Pronunciamento de Pedro Simon em 09/10/2013
Discurso durante a 175ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Críticas aos vandalismos praticados nas recentes mobilizações públicas nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
- Autor
- Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
- Nome completo: Pedro Jorge Simon
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
MANIFESTAÇÃO COLETIVA.:
- Críticas aos vandalismos praticados nas recentes mobilizações públicas nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
- Publicação
- Publicação no DSF de 10/10/2013 - Página 70572
- Assunto
- Outros > MANIFESTAÇÃO COLETIVA.
- Indexação
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- CRITICA, VIOLENCIA, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, BRASIL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DEPREDAÇÃO, PATRIMONIO, PUBLICO, PARTICULAR, GRUPO, PARTICIPANTE, OBJETIVO, DESTRUIÇÃO.
- DIFICULDADE, CONTROLE, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, EXCESSO, POPULAÇÃO, POLICIA.
O SR. PEDRO SIMON (Bloco Maioria/PMDB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, sou daqueles que, com muito entusiasmo, têm vindo a esta tribuna para falar sobre a movimentação dos jovens em todo o Brasil. E tenho dito que esse não é um fenômeno que ocorre apenas no Brasil. No mundo inteiro, está acontecendo um fato novo da maior importância: são as chamadas redes de comunicação social. Elas ocupam um tempo impressionante principalmente junto às pessoas mais jovens, que se falam por essa rede social, pela internet, de um continente para o outro, que se reúnem, que se identificam. De modo especial, muitas vezes, eles fazem movimentações que modificam a vida de um país.
No mundo árabe, foi o que aconteceu com a chamada Primavera Árabe, que, até agora, gera confusão. Mas o início foi espetacular! No Egito, os jovens, chamados pelas redes sociais, começaram a se reunir aqui e acolá. Eram milhares de pessoas. Aquilo foi crescendo, crescendo, e, ao contrário do que acontece agora no mundo árabe, onde morrem milhares por dia, os jovens, sem um tiro, sem violência, conseguiram derrubar o ditador e eleger um Presidente.
Esses movimentos têm sido feitos pelo mundo afora. Esse diálogo da mocidade realmente tem sido muito importante.
A primeira eleição de Obama foi algo excepcional. Quando Obama foi candidato à Presidente da República, ele era um Senador de primeiro mandato. Foi o primeiro cargo que ele ocupou. Ele era professor universitário, resolveu ser candidato a Senador e se elegeu Senador. E se candidatou a Presidente, sem nenhuma chance, apenas para prestigiar o seu nome, para se lançar, para ser conhecido. A candidata à Presidência já eleita pelo Partido dos Democratas era a senhora esposa do Clinton, que tinha um prestígio enorme e tinha todos os percentuais das pesquisas a seu favor. No entanto, Obama fez uma coisa inédita: falou com os jovens, discursou para os jovens, chamou os jovens. Nos Estados Unidos, há duas opções: ou você pega uma verba pública, ou você pode fazer uma cruzada de dinheiro popular. Obama não aceitou verba de empresário, nem verba pública. Ele tinha uma importância de não sei quantos dólares, mas pequena, e conclamava a mocidade. Bom orador, reuniu milhares de pessoas e fez o que parecia impossível: derrotou a Sra Clinton e se elegeu Presidente.
No Brasil, nós temos este exemplo: a ditadura durou 21 anos, com general ditador presidente substituindo general ditador presidente. A Igreja toda estava do lado da ditadura; toda a grande imprensa - rádio, jornal, televisão - estava do lado da ditadura; o mundo empresarial todo estava do lado da ditadura. Praticamente nunca houve uma movimentação tão intensa com uma lavagem cerebral como houve naquela época.
Eles assumiram o poder: o Marechal Castelo Branco foi Presidente e foi substituído pelo Presidente Marechal Costa e Silva - todos foram nomeados, é claro -, que foi substituído pelo Presidente Geisel, que, por sua vez, foi substituído pelo Presidente Médici, que foi seguido pelo Presidente Figueiredo. Isso ia durar quanto tempo?
