Discurso durante a 176ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao 6º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro por suas contribuições para a integração da Região Norte ao resto do País.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao 6º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro por suas contribuições para a integração da Região Norte ao resto do País.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2013 - Página 71069
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, BATALHÃO, ENGENHARIA, EXERCITO, MUNICIPIO, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), ELOGIO, ATUAÇÃO, CONSTRUÇÃO, RODOVIA, INTEGRAÇÃO, URBANIZAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA, RESULTADO, MELHORAMENTO, INFRAESTRUTURA, SANEAMENTO BASICO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Jorge Viana, que, como eu, é um homem da Amazônia, portanto, conhece muito bem o tema que eu vou abordar e a homenagem que eu vou prestar, justamente referente às medidas que foram tomadas principalmente pelas Forças Armadas de um modo geral, mas especialmente pelo Exército brasileiro.

            Nos idos de 1968, em plena Floresta Amazônica, um grupo de militares e civis passou a atuar, de forma ordenada, na tentativa de tornar menos inóspito o cotidiano dos brasileiros que viviam naquelas paragens.

            O Brasil daquele tempo ainda almejava um desiderato muito antigo, que historicamente se situa ainda no período inaugural do País, na segunda década do século XIX.

            A integração nacional, conquista recente acelerada pelo extraordinário avanço das comunicações, mantinha-se, mesmo nos anos 1960, como um de nossos principais objetivos.

            A visão, o empenho, a dedicação e o destemor de indisputados patriotas, que se reuniram no glorioso 6º Batalhão de Engenharia de Construção (6º BEC), contribuíram decisivamente para que o Brasil cumprisse um de seus mais altos desígnios no século XX: integrar-se totalmente como Nação - de norte a sul, de leste a oeste.

            Desdobramento da 1ª Companhia Especial de Engenharia de Construção, sediada em Manaus, no Amazonas, o 6º Batalhão de Engenharia de Construção - que nos anos 1990 recebeu a apropriada denominação de Batalhão Simon Bolívar, em justa e sincera homenagem ao grande estadista latino-americano - confunde-se com o próprio Estado de Roraima, que tem o privilégio de sediá-lo.

            Criado no dia 29 de agosto de 1968, por meio de Decreto Presidencial, o 6º Batalhão de Engenharia de Construção concorre há mais de 45 anos para a melhoria das condições de vida da população de Boa Vista - sua sede, e de todo o Estado de Roraima e região.

            Aliás, é bom que se diga que foi justamente esse Batalhão que interligou, através da BR - 174, a capital do meu Estado, Boa Vista, a Manaus; e também Boa Vista à fronteira com a Venezuela.

            Como lembrou o Tenente-Coronel Carlos Eduardo Machado Gouvêa, comandante do 6º BEC, o recente aniversário constitui-se em data relevante tanto para o Batalhão quanto para Roraima. Na verdade, enfatizou o militar, não há como dissociar a história do Estado e a da guarnição militar.

            O 6º BEC é presença marcante e constante em Roraima, atuando em atividades essenciais para a infraestrutura do Estado. A partir de sua implantação, o Batalhão se constituiu em decisivo vetor de desenvolvimento regional.

            Com um corpo técnico composto por militares e civis de alta qualificação, o 6º BEC realizou a abertura e implantação da BR-174, que eu já mencionei, que liga Boa Vista a Manaus, ao sul, e à vizinha Venezuela, ao norte. Trata-se de uma obra de quase mil quilômetros de extensão, que se consagrou como eixo principal para o escoamento da produção local e para o trânsito de mercadorias, bens e pessoas de outros Estados da Federação.

            Coube igualmente ao 6º BEC a construção da BR-401, ligando Boa Vista a Guiana - ex-colônia da Inglaterra, atualmente República da Guiana.

            Trata-se de obra de 202 quilômetros, que se tem firmado como importante via de integração subcontinental.

            Além dessas duas importantes rodovias federais, o 6º BEC viu-se envolvido na construção de importantes rodovias estaduais e vicinais, promovendo a interligação de Roraima.

