Pronunciamento de Humberto Costa em 05/11/2013
Discurso durante a 196ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Incompreensão das causas que geraram o pessimismo aventado no País.
- Autor
- Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
- Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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ELEIÇÕES, GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
- Incompreensão das causas que geraram o pessimismo aventado no País.
- Publicação
- Publicação no DSF de 06/11/2013 - Página 79259
- Assunto
- Outros > ELEIÇÕES, GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
- Indexação
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- APREENSÃO, AUMENTO, CRITICA, GESTÃO, GOVERNO FEDERAL, MOTIVO, INTERESSE, ELEIÇÕES.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras Senadoras, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, eu venho à tribuna na tarde de hoje para abordar um assunto que entendo muito importante e que precisa ser tratado com a devida responsabilidade de todos nós. Eu me refiro ao quadro artificial e descabido de pessimismo que se procura criar no País, neste momento, por razões claramente fundadas na disputa eleitoral que nós teremos no ano que vem, sem a preocupação, inclusive, de analisar os efeitos do discurso que é adotado, das notícias que são ressaltadas, das profecias que são realizadas.
Nós temos hoje aqueles críticos pessimistas ganhando cada vez mais um espaço ampliado. Aliás, foram os mesmos críticos, os mesmos profetas que previram apagão energético, apagão no caso do abastecimento de água no País, inflação, desemprego, desequilíbrio das contas públicas. No entanto, eles continuam a ter audiência neste País, não dos cidadãos de um modo geral, mas daqueles que estão efetivamente interessados em transformar esse processo numa disputa política permanente. São aqueles defensores do quanto pior melhor. Quanto pior o País, melhor para quem deseja disputar as eleições na condição de oposição.
Mas tudo está aí para negar esse clima de pessimismo. Do ponto de vista social, os ganhos do Brasil são inigualáveis a qualquer período anterior da nossa história. Comemoramos, recentemente, os dez anos do Bolsa Família, beneficiando mais de 50 milhões de pessoas e, ao mesmo tempo, tendo contribuído para retirar mais de 30 milhões da condição de miséria.
Mais recentemente, o Governo, numa atitude corajosa, está implantando o Programa Mais Médicos para atender a uma necessidade objetiva e inadiável da nossa população, Mais Médicos esse que não se resume ao envio de profissionais, brasileiros ou não, para lugares onde o acesso é difícil, cidades distantes e a periferia das grandes cidades.
Mas é em relação à economia que essas vozes agourentas mais se manifestam no sentido de tentar passar para o País, numa área tão sensível como é essa da economia, sensível a notícias, sensível a boatos, sensível a pseudoanalistas econômicos, e que, portanto, vai ocupando um espaço cada vez maior.
Naquele período das grandes mobilizações deste ano, quando as lideranças da oposição, os governadores de Estado, todos se retraíram e não se manifestaram politicamente naquela hora, foi a Presidenta Dilma que foi à televisão, que recebeu lideranças daquele movimento e que apresentou ao Brasil uma proposta de pacto envolvendo cinco temas fundamentais. Um deles foi o tema da responsabilidade fiscal. E é desse compromisso que o Governo não tem se afastado um milímetro. Ao contrário, tem buscado cumpri-lo sistematicamente.
Vemos ainda, no campo econômico, os investimentos em infraestrutura, que seguem em ritmo acelerado para solucionarmos os problemas dos gargalos existentes. Mas as contas públicas estão absolutamente em ordem e a inflação, sob controle.
O ritmo de crescimento do PIB tem se mantido favorável, bem como têm sido consideravelmente baixos os índices de desemprego. E se nós compararmos o nosso País com outros países bem mais desenvolvidos do que o nosso, países da Europa, os nossos indicadores de crescimento e os níveis de emprego são fortemente favoráveis ao nosso País.
A confiança externa no Brasil segue alta, dada a capacidade do País em honrar contratos e todos os seus compromissos assumidos.
Já há alguns anos, como todos sabem, não somos mais devedores do FMI, mas credores de um fundo ao qual, antes dos governos do PT, pagávamos milhões de juros anualmente, sem que conseguíssemos quitar a dívida principal.
