Pela Liderança durante a 174ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao Governo Federal por gastos que S. Exª. considera abusivos.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Críticas ao Governo Federal por gastos que S. Exª. considera abusivos.
Aparteantes
Pedro Simon.
Publicação
Publicação no DSF de 09/10/2013 - Página 70230
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, QUANTIDADE, IMPOSTOS, COMENTARIO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, EXCESSO, GASTOS PUBLICOS, AUSENCIA, FISCALIZAÇÃO, REGISTRO, OCORRENCIA, CORRUPÇÃO, MINISTERIO.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Senador Presidente, quero, primeiro, expressar meu sentimento de preocupação com o meu País.

            Quero falar ao meu Estado, ao Estado do Pará, da Virgem de Nazaré, minha querida Virgem de Nazaré.

            Mozarildo, aproxima-se o Círio de Nazaré. Mais de dois milhões de pessoas saem às ruas para louvar a Virgem, e eu a pensar na situação do meu País.

            Ouvi, atentamente, o Senador Cristovam.

            Brasileiros e brasileiras, paraenses, a insatisfação das ruas, meu nobre Senador Cristovam, é exatamente com aquilo que a sociedade não tem, mas que ela tem o direito de ter, Cristovam.

            A sociedade paga imposto para ter saúde, educação, para não ser violentada nas ruas, para ter transporte digno.

            Nós somos o país, Cristovam, que mais pagamos imposto no mundo. Nós vamos passar de R$1,5 trilhão neste ano. Já passamos de R$1 trilhão agora. Neste momento, nós passamos de R$1 trilhão. É dinheiro que nem ladrão conta! E para onde vai esse dinheiro, Cristovam? É isso que a sociedade quer saber. É isso que revolta a sociedade.

            Nós não temos nada. Procure um item para justificar, procure um projeto de grande alcance desta Nação, da Presidenta Dilma. Procure um. Não há nada!

            O que se vê nos jornais hoje afronta o País, afronta os brasileiros. Ministros e Ministras, a Ideli Salvatti… A Ideli, Cristovam, aquela companheira que andava, aqui, com a gente, dizendo que era séria! Até tu, Ideli? Até tu, Ideli? Usando avião da Polícia Rodoviária, avião ambulância, Ideli? Helicóptero, helicóptero ambulância?

            Olha, sinceramente, Pedro Simon, eu não sei mais em quem acreditar neste País. É como dizia o Napoleão Bonaparte -- e aí eu me lembro do Mão Santa, que falava tanto do Napoleão --: “Eu não confio mais em nenhum homem, em nenhum ser humano”. A Ideli parecia ser séria, gente! Aquela carinha dela, aquele jeito dela; ela se arrumava direitinho e vinha toda bonitinha e tal: “Eu sou séria”, “Eu sou séria”, “Eu sou séria”.

            Ideli, Ideli, deixa o helicóptero para ser usado pelos pacientes do teu Estado, Ideli! Como é que tu vais tirar o helicóptero das pessoas que precisam ser atendidas com emergência, Ideli?

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - É isso que revolta o povo. Revolta o povo saber que a Presidenta da República paga uma diária -- uma diária, Brasil! Meu Pará, a Presidenta pagou, na semana atrasada, por cada uma diária, em Miami, onde sempre ela gosta de estar, R$25 mil. Vinte e cinco mil reais, Senador!

            O pobre para ganhar R$25 mil, com este salário mínimo de hoje, tem que trabalhar dois anos. E a Presidenta gasta num dia, com uma diária.

            Calcule quanto custou a faixa da Presidenta da República! São exemplos tolos, pequenos, mas dão a dimensão da revolta da população nas ruas. Cinquenta mil reais! Será que há diamante nessa faixa da Presidenta? É um negócio absurdo, gente! Cartão corporativo da Presidenta da República: R$36 mil por mês -- R$36 mil! Está proibido alguém saber onde ela gastou. Nem Senado, nem Câmara, nem Polícia Federal, ninguém pode saber onde ela gasta. É isso que revolta a população, Presidente.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Ideli, pelo que parecia -- pelo que parecia, Ideli! --, eu, primeiro, não acreditava nunca que tu tinhas capacidade -- desculpe-me -- para ser Ministra. Sinceramente, eu nunca imaginava, na minha vida, pelo que tu fazias aqui -- entre aspas --, “um bando de besteiras”, que tu tivesses condições de ser Ministra. Ministra de quê? Institucionais. Não sei o que institucionais. Não sei o que ela é, o que ela faz. Inventaram tantos Ministérios neste País, para apadrinhar os petistas, que são mais de 40.

            Agora, pensar, um dia, que tu ias pegar um helicóptero para fazer política, um helicóptero ambulância, usar o dia inteiro -- e quantos dias tu usastes? --, e as pessoas acidentadas esperando esse helicóptero, Ideli? Jamais calculei isso na minha vida.

            Presidenta Dilma, Presidenta Dilma, tem que achar um jeito de melhorar esses seus Ministérios, Presidenta. Tem que achar um jeito de a senhora gastar menos, Presidenta, dar um freio no custo. Tem que dar um jeito de servir melhor o povo brasileiro, Presidenta; ninguém aguenta mais! Não dá mais para aguentar, Presidenta Dilma! A insatisfação popular é muito grande, Presidenta. Nem o Lula a salva mais, nem o Lula, porque já descobriram tanta coisa do Lula que a moral dele caiu.

