Pronunciamento de Vanessa Grazziotin em 02/10/2013
Comunicação inadiável durante a 170ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comentários sobre a criação da Procuradoria da Mulher no Senado Federal.
- Autor
- Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
- Nome completo: Vanessa Grazziotin
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Comunicação inadiável
- Resumo por assunto
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SENADO, SAUDE.
DIREITOS HUMANOS, FEMINISMO.:
- Comentários sobre a criação da Procuradoria da Mulher no Senado Federal.
- Publicação
- Publicação no DSF de 03/10/2013 - Página 68609
- Assunto
- Outros > SENADO, SAUDE. DIREITOS HUMANOS, FEMINISMO.
- Indexação
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- REGISTRO, SENADO, LANÇAMENTO, CAMPANHA, PREVENÇÃO, DOENÇA GRAVE, CANCER, VITIMA, MULHER.
- REGISTRO, INAUGURAÇÃO, PROCURADORIA, MULHER, LOCAL, SENADO, OBJETIVO, LUTA, EMANCIPAÇÃO, FEMINISMO, DIREITO A IGUALDADE, COMBATE, VIOLENCIA.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente, Senador Jorge Viana, Srs. Senadores, companheiros e companheiras.
Sr. Presidente, com muita alegria venho a esta tribuna, novamente com um laço cor-de-rosa, para registrar primeiro...
O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Eu queria dizer que hoje o Presidente Renan está com a gravata cor-de-rosa, o Romero Jucá e todos os colegas, desde ontem, estão no lilás, no rosa.
Foi fantástica essa ideia que as Srªs Senadoras e todos trouxeram de chamarmos a atenção de tudo e de todos para o prédio do Senado, do Congresso Nacional, que é um dos prédios mais fotografados do Brasil, para essa questão do câncer de mama. Eu acho que é assim que...
Eu falei ontem aqui: na forma e no conteúdo foi acertado. No conteúdo, porque é uma causa da mulher e todos nós temos que nos somar a isso. São muitas vítimas, o centro das famílias perdido. E, na forma, porque se há uma maneira eficiente de comunicação é essa, que chama a atenção. “Por que está rosa?” Hoje todo mundo pergunta. Eu pus na minha rede social a foto. Deu uma repercussão enorme. Então, parabéns!
Eu falei ontem da sua luta, que é minha também e de outros. Pena que são tão poucas mulheres na política brasileira, mas ainda dá tempo, gente. Até o dia cinco, dá para se filiar e estar credenciada para ser candidata.
Desculpe-me ter interrompido V. Exª.
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Imagine. O Senador apenas ilustra e, em poucas palavras, abordou tudo aquilo que devo abordar agora, razão pela qual subo à tribuna, neste momento, Sr. Presidente.
Eu iniciava dizendo que venho aqui, mais uma vez, muito feliz, novamente com um laço cor-de-rosa - e V. Exª também, o Senador Humberto Costa com a camisa cor-de-rosa -, para falar de dois eventos importantes que aconteceram, Senador Davim, ontem e hoje, aqui no Senado.
Ontem, o Senado, por uma iniciativa da Senadora Ana Amélia, procedeu formalmente, às 12 horas e 30 minutos, aproximadamente, com um ato singelo, ocorrido na sala de reuniões da Presidência do Senado, à abertura dos eventos relativos ao Outubro Rosa.
O Outubro Rosa, que acontece não só no Brasil, mas num grande número de países, tem como objetivo alertar não só as mulheres em particular, mas a sociedade como um todo para a necessidade de prevenção do câncer de mama, que é o câncer que mais mata mulheres em nosso País.
Sr. Presidente, os atos de ontem foram três: ao meio-dia, o lançamento da campanha por parte do Senado; às 18h, o acendimento das luzes cor-de-rosa, também com um ato maravilhoso, uma banda como o Olodum tocando, o Coral do Senado cantando na rampa, uma coisa belíssima! Contou com a presença do Presidente da Casa e de muitas Senadoras e Senadores, Deputadas e Deputados. Depois tivemos outro ato, com a abertura de exposição aqui na galeria do Senado Federal. Para aqueles que ainda não visitaram, seria importante que fizessem uma visita. É uma exposição fotográfica com 20 modelos mulheres, entretanto, modelos diferentes, mulheres que foram, todas elas, mastectomizadas, Sr. Presidente, e que hoje dispõem de sua militância, de seu tempo para lutar contra o câncer de mama e assim ajudar a sociedade brasileira como um todo, as mulheres a se prevenir com relação a uma doença que se, por um lado, pode ser fatal, por outro lado, sendo diagnosticada precocemente, pode ser curada com tratamento simples, se assim posso dizer, Sr. Presidente.
