O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Senadora Vanessa Grazziotin, do nosso vizinho Estado do Amazonas, Estado vizinho de Roraima; senhoras e senhores telespectadores da TV Senado; senhoras e senhores ouvintes da Rádio Senado; Sr^as Senadoras e Srs. Senadores aqui presentes, este mês de outubro, chamado de Outubro Rosa, é justamente o mês para chamar a atenção das mulheres sobre a importância da prevenção do câncer de mama.

            Muitas vezes, principalmente por falta de informação, as mulheres não sabem os procedimentos mais primários, como, por exemplo, o autoexame ou a autopalpação das suas próprias mamas, dos seus seios, no popular. Com isso, muitas vezes, elas só vão ao médico quando o problema já está instalado e, às vezes, até agravado. Muitas vezes, elas têm medo de perder a mama, têm medo, portanto, de perder uma coisa que é geneticamente grata para a mulher, que é importante para mulher, que são justamente seus seios.

            Nós aprovamos no Senado uma lei que autorizou, ou melhor, obrigou o SUS a fazer implante da prótese mamária, isto é, reconstituição da mama da mulher, logo em seguida à retirada da mama. Feita a mastectomia, o SUS fica obrigado a, no mesmo ato, salvo se houver contraindicação, restaurar a mama, porque restaura a autoestima da mulher e mostra mesmo que o fato de ter um câncer retirado é mais importante do que, mais na frente, perder a sua vida.

            Eu lamento muito que muitas mulheres, ainda, nos Estados mais distantes do Nordeste, do Norte e do próprio Centro-Oeste e até mesmo no Sul e no Sudeste, não tenham oportunidade de fazer um preventivo do câncer de útero, que é um exame simples, sem maiores necessidades de equipamentos, que deve ser feito anualmente, assim como o exame da mama, embora a autopalpação das mamas deva ser feita periodicamente. Um nódulo que surja rapidamente -- e surge, realmente, às vezes, de maneira relativamente rápida -- faz com que a mulher pense que não é nada de mais, que a própria glândula mamária possa ter endurecido em determinado ponto depois de ela ter tido filhos ou não.

            Principalmente como médico -- durante muito tempo, cuidei de Ginecologia e de Obstetrícia, principalmente; embora eu fizesse tudo, embora eu fosse um generalista, eu me dedicava muito mais à Ginecologia e à Obstetrícia --, hoje, refletindo sobre a importância desse movimento, quero aqui fazer um apelo às mulheres do meu Estado e às mulheres de todos os Estados brasileiros, para que, realmente, procurem dar muita atenção a essa questão. Na verdade, é lamentável que ainda haja uma incidência muito forte de câncer de mama, às vezes já com metástase, o que é pior.

            Mas tenho certeza de que as mulheres se cuidam mais do que os homens, tanto que agora vai ser até aprovado um projeto para se criar a Semana da Educação da Saúde Masculina. O homem, seja por questão genética, de achar que é sempre o guerreiro, o forte, negligencia; também às vezes por falta de informação em relação à sua saúde, principalmente no que tange ao câncer de próstata. Com isso, realmente, perdem-se às vezes pessoas que estão na flor da idade, vamos dizer assim, ou no início da melhor idade, simplesmente por não tomarem esses cuidados.

            Mas o outubro está dedicado às mulheres. Associo-me, portanto, às diversas manifestações que são feitas no Brasil todo, pedindo às mulheres que, de fato, deem atenção, mesmo talvez com algum sacrifício, já que, infelizmente, em muitos Estados, o acesso à mamografia é difícil, mas que, ainda assim, façam um esforço, se notarem um nódulo, para se deslocar para uma localidade mais próxima, onde possam fazer a mamografia.

            Então, como disse, adiciono a minha voz às milhares de vozes e de movimentos que estão, neste mês de outubro, fazendo justamente esse alerta às mulheres, pedindo que elas se cuidem muito com relação ao câncer de mama.

            Muito obrigado.