo de fibra e perseverança, não seja extinta.

            A espera pela regulamentação da profissão de vaqueiro no Brasil tem pelo menos 28 anos, embora a atividade exista desde a época colonial e seja fartamente descrita na literatura nacional.

            Entre 2012 e 2013, Washington Queiroz, antropólogo e poeta baiano, realizou um trabalho sobre o número de núcleos de vaqueiros em atividade atualmente. São esses núcleos que organizam eventos como as vaquejadas no interior dos estados nordestinos.

            O antropólogo Washington Queiroz lembra que o primeiro vaqueiro citado pela História do Brasil é Pedro de Ambrosia, também o primeiro a receber de Thomé de Souza, governador geral que fundou Salvador, em 1549, pagamento por cuidar do gado trazido para a colônia.

            Este pequeno passo do Senado Federal vai contribuir e muito para que esta profissão não seja lembrada com nostalgia pelos poetas futuros. Regulamentando a profissão, garantindo os direitos trabalhistas dos vaqueiros, estamos perpetuando uma profissão que tem a expressão do Brasil

            Muito obrigado.