Ontem fizemos essas atividades. Hoje, aproveitando já essa mobilização de mulheres, mas de homens também, inauguramos - e V. Exª registrou isso na abertura: estava a caminho do evento, e teve de se dirigir a outra atividade... Contamos com a participação do Presidente Renan Calheiros, com a participação do 2º Vice-Presidente, Senador Romero Jucá, da Senadora Angela Portela, que também faz parte da Mesa-Diretora, de vários Senadores e Senadoras. Quero destacar a presença do Senador Moka, Presidente da Comissão de Assuntos Sociais da Casa, que lá compareceu também, da Senadora Maria do Carmo, que nos ajudou, inclusive, na organização, muitas Deputadas Federais, como Rosinha da Adefal, representando a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados.
Esse evento que nós realizamos foi para a inauguração da sala da Procuradoria Especial da Mulher no Senado Federal e também do link da página da Procuradoria da Mulher no site do Senado, ou seja, na página do Senado na internet.
São eventos importantes.
(Interrupção do som)
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Sr. Presidente, falarei neste tempo restrito que V. Exª me concede.
Quero mais uma vez destacar a importância de termos criado a Procuradoria da Mulher aqui no Senado Federal, lembrando que, ainda no ano de 2009, a Câmara dos Deputados criou a Procuradoria por meio de um projeto de resolução aprovado no plenário daquela Casa.
Neste ano, a Procuradoria da Mulher da Câmara dos Deputados foi incluída em um novo sistema organizacional chamado Secretaria da Mulher, em que estão a Procuradoria da Mulher e a Coordenação da Bancada feminina.
Apesar, Senador Suplicy, de as mulheres, na Câmara Federal, participarem, ocuparem número de cadeiras, em percentual, inferior ao do Senado Federal, pelo número de Deputadas - 45 Deputadas -, a mobilização das mulheres Deputadas Federais tem sido muito importante.
Neste ano, com o compromisso do Senador Renan ainda quando candidato a Presidente da Casa e, posteriormente, a aprovação unânime do projeto de resolução, criamos a Procuradoria da Mulher.
Para que serve, Srs. Senadores, a Procuradoria da Mulher?
Para responder, digo basicamente o seguinte: há muito tempo o Brasil disponibiliza um Ministério, que é a Secretária de Políticas para as Mulheres, que tem status de Ministério, para cuidar das questões de gênero. É uma política transversal que tem de estar presente em todas as políticas públicas brasileiras.
Os Estados e os Municípios brasileiros também têm as suas secretarias estaduais e municipais de políticas para...
(Soa a campainha.)
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) -...as mulheres e os seus conselhos.
E o Poder Legislativo? E o Poder Legislativo, Senador Jorge Viana? Até então, não disponibilizava uma estrutura institucional oficial, através da qual nós, mulheres e homens também, pudéssemos travar a luta pela emancipação, a luta pela igualdade de direitos.
Então, a Procuradoria tem exatamente este objetivo: trabalhar no Senado, mas também trabalhar para o Brasil, ajudando na luta contra a violência, por um atendimento integral à saúde da mulher, na luta por salários iguais dentro do mercado de trabalho, porque, infelizmente, as mulheres recebem aproximadamente 27% a menos nos seus salários do que recebem os homens, muitas vezes para dispor de um trabalho igual...
(Interrupção do som.)
A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Se V. Exª me permitir, somente um minuto para concluir.
Muito obrigada, Senador Jorge Viana. (Fora do microfone.)
Então, a Procuradoria tem esse objetivo de ajudar na luta das mulheres.
Neste mês de outubro, nós estamos envolvidas com o Outubro Rosa e também com uma outra campanha cujo tema, Senador Jorge Viana, é “Mulher, tome partido. Filie-se.” em um partido político para ser candidata a governadora, candidata a Deputada Federal, candidata a Deputada Estadual, candidata ao Senado.
Ano que vem, em 2014, teremos eleições gerais no Brasil. A legislação determina que 30% das chapas têm que ser compostas por gêneros diferentes, ou seja, nenhum dos gêneros, nem homem nem mulher, pode ocupar uma chapa de candidaturas com percentual superior a 70%. Entretanto, poucas são as mulheres que procuram filiação partidária. Estamos nessa campanha.
Essa campanha terá encerramento no próximo dia 5. Hoje já estamos no dia 2. Dia 5 encerra-se a primeira etapa da campanha, porque também se encerra o período de filiação para aqueles que pretendem ser candidatos nas próximas eleições.
Mas, na sequência, nós continuaremos e lançaremos a outra etapa da campanha, que é de convencimento, Senador Suplicy, da necessidade de dividir a sociedade brasileira, nos seus espaços, também em dois. A sociedade é formada por metade de homens e metade de mulheres. E é difícil. A gente vê que essas mulheres não ocupam, principalmente, posições de poder, posições que determinam decisões importantes, como no Parlamento. Dez por cento é um número com o qual não podemos mais conviver.
Então eu quero, por intermédio de V. Exª, que dirige a sessão, agradecer à Mesa Diretora pelo total apoio que tem dado à luta das mulheres e agradecer também a todos aqueles que compareceram ao evento hoje.
Muito obrigada.