Houve uma mobilidade na sociedade. Muitos queriam ir para a guerra civil, para a guerrilha, para a luta, achando que era a maneira pela qual nós nos libertaríamos: “Quando é que vamos nos ver livres desses militares? Quando é que vamos nos livrar dessa gente, se não formos para a marra, para a garra?” E falavam mal de nós do MDB. Diziam até que nós éramos lutadores até o último guichê, querendo dizer, com isso, que éramos covardes, que estávamos lá para ganhar dinheiro e que, enquanto houvesse um guichê que nos pagasse no fim do mês, nós ficaríamos ali. Eu era um dos que dizia: “Não dá para fazer isso, não temos condições de lutar”.
Os Estados Unidos estão ali, a Quarta Frota dos Estados Unidos está em frente do Brasil, no Rio de Janeiro, esperando para entrar aqui. Eles querem fazer o que muita gente sonha ou sonhava pelo menos: dividir o Brasil em Brasil do Norte e em Brasil do Sul, porque o tamanho do Brasil incomoda muita gente no mundo até hoje.
E convocamos os jovens. Os jovens foram crescendo, foram crescendo, foram crescendo e foram para a rua. No princípio, alguns apanhavam, mas foram entrando, foram crescendo. De repente, quando estávamos na campanha das Diretas Já, com a campanha de Tancredo para Presidente, em São Paulo, 1,5 milhão de pessoas se reuniram na Praça da Sé. A Rede Globo - era o dia do aniversário de São Paulo - não publicou nada. O Jornal Nacional só publicou as festinhas do aniversário da cidade de São Paulo. A mocidade se irritou, e, no dia seguinte, várias caminhonetes da Rede Globo eram viradas, eram pintadas. Houve um protesto. O Sr. Roberto Marinho teve a inteligência de entender a situação, e a Rede Globo passou a dar cobertura.
Isso foi crescendo, e foi crescendo, e foi crescendo, sem um tiro, sem nada, e os militares tiveram de se recolher, foram para casa, foram para o quartel. E lembro que nós, tranquilamente, saímos daqui. Sarney tomou posse como Presidente, com a doença de Tancredo. E saímos a pé em direção ao Palácio, e o Palácio estava vazio. Figueiredo tinha saído pelo fundo, e todo mundo tinha saído fora. Foram os jovens que fizeram isso.
Esses jovens, hoje, estão fazendo isso no mundo inteiro e aqui, no Brasil. A Lei da Ficha limpa, nós aprovamos aqui contra a vontade do Senado, contra a vontade da Câmara, contra a vontade de todo mundo. Votamos porque os jovens nos cercaram aqui, cercaram o Congresso, e o pessoal teve vergonha de votar aqui e, depois, sair à rua. E a aprovamos por unanimidade no Senado.
O mensalão saiu, e está saindo, por causa dos jovens, que foram para a rua, gritaram, protestaram contra nós, contra o Supremo, que nunca tinha visto isso. E o mensalão acabou com eles condenados.
E, agora, estão os jovens aí: querem reforma política, querem uma série de fatos. Eis que, de repente, quando a gente liga a televisão, a gente vê, no meio dos jovens, pessoas mascaradas, de preto, depredando e quebrando tudo, arrebentando com tudo. Mas o que é isso? O que a gente nota?
Ontem ou anteontem aconteceu isto: passeata dos professores em greve no Rio de Janeiro - também em São Paulo. Passeata tranquila, os professores caminhando, a polícia cercando por um lado, nada de novo. Nenhum problema. Chegaram lá, na frente da prefeitura, e apareceu um bando, mascarado, armado com pedaços de barras de ferro. Saíram quebrando, depredando, arrebentando tudo. E se notava, inclusive, que os jovens que iniciaram o movimento estavam lá, pedindo para eles pararem, como vi aqui, na frente do Itamaraty. Enquanto os jovens estavam quebrando o vidro da janela, os outros jovens o estavam agarrando, para não fazer aquilo. Como aconteceu aqui, na Catedral, quando também quiseram quebrar a Catedral.
Então, alguma coisa tem a ver. O que está acontecendo?