            Senador Pedro Simon, é um prazer ouvi-lo.

            O Sr. Pedro Simon (Bloco Maioria/PMDB - RS) - Meu querido Senador, repare V. Exª: faz tempo que há esse abuso no uso de aviões por parte do governo. Houve uma época em que eu cansava de ver ministros viajando em avião de carreira. Viajavam em aviões de carreira, e isso era normal, absolutamente normal. Numa viagem oficial ou algo semelhante, o ministro viajava até com uma comitiva num avião oficial, mas essas viagens de rotina, para fazer campanha ou para visitar a família no fim de semana, eram feitas em avião de carreira. Agora é da maneira como vem sendo feito. O Ministro encarregado da fiscalização do Governo, que me parece ser uma pessoa sensacional, vem colocando limites nessa questão. Inclusive, a Presidenta Dilma, na ocasião de um incidente como esse, baixou uma regulamentação sobre como pedir avião, como ir de avião, e lá está claramente dito que ministros não podem usar avião no fim de semana para ir para suas cidades, para seus Estados. De repente, aparece isso! Agora, o que é doloroso -- não precisa ser uma Ministra ou um Senador -- é um cidadão comum pegar um helicóptero que está todo aparelhado, transformado num quarto de hospital, com toda a aparelhagem necessária,…

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - E tem que desmontar tudo!

            O Sr. Pedro Simon (Bloco Maioria/PMDB - RS) - … desmonta tudo, suspende a operação, porque é o único que existe -- o único! --, e, durante aquele tempo: “Por amor de Deus, o helicóptero porque o cara está afogando-se aqui, lá.” “Não, não está disponível.” Isso tudo para ela fazer a viagem. E outra coisa que eu achei triste: fui ver a resposta dela hoje, e ela respondeu o seguinte, o que é mais sério: “Todos os Ministros fazem isso”. Ela disse que todos os Ministros fazem isso -- vírgula --, logo é porque está certo. Essa é a afirmativa. Então, nós temos agora aí, além disso, a afirmativa da posição da Ministra: “Todos os Ministros fazem isso”. É sinal de que está certo. Eu não me dirijo à Ministra; eu me dirijo à Presidenta. Onde está o ato dela determinando o uso de aviões oficiais? Onde estão as decisões dela? A Dona Dilma, que era tão importante e tão firme na hora de tomar as decisões -- e eu fui um dos que a elogiaram na hora de demitir ministro --, demitiu ministro, demitiu ministro, mas agora não fez nada. Não aconteceu nada, com nada, com ninguém. O que culminou na renúncia do Pertence da Comissão de Ética -- cá entre nós, uma Comissão de Ética de brincadeira, mas em que estava a pessoa que foi Presidente do Supremo como Presidente da Comissão, que puniu o Ministro, mas ela não aceitou. O Pertence renunciou à Presidência da Comissão de Ética em sinal de reprovação, porque uma decisão unânime da Comissão de Ética não foi acatada pela Presidenta. Ela não acatou. Então, isso que está acontecendo é sinal de falta de firmeza da Presidenta. Quer dizer, porque, se ela tomasse as providências, se ela fosse enérgica naquilo que faz… Mas o que a Presidenta deve responder agora… Eu acho que a Presidenta devia chamar a Ministra e dizer: “Ministra, a senhora diz que são todos que fazem. Quais são os todos?” Lamentavelmente, é isso. Eu custo a crer, eu custo a crer que uma Líder do PT, Ministra do PT… Se pegar um avião, ainda não discuto; pegou um avião, está lá, está parado. Mas um helicóptero, que é helicóptero ambulância, que é único, que serve, que está à disposição, tanto que está armado como se fosse um quarto de hospital, está preparado… Desarmaram tudo para ela ir. Cá entre nós!

           O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Obrigado, Senador Pedro Simon. Meus respeitos.

           Mas eu sempre disse, Senador, que quem perde o respeito perde a moral. A Dilma perdeu o respeito pelo povo brasileiro. A Dilma perdeu o respeito por todos.

           Outro dia, o ministro preparou um ato de corrupção, tão natural neste Brasil de hoje. Nunca no Brasil, nunca nesta Nação querida, meu querido Pará, nunca se cometeu ato de corrupção tanto quanto agora no Governo de Lula e de Dilma!

(Soa a campainha.)

           O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Mas, outro dia, pela segunda vez no mesmo Ministério, atos de corrupção -- e já vou descer, Presidente --, atos de corrupção. Acusam o Ministro! O Ministro disse: “Olhem, não mexam comigo! Dilma, preste atenção, Dilma! Não mexa comigo se não eu tomo providências!”

           Calaram, Pedro! Calaram, Pedro!

           O Sr. Pedro Simon (Bloco Maioria/PT - RS. Fora do microfone.) - “Se não eu conto tudo!”

           O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - “Se não eu conto tudo!”

           Colocaram esparadrapo na boca, Pedro! E ela não teve moral nenhuma para falar mais nada, porque quem perde o respeito, Petecão, perde a moral. E ela perdeu o respeito e perdeu a moral de todos os brasileiros.

           Muito obrigado, Sr. Presidente.

           Desculpe a minha intolerância.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/10/2013 - Página 70230