Discurso durante a 192ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao centenário do Deputado Manoel França Campos.

Autor
José Sarney (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: José Sarney
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao centenário do Deputado Manoel França Campos.
Publicação
Publicação no DSF de 31/10/2013 - Página 77076
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, EX-DEPUTADO, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), ATUAÇÃO, APOIO, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.

            O SR. JOSÉ SARNEY (Bloco Maioria/PMDB - AP. Com revisão do orador.) - Será um minuto, Senador.

            Sr. Presidente, eu quero registrar que ontem foi o centenário do Deputado Manoel França Campos. E quero fazer esse registro, justamente porque o conheci. Ele foi meu colega, meu companheiro e meu amigo no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro, quando fomos Deputados na legislatura de 1955 e na legislatura de 1959.

            França Campos era natural de Diamantina, um Deputado mineiro. Ele era muito amigo e correligionário do Presidente Juscelino Kubitscheck, a quem emprestava grande lealdade e a quem representava na Câmara do Palácio Tiradentes.

            Ele também teve uma destacada atuação, naquele tempo, na lei que aprovou a mudança da capital para Brasília. Ele era quase que o porta-voz do Presidente: levava os anseios do Presidente Juscelino em relação ao ideal de transferir a capital para Brasília.

            França Campos se distinguia muito pela sua posição dentro do plenário da Câmara dos Deputados. Ele era brilhante. Foi Vice-Líder do PSD naquele tempo.

            Ele tinha formação de advogado e era filho de Dona Noemi Miranda Campos e de José Justino Campos.

            Foi Deputado Estadual em Minas Gerais na legislatura de 1950-1955, exercendo também a liderança do PSD ali, quando foi presidente do diretório regional de 1954 a 1960.

            Como eu disse, ele foi Deputado Federal nas legislaturas de 1955-1959 e 1959-1963 e, em 1958, foi Vice-Líder. No final de 1960, ele renunciou, num gesto de lealdade ao Presidente Kubitscheck, ao seu mandato, para que assumisse o Deputado Clóvis Salgado, que fora Governador de Minas e Ministro da Educação, e que, sem dúvida alguma, foi um auxiliar importantíssimo do Presidente Juscelino. Depois da renúncia, ele assumiu o cargo de Procurador junto ao Tribunal de Contas do Distrito Federal.

            O França Campos foi funcionário da Prefeitura de Belo Horizonte, em 1929; funcionário da Biblioteca Estadual, de 1934 a 1935; advogado da Prefeitura de Belo Horizonte; Presidente da Caixa Econômica Federal de Minas Gerais, de 1951 a 1954; membro da Delegação Brasileira à XIV Assembleia da ONU, em 1959.

            Publicou também três livros: Terceiro Marco; Brasília na Conjuntura Brasileira; e Locação de Imóveis.

            Foi casado com Wanda Decat França e teve quatro filhos: Marcos, Angela Aparecida, Rosana e a jornalista Mara Amaral, essa encantadora criatura tão expressiva na sociedade brasiliense, esposa do também jornalista Gilberto Amaral, que é uma representação da tradição jornalística de Brasília, tendo sido o primeiro grande jornalista do Correio Braziliense e até hoje se mantendo na sua profissão com o brilhantismo que todos nós reconhecemos.

            França Campos foi um homem marcado pela convivência. Ele era discreto e fiel, como é comum aos mineiros. Podemos dizer que ele tinha as virtudes mineiras. E, nessa qualidade, foi notabilizado, como eu já disse, por essa contribuição estreita que ele tinha com o Presidente Juscelino. Essa proximidade se refletiu tanto em sua vida pública quanto em sua vida pessoal.

            Eu peço à Mesa que faça registrar nos Anais.

            Agradeço ao Senador Mário Couto a gentileza de permitir que eu lhe tomasse esses minutos para fazer esta homenagem, que é do coração, a um amigo meu, companheiro de Parlamento. Naquele tempo, eu estava na casa dos 20 anos, ele na dos trinta, de maneira que era um momento em que se vibrava em um Congresso, como era o Palácio Tiradentes, e se discutia profundamente a mudança da capital para Brasília.

            França Campos era um defensor e um amigo do Presidente Kubitschek, um exemplar e leal amigo, e todos respeitavam essa lealdade que ele tinha ao Presidente.

            Faço este registro para que não se esqueçam, para que a memória desta Casa, a memória nacional não se esqueça desses políticos que tiveram o seu tempo e honraram, com os seus mandatos, a vida pública deste País.

            Muito obrigado, Senador Mário Couto.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/10/2013 - Página 77076