Os jovens brasileiros vivem numa época de democracia plena, numa época em que as coisas podem não estar muito bem, mas estão bem melhores do que estiveram: tranquilidade na manifestação do pensamento, no andar, no trabalhar. Por que isso?
(Soa a campainha.)
O SR. PEDRO SIMON (Bloco Maioria/PMDB - RS) - Podia parecer: “É um movimento de confronto. É o PT e os contra o PT ou coisa que o valha”. Não tem sido isso. Eu havia perguntado: por que a polícia não age?
Ontem, vi um mascarado com um pedaço de ferro deste tamanho. Quebrou umas 30 janelas, arrebentando, e ninguém o pegou, nem policial. Ninguém fez nada com ele.
Hoje, dá para dizer: esses chamados black blocs existem pelo mundo afora. Diz-se que é crescente a manifestação desses jovens praticamente no mundo todo. Jovens mascarados, vestidos de preto, em grupo, no meio do protesto. Portam bandeiras negras ou símbolos anarquistas. Quebram vidraças, entram em confronto com a polícia. Embora não possuam liderança clara, têm nome definido: black blocs. São os célebres black blocs.
Essa poderia ser uma cena vista no Brasil, no Egito, na Turquia, na Grécia, nos Estados Unidos, em qualquer país da Europa, em qualquer país do mundo.
Para Francis Dupuis-Déri, professor de Ciência Política da Universidade de Quebec, Montreal, autor do livro Les Black Blocs, a internet e a crescente insatisfação com os governos impulsionam o movimento.
Os black blocs são fáceis de se identificar. Eles usam roupas específicas. É algo simples de ser reproduzido. Alguém pode vê-los na TV e imitá-los imediatamente. Acredito que a internet também tem um papel crucial nisso. Black blocs: inocentes, não; úteis, sim.
Com finalidade diversa, porém, usando meios semelhantes de atuação a serviço da esquerda e da direita, infiltram-se nas manifestações democráticas, se metem nas demonstrações que já existem para provocar a polícia, promover depredação e semear o medo. Trajando camisas pretas, escondendo o rosto com máscaras e armados com rojões e bombas caseiras, os black blocs não estão sozinhos nas ruas. Juntam-se a eles extremistas interessados em criar um clima de terror e insegurança para esvaziar as ruas e desmoralizar as manifestações, que têm como alvo o Governo e as autoridades. Além desses, há alguns outros grupos de criminosos que se aproveitam da confusão para roubar e realizar saques no comércio.
(Soa a campainha.)
O SR. PEDRO SIMON (Bloco Maioria/PMDB - RS) - Um cidadão, entrevistado por uma rede de televisão no Rio de Janeiro, constatou, com tristeza, que estamos começando a nos acostumar com esse cenário de destruição a cada manhã. Estamos nos acostumando a ver essa cena de violência a cada manhã.
Eu, sinceramente, não aguento mais!l Ligar a TV no jornal das oito, das nove, ou no jornal das onze, ou de manhã, é a mesma coisa. É cena de massacre. Pessoas com barras de ferro e tudo mais, e nada acontece.
Manifestações pacíficas, infiltradas por extremistas e desordeiros, que descambam para o quebra-quebra, em confronto violento com a polícia. Uma situação de medo, incerteza coletiva pode gerar soluções antidemocráticas, limitadoras das liberdades públicas, e ver um ambiente da mais absoluta liberdade.
Quem quiser que fale o que quiser da Presidenta, do Congresso, do Supremo. A liberdade é total. O Brasil vive uma democracia, mas quem vê televisão, quem vê o que esses caras estão fazendo no Rio, em São Paulo e por aí afora... Se vocês não pararem, aonde é que nós vamos parar?
Um delegado de polícia de São Paulo decidiu dizer que, por conta própria, ia enquadrar dois membros do grupo black blocs na Lei de Segurança Nacional. Esqueceu que temos um alentado Código Penal, capaz de fazer e tomar conta do assunto. Com o gesto, o delegado está conferindo aos detidos o estatuto de preso político e, assim, transporta o campo da política, uma questão que deve ficar de fora.
