O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT-AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Agradeço, caro Senador que preside esta sessão, Paulo Paim. Quero agradecer também ao Senador Randolfe Rodrigues.

            Venho à tribuna cheio de energia, caro Senador Paim - e estava, agora há pouco, mostrando-lhe as fotos...

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT-RS) - Lindas fotos do povo indígena.

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT-AC) - ... para agradecer a acolhida que eu e meu irmão, o Governador Tião Viana, a Marlúcia e alguns sortudos amigos, como eu digo, tivemos do povo Yawanawá, na cabeceira do Rio Gregório. São duas horas em um avião pequeno, desde Rio Branco, depois mais uma hora de carro e mais sete horas de canoa. Passei três dias de muita felicidade, bem no coração da floresta, com um povo que tem uma tradição. Voltei depois de 10 anos; eu havia ido lá, ainda quando governador, por duas vezes, no começo desse Festival de Cultura Yawanawá. E, lá, participei também da inauguração de uma marcenaria comunitária coordenada pelo Secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Acre, Edvaldo Magalhães, com a presença do Vice-Governador César Messias e, obviamente, do Governador Tião Viana e das lideranças locais.

            Então, eu queria daqui, da tribuna do Senado, agradecer ao líder do povo Yawanawá, o Bira, o filho dele, o Shaneihu, o Zezinho Kashinawá, e todo aquele povo, às mulheres, aos homens, dizendo que me deram muita felicidade em poder participar do festival, dos ritos, da cultura, da religiosidade do povo Yawanawá. De fato, estou cheio de energia, porque estou trazendo para cá a força da floresta e do povo da floresta.

            Então, fica aqui, nos Anais do Senado, o meu agradecimento ao povo Yawanawá e a Deus também pelo privilégio que me deu de ter feito essa viagem tão extraordinária na minha vida e poder ver a melhoria da qualidade de vida desse povo.

            Quero também, daqui da tribuna, agradecer ao Prefeito Tonheiro, do Município do Bujari, a toda a população, aos Vereadores, a todos que compõem a Frente Popular, a população do Município do Bujari, porque, nesse final de semana, Senador e Presidente Paulo Paim, conseguimos, com a ajuda da equipe do meu gabinete em Rio Branco, implantar mais um conselho do meu mandato. Estou implantando em cada município um conselho do mandato de pessoas dos mais diferentes segmentos sociais, não só de petistas, de aliados políticos, mas de pessoas que até nem são filiadas, mas que criam um conselho e se reúne, pelo menos uma vez por ano, para, como o nome diz, me aconselhar e, ao mesmo tempo, fazer o melhor uso deste mandato que o povo acreano me conferiu.

            Sei que o Senador Aníbal dessa vez não pode estar comigo, mas em outras oportunidades o meu colega Aníbal, certamente, vai estar junto, mas eu queria cumprimentar. Fiz uma reunião histórica com aliados do Governador Tião Viana no Município do Bujari; a Frente Popular, pela primeira vez, se reuniu naquela configuração, pessoas que têm diferenças históricas, políticas, mas que se reuniram em função dos interesses do Município.

            Eu queria também cumprimentar todos os companheiros do PT que me acolheram tão bem naquele Município tão especial para mim e para a minha família, que é o Município do Bujari.

            Mas, aí, Sr. Presidente, eu queria ainda fazer mais um registro.

            Graças à Presidenta Dilma, à coragem dela de criar o Programa Mais Médicos, eu posso vir à tribuna hoje para fazer também um terceiro agradecimento à Presidenta Dilma pela chegada dos primeiros médicos do programa ao Acre. Foram mais de trinta profissionais, uma parcela deles cubanos, que chegaram ao Acre, foram bem recebidos, renovaram a confiança da população de muitos Municípios do Acre de que vamos ter melhoras mais significativas na saúde.

            Queria cumprimentar o Governador Tião Viana, os prefeitos, no caso o prefeito de Rio Branco, Marcos Alexandre, também a Secretária de Saúde do Estado e do Município, por conta da chegada desses médicos.

            Quatro deles vão trabalhar em distritos indígenas. Nós não temos médicos brasileiros que queiram, ou pelo menos são muito poucos aqueles que aceitam viver e conviver em comunidades de populações tradicionais, em lugares distantes. Não é porque não gostam; é porque também têm outras opções. E eu não tenho dúvida de que o Programa Mais Médicos vai nos ajudar a resolver situações gravíssimas com essa.

            Então as comunidades indígenas - e acabei de fazer uma viagem como essa - terão agora também médicos. Quatro dos que chegaram ao Acre vão trabalhar nos distritos, nas comunidades indígenas.

            Então chegaram, dessa vez, um médico para Assis Brasil, dois para Brasileia, um para Capixaba, três para Cruzeiro do Sul, quatro para o Distrito Sanitário Especial Indígena; Sena Madureira, dois; Tarauacá, dois; Feijó, dois; Rio Branco, treze.

