O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Senadora Ana Amélia, Srªs e Srs. Senadores, acredito que a vida de um homem não se encerra com sua morte, sobretudo quando ele deixa na memória dos seus familiares e amigos um legado de atitudes e feitos que ultrapassam os limites até de sua existência.

            Hoje, quero prestar minha homenagem ao centenário de nascimento do médico Manoel Cordeiro Villaça, cuja data comemorativa foi no último dia 11 de outubro, já que seu falecimento foi em 11 de outubro de 1913.

            Seu trabalho não se destacou apenas na Medicina e em especialidades como a Pediatria. Manoel Cordeiro Villaça passou por esta Casa, representando o meu Estado, o Rio Grande do Norte, em 1966, quando ocupou a cadeira, como primeiro suplente, do então Senador Monsenhor Walfredo Gurgel, que se tornara Governador do Estado do Rio Grande do Norte.

            Nascido em Pernambuco, ainda na juventude instalou-se em Natal, para trabalhar como pediatra, a partir de 1937, e logo se casou com Dione Pereira Villaça, firmando raízes profundas no meu Estado e, desde então, desenvolvendo uma profícua carreira com a qual ocupou diversos cargos públicos e contribuiu de maneira sistemática para a formação de outros profissionais, como, por exemplo, quando lecionou Puericultura na Escola de Serviço Social de Natal e também em Recife.

            Dentre os diversos cargos que ocupou, destaco o de Delegado Federal da Criança da 3ª Região do Nordeste, do Ministério da Saúde, em Recife, entre os anos de 1949 e 1960. Foi Presidente da Legião Brasileira de Assistência, Ministro interino da Saúde, Presidente do Conselho Nacional de Saúde e Secretário Estadual de Educação do Rio Grande do Norte.

            No Senado Federal, o Senador Manoel Villaça foi membro da Comissão Mista de Estudo do Projeto da Constituição, Vice-Presidente e membro titular da Comissão de Saúde, membro titular da Comissão do Polígono das Secas e da Comissão de Finanças, além de outros cargos que ocupou.

            Profissional que gostava de difundir suas ideias, publicou textos em jornais e trabalhos científicos voltados para a pediatria, puericultura e saúde pública, entre os quais cito: “Coqueluche e Difteria"; "Mortalidade Infantil em Natal"; "O Alcoolismo e a Hereditariedade"; “Mortalidade Infantil: o Perigo Alimentar"; "Medicina e Vocação"; "Direitos da Criança Brasileira", entre outros temas publicados.

            Portanto, uma vez tendo completado há alguns dias o seu centenário de seu nascimento - numa vida que foi até mesmo breve, uma vez que ele faleceu em 1º de dezembro de 1971, aqui em Brasília, onde morava, quando contava apenas com 58 anos -, sinto-me honrado, na condição também de médico e Senador, de lembrar do centenário de nascimento de Manoel Cordeiro Villaça, pelo fato de conhecer de perto problemas enfrentados pelo povo potiguar, na área da saúde e de saber que esse homem também dedicou a sua vida a atender e a cuidar do seu povo e da sua gente.

            O Senador Manoel Cordeiro Villaça é um desses homens memoráveis que passaram por esta Casa e honraram não só o seu nome, mas também o nome de toda uma geração potiguar, pernambucana e nordestina. Portanto, nunca é demais lembrarmos e exaltarmos grandes exemplos e inspirações para a vida, que é repleta de significados desde a aurora até o crepúsculo, até a hora da partida.

            Fica aqui a minha homenagem aos seus filhos, que tive oportunidade de conhecê-los e estabelecer uma amizade de longa data. Aqui eu quero ressaltar a nossa alegria, pois o Senador Manoel Villaça, médico atuante, ocupou também a Presidência da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio Grande do Norte, onde, na ocasião, publicou inúmeros trabalhos científicos e ajudou consubstancialmente na evolução da medicina do Estado do Rio Grande do Norte.

            Ficam aqui as minhas homenagens e o meu apreço à família do médico pediatra e Senador pelo Rio Grande do Norte, Manoel Cordeiro Villaça.

            Muito obrigado, Srª Presidente.