Nós estamos vivendo, atualmente, um momento muito importante na política nacional, quando se discutem as alianças, o debate e o que haveremos de fazer para as próximas eleições.
Eu mostro apenas aqui para os senhores O Globo de ontem:
(Soa a campainha.)
O SR. PEDRO SIMON (Bloco Maioria/PMDB - RS) - “Polícia de Londres usa câmaras e pesquisa para identificar vândalos. Protestos de 2011 motivaram elaboração de relatório com mea-culpa”. “Paris tem órgão para garantir segurança em manifestações. Uso de balas de borracha na legítima defesa da polícia.”
Barcelona. “Autoridades de Barcelona já identificaram 500 black blocs.” Governo chegou a criar um grupo especial para buscar tranquilidade.
Hoje, a imprensa publica, Sr. Presidente, que o Governador de São Paulo e o seu Secretário de Segurança e o Governo do Rio de Janeiro começarão a tomar providências. A primeira é enquadrar essa gente, e a lei foi aprovada. Irresponsáveis pela segurança. Pessoas que baderneiras são e que estão fazendo verdadeiro movimento de guerrilha urbana, de violência e de arbítrio.
Acho muito importante. Primeiro, eu acho correto que a polícia tenha agido com essa cautela. Imaginem se a polícia tivesse enfrentado, no mesmo contexto, barra de ferro para lá e para cá! Aliás, é o que essa gente gostaria. Esses black blocs gostariam que, a essa altura, já houvesse não sei quantos jovens mortos aqui, para carregarem como vítimas da tirania. Graças a Deus, isso não aconteceu!
Acho que a decisão que está sendo tomada agora, de não apenas fazer como está sendo feito - prende, identifica e solta -, mas de realmente fazer com que eles conheçam o vigor da lei, pode mudar isso. Acho que deve mudar.
Eu tenho um debate com um colega aqui, no Senado, que argumenta que é um direito do cidadão colocar uma máscara e sair mascarado pela rua. Eu disse: “Depende. Pode ser um direito do cidadão se mascarar e sair caminhando pela rua mascarado”. Mas dizer que é um direito um grupo de mascarados sair pela rua, com pedaços de ferro, e quebrar praticamente dezenas de casas? Dizer que isso é um direito? Não. Então, se está acontecendo isso e, se amanhã, lá no Rio de Janeiro, lá em Porto Alegre, houver gente que esteja mascarada, não pode estar mascarado. Tem que mostrar a cara.
É interessante que nessa questão o Governo e a Oposição pensam da mesma maneira. Alguns até acham que deve ser alguém de uma ala mais radical do Governo, que quer aprender, que quer assustar, amedrontar, porque esses jovens estão indo para as ruas e, quando os jovens vão para as ruas, geralmente é para falar mal do Governo. Então, coloca essa gente para transformar numa confusão.
Isso é uma tese discutida. Muita gente comenta isto: “Deve ser um grupo, meio de esquerda ou de direita, que está vendo os jovens ir para as ruas. Sai a Lei da Ficha Limpa, e os jovens vão para as ruas; sai o mensalão, e os jovens vão para as ruas exigir isso, exigir aquilo. Uma maneira de acabar é fazer essa confusão”.
Mas, conforme eu disse e repito, isso está acontecendo no mundo inteiro. Pode ser? Não sei. Tenho certeza de que o Governo não é, mas, se for algum maluco interessado em criar problema nesse lado, pague o preço, seja do lado de cá, seja do lado de lá, seja de esquerda, seja de direita, seja de onde for.
É hora de um grande debate. Querem fazer concentração, façam; querem reunir o povo, discutir, debater, falar, façam. Podem fazer aqui, na frente do Congresso, como já fizeram; podem fazer em frente ao Supremo Tribunal, como já fizeram; na Praça da Sé, como já fizeram. No Brasil inteiro já fizeram.
(Soa a campainha.)