            Então, eu queria muito cumprimentar a Presidenta Dilma, o Ministro Alexandre Padilha, toda a equipe do Ministério, e também, ao mesmo tempo, o Governador Tião Viana pela busca incessante de fazer com que a saúde do Acre possa melhorar.

            E, por fim, para concluir, Presidente Paim, fazer um registro, como já fez o meu colega Humberto Costa, o Senador Anibal e vários colegas hoje. Hoje nós estamos celebrando 10 anos do Bolsa Família. Dei entrevistas a respeito; sei que foi uma série de obstáculos que tiveram que ser transpostos para que pudéssemos chegar a poder dizer da tribuna, como já fez o ex-Ministro Humberto Costa, que nós temos o maior, o mais eficiente programa de inclusão social executado no mundo, em todos os tempos. Devemos isso, sim, a um partido, que é o nosso partido, Presidente Paim, a um apoiamento político, a figuras como o Presidente Lula e a muitos que passaram na área social do nosso governo e no Ministério, seja no governo do Presidente Lula, como da Presidenta Dilma.

            Mas, se não fosse a decisão política do Presidente Lula, da Presidenta Dilma, nós não estaríamos celebrando esse programa que incluiu, que estendeu a mão para 50 milhões de brasileiros, que estendeu a mão para mais de 12 milhões de famílias. Mais de 75% das mulheres que recebem o Bolsa Família têm trabalho, Senador Paim. V. Exª, que defende tanto o trabalho, a garantia para o trabalhador e para a trabalhadora, eles têm trabalho, mas é um trabalho temporário, é um trabalho que não lhes dá a segurança da carteira de trabalho assinada.

            Lamento não ter participado hoje dessa festa emocionante; eu estava numa viagem. O Governador Tião Viana estava, vários colegas estavam, mas eu, lamentavelmente, não pude, mas faço aqui o registro dizendo que, se nós, em dez anos de governo, tivéssemos feito só o Programa Bolsa Família já teria valido à pena, porque não tem nada mais importante para um governo fazer do que trabalhar a inclusão daqueles que são excluídos. Esse é um compromisso histórico da existência do Partido dos Trabalhadores, partido que é tão achincalhado, partido que é tão injustiçado neste País, que cometeu erros, como todos os outros, até bem menos do que outros, mas que tem mais acertos do que erros em sua história, nos seus 30 anos de existência.

            Inclusive, queria, encerrando, agradecer ao Presidente Lula até por ter me citado, lembrando uma frase que disse ainda quando governador, que o Presidente Lula repetiu em entrevistas que deu, Senador Randolfe. Uma frase simples, mas que talvez traduza um pouco esse mundo, essa sociedade injusta que V. Exª tanto combate, e talvez expresse a sociedade que sonhamos, que V. Exª tanto defende e assume o compromisso de lutar por ela. É simples! Eu disse que na distribuição de renda tem uma constatação: pouco dinheiro na mão de muitos, como é o Bolsa Família, é distribuição de renda. Num país de excluídos, como aquele em que vivíamos, muito dinheiro na mão de poucos é concentração de renda. É simples!

            O Brasil, até há alguns anos atrás, trabalhava para que tivéssemos muito dinheiro na mão de poucos. Por isso que era um país injusto, que excluía, e segue sendo ainda, porque temos muito ainda a fazer. Acho que nunca houve um governo que tivesse a coragem de pôr a palavra miséria na sua logomarca. A Presidenta Dilma a colocou ali para dizer: “País rico é país sem miséria”.

            Então, nós estamos caminhando para que, se Deus quiser, possamos ter todos os brasileiros e brasileiras com o mínimo de condição que uma pessoa, para ser cidadão, precisa ter.

            Se não fosse um programa como esse, se não fosse a coragem de passar algumas dezenas de bilhões de reais para os mais pobres, fazendo a verdadeira distribuição de renda, nós não tínhamos o que celebrar depois de dez anos do Bolsa Família.

            Então, agradeço a citação do Presidente Lula. Agradeço por ter o privilégio de ser de um Partido que é da Bancada de apoio a um Governo que, em poucos anos, mudou para melhor a realidade de milhões de brasileiros.

            Parabéns, Presidenta Dilma, parabéns, Presidente Lula, pela lição que nos estão dando de uso do poder do melhor jeito! Usam o poder para acolher os mais pobres, os excluídos. É isso que me orgulha de estar nessa caminhada.

            O único partido na vida a que fui filiado foi o Partido dos Trabalhadores, e tenho orgulho de vir à tribuna hoje dizer que o PT e nossos governos souberam usar o poder para mudar a realidade deste País, a vida dos brasileiros, fazendo aquilo que tem de seguir sendo a maior das nossas prioridades: estender a mão para os mais pobres, para que aqueles que não têm, que não sabem e que não podem.

            Muito obrigado, Senador Paim.