            Aliás, aqui, eu quero até defender, Senador Jorge, que muitos desses recursos que são liberados pelo Ministério dos Transportes através do DNIT poderiam ter como contratado para as obras o 6º BEC. Assim, não haveria tanto desvio de recursos públicos, como se tem notícia, em todas essas rodovias federais no meu Estado.

            Em observância à sua vocação, o Batalhão ora celebra quatro décadas e meia de atividades, respondendo por respeitáveis empreitadas na urbanização também da nossa capital, com a abertura e pavimentação de importantes artérias.

            É igualmente necessário destacar a continuada atuação no saneamento básico, que assegura saúde e bem-estar a milhares de roraimenses.

            No corrente ano, o 6º BEC trabalha na recuperação de áreas degradadas no estratégico Município de Pacaraima, em área fronteiriça com a Venezuela, no norte do Estado. Ali vêm sendo realizadas ações fundamentais para a recuperação da biodiversidade regional, inclusive com plantio de árvores.

            Atenta a uma história que avança para completar meio século, o 6º Batalhão de Engenharia de Construção monitora, acata e enfrenta, com recorrente sucesso, novos desafios.

            Uma de suas missões atuais é a restauração da BR-401, no trecho que leva ao Município de Bonfim, já na fronteira com a Guiana. O projeto, que será conduzido em conjunto com o DNIT - eu frisei, ainda há pouco, que deveriam ser todos feitos realmente pelo 6º BEC, porque não haveria nenhum tipo de maracutaia -, encontra-se em fase de adequação.

            Passados todos esses anos, Sras e Srs. Senadores, convém lembrar as adversidades que os pioneiros enfrentaram por ocasião do deslocamento do 6º Batalhão de Engenharia de Construção de Manaus para Boa Vista.

            Acolhidos pelo antigo Território Federal de Roraima, estabelecido ainda na Era Vargas, a transferência da unidade deu-se em fevereiro de 1969, por via aérea e fluvial. A instalação definitiva ocorre já no mês seguinte, março do mesmo ano.

            Os primeiros militares deslocados para Boa Vista foram abrigados em modestas barracas de lona, montadas na atual sede do Grêmio de Subtenentes e Sargentos, no bairro da Mecejana.

            Por seu turno, o Comando do 6º Batalhão de Engenharia de Construção foi então instalado na antiga Guarda Territorial, atual prédio da Secretaria de Segurança.

            O Tenente-Coronel Ney de Oliveira Aquino, participante da histórica marcha do 5º BEC do Rio de Janeiro para Porto Velho, em Rondônia, foi o primeiro comandante do novo Batalhão.

            Enfim, cumpre-me destacar que, integrando as comemorações dos 45 anos, foi lançada uma belíssima publicação, que tive a honra de receber em meu gabinete, relatando em texto e fotos a heroica trajetória do 6º BEC.

            Em 80 páginas estão condensadas as mais relevantes atividades desenvolvidas pelo Batalhão entre 1968 e 2013, além de impressionantes, reveladores e comoventes depoimentos de antigos comandantes.

            Finalizando, Sr. Presidente, quero parabenizar o atual Comandante do 6º Batalhão de Engenharia de Construção, Tenente-Coronel Carlos Eduardo Machado Gouvêa, e todos os seus subordinados pela decisiva e permanente contribuição ao desenvolvimento do meu Estado de Roraima.

            Que nos anos vindouros, o 6º BEC continue brindando Roraima e os roraimenses com seus indispensáveis aportes para o progresso do Estado e de toda a Região.

            Por isso, Sr. Presidente, encerro, cumprimentando, mais uma vez, o Comandante e demais funcionários civis e militares do 6º Batalhão de Engenharia de Construção. E, repito, se o Ministério dos Transportes, através do DNIT, realmente passar a fazer os convênios para construção de rodovias federais ou estaduais ou vicinais, nós teremos um grande saneamento na questão das verbas que vão para o Estado para esse fim.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2013 - Página 71069