Por que, então, esse excesso de pessimismo interno com o nosso País?
Na verdade, a Oposição quer dar um viés eleitoral ao debate. E incluo na oposição a grande mídia deste País.
Ao que parece, não aumentou o número dos críticos pessimistas. São os mesmos de sempre, que permanecem onde sempre estiveram: na torcida por deterioração da nossa economia para que um quadro assim lhes renda mais consultorias e alguns dividendos eleitorais, para que muitos deles, que já ocuparam posições estratégicas na administração estatal, e pouco fizeram para melhorar o nosso País, possam cobrar caro por palestras em que apresentam soluções para o que não resolveram quando a responsabilidade estava em suas mãos.
Enfim, não aumentou o número dos que querem ensinar o Governo a fazer aquilo que nunca fizeram. O que aumentou foi o espaço dado a cada um deles.
As discussões sobre as nossas capacidades foram contaminadas por um irresponsável viés eleitoral que atende a quem quer depreciar o Brasil para tentar vencer a disputa presidencial do ano que vem com o discurso do medo. Aliás, discurso que foi tão forte em vários momentos, mas que, no momento em que mais forte foi, o povo foi mais forte do que ele, em 2002.
É uma tática ultrapassada, mesquinha, mas sempre presente nas eleições das últimas décadas. Ninguém mais do que o PT foi vítima desse discurso subterrâneo às vésperas de uma disputa presidencial. Ele agora reaparece, mas o brasileiro já conhece as mentiras que o embalam.
Os dados positivos do Brasil demonstram solidez. E aqui é importante que venhamos desconstruir essas invencionices. A nossa meta de superávit primário, de R$73 bilhões nas contas públicas, o equivalente a 1,5% do PIB, será rigorosamente cumprida pelo Governo. Da mesma forma, a inflação fechará também dentro da meta prevista, que é aquela situada entre 4,5% e 6,5%. O PIB mantém o ritmo de crescimento esperado, de cerca de 2,5%. Ou seja, seguimos crescendo, mesmo que 2013 seja o pior ano dessa crise mundial desde 2009, com prejuízos para outros emergentes como China, México e Índia.
Paralelamente, as concessões em áreas de infraestrutura que o Governo Federal está implementando para enfrentar gargalos de logística prejudiciais ao nosso setor produtivo vão gerar investimentos da ordem de R$213 bilhões para rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
Igualmente, há investimentos que chegam pelas concessões no setor de energia, petróleo e gás que devem nos gerar centenas de bilhões de reais, como começou a ocorrer pelo leilão de Libra.
Então é visível que não se sustenta esse quadro de pessimismo que alguns querem disseminar por aí. É descabido, inconsequente e totalmente desconectado da realidade. Seu único lastro são as pretensões eleitorais de alguns setores que querem que o Brasil seja enxergado como um País sem governo, à deriva, refém das crises.
Mas a população entende que há uma enorme má-fé nisso. Os governos do Presidente Lula e da Presidenta Dilma mostraram que sabem guiar o Brasil com coragem e inteligência, mesmo nas horas mais difíceis, mostraram que é possível avançar, ainda que em um cenário de dificuldades. Essa é uma verdade que transcende a retórica dessas aves de mau agouro que vivem rondando o nosso País.
O Brasil está no rumo certo. Dessa forma, estou convencido da solidez...
(Soa a campainha.)
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE) - ...da nossa economia e dos resultados satisfatórios que 2013 apresentará.
Gostaria de registrar que, acima de tudo, em meio a todos esses números, índices e indicadores, o governo da Presidenta Dilma enxerga verdadeiramente a nossa gente. É a tônica dos governos do PT cuidar das pessoas. Para nós, a economia não é um fim em si mesmo, mas um caminho por meio do qual nós podemos melhorar a vida da nossa população. Há quase 11 anos temos feito isso.
De maneira que aqueles que têm apostado contra o Brasil podem desistir, porque o nosso governo seguirá guiando, com compromisso e responsabilidade, o País pelo melhor caminho, porque conduzir o Brasil dessa forma é zelar pela macroeconomia, para que, a partir dela, tenhamos um País socialmente mais justo.
Obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.