O SR. PEDRO SIMON (Bloco Maioria/PMDB - RS) - Debates, discussão, protesto, mas pacificamente, com as mãos batendo palmas, criticando, protestando. Mas não com as mãos com os cassetetes de ferro, não com bombas caseiras, iniciando-se uma verdadeira guerra.
Sr. Presidente, inclusive, eu já falava, responsabilizando, de certa forma, o Governo pela omissão. Não no sentido de que não foi para agredir, porque, se a polícia tivesse entrado correndo, batido e criado vítimas, seria muito pior. Agora é diferente. Agora eles fizeram o movimento. Eles criaram dentro da sociedade o entendimento de que aquilo está errado.
O que eu digo para a sociedade e tenho repetido muito é que eles não podem, por conta desses jovens desordeiros, irresponsáveis, ou até apaixonados, mas errados, culpar toda a mocidade. “Não, não pode mais haver movimento.” Não. Povo na rua, jovem conversando é símbolo de liberdade, é símbolo de democracia, é símbolo de paz, dentro de uma democracia.
Recebo, com respeito, a decisão do Rio e a de São Paulo. Claro que faço um apelo para agirem com cuidado.
Quando, de repente, eu assumi o Governo do Rio Grande do Sul, depois de anos de ditadura, foram interessantes as reuniões e as instruções que eu tinha com a Brigada Militar e com a polícia. Eles estavam acostumados com um estilo. Era o estilo de agredir, prender, tomar conta. Eu dizia: “Agora não é mais assim. Se vocês vão a uma passeata, vocês têm que aguentar até as provocações”. Professoras e não sei o que passando a mão no brigadiano para provocá-lo, irritá-lo. Eu dizia: “A capacidade de vocês é sem fim. Não aceitem aquela provocação, porque é o que eles querem”. E olhem que os que estavam acostumados com esse estilo se renderam, e o negócio parou.
É o que deve acontecer agora. Vamos separar os jovens sonhadores, os jovens que têm o direito de vir aqui e dizer que nós, políticos, não somos grandes coisas, que nós não prestamos, porque realmente nós não somos grandes coisas, nós merecemos. Talvez eles exagerem, mas merecemos até um pouco mais, mas dentro do respeito. Querem vaiar, vaiem. Agora, atirar pedra, demolir 40 agências bancárias em São Paulo ontem, até consulados estrangeiros no Rio de Janeiro anteontem?! Isso não pode.
(Soa a campainha.)
O SR. PEDRO SIMON (Bloco Maioria/PMDB - RS) - Estou aqui. Sou um Senador independente. Aprovo o Governo quando deve ser, critico quando deve ser, quando eu acho que deve ser. Posso estar equivocado. Mas não vejo responsabilidade nenhuma no Governo pelas coisas que estão acontecendo. Acho até que ele agiu com exagero e cuidado. A população está realmente grave demais.
Nós nunca vimos no Brasil nada semelhante. Eu, nesta minha longa vida, que assisti à ditadura, violência, a tudo o que se pode imaginar, nunca havia visto isto: os caras mascarados, armados, fazendo uma verdadeira guerra, e arrombando, e quebrando, e fazendo tudo. Isso nunca tinha acontecido.
Então, o Governo agiu com calma. Eu concordo. Mas está na hora de parar. Vamos decidir. Acho que quem está agindo assim... Alguns dizem: “Não, mas não pode chamar de quadrilha porque não é uma quadrilha, não está organizada, não está registrada, não está em cartório”. Reuniram-se ali na rua para atirar pedra, mas foi no mesmo ato, no mesmo objetivo, na mesma ação.
Por isso, Sr. Presidente, eu acho... Qual é a hora? São 3 horas. Alguém que esteja ouvindo deve se perguntar: “É hora do quê? De alguma manifestação?”.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE. Fora do microfone.) - É outro assunto. Agora V. Exª já extrapolou - e muito.
O SR. PEDRO SIMON (Bloco Maioria/PMDB - RS) - Por isso, Sr. Presidente, eu creio que o Governo vai agir. E este é o tipo de assunto em que Governo e oposição têm de estar juntos, no mesmo sentido, que é estabelecer a ordem e o respeito do povo.
Muito obrigado.