O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco Maioria/PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Presidente, eu prometo inicialmente a V. Exª e aos demais convidados e homenageados, caras Senadoras e Senadores aqui presentes, seguir os três minutos.

            Eu tinha, Presidente Lula, Presidente Sarney, Presidente Michel Temer, um discurso escrito, talvez estudado, para falar um pouco da história deste dia e dos últimos 25 anos. Mas, depois de ouvir o Presidente Sarney, eu arquivei a história deste Brasil dos últimos 25 anos.

            Talvez um discurso que falasse da emoção de ter participado deste processo, mas, depois de ouvir o Presidente Lula, os protagonistas da nossa Carta, o nosso Relator, Bernardo Cabral, o Relator onipresente, Nelson Jobim, eu também arquivei.

            Eu tinha um discurso escrito para falar da emoção dos jovens daquela época, que estavam esculpindo, construindo a nossa Constituição, e vendo Cássio, meu companheiro da Paraíba, e depois de ouvir Henrique Eduardo Alves, o decano mais jovem do Congresso Nacional, eu também arquivei.

            O que me resta é falar do presente. O que me resta é apontar um futuro e agradecer a homenagem que o Senado está prestando neste momento. E com a medalha que cada um de nós, Senador Raimundo Lira, carrega no peito por ter participado, ao embalo e ao canto de Fafá de Belém, e os nossos sonhos, nós certamente teremos uma responsabilidade ainda maior a partir desta nova quadra, desta nova década.

            Hoje, os filhos da liberdade; hoje, os filhos da plenitude do Estado Democrático de Direito podem ir às ruas, podem estar presentes, de forma pacífica, nos quatro cantos deste País.

            E quantos de nós, eu, Henrique, netos e filhos de homens cassados pela ditadura... Henrique teve três em sua casa, eu tive dois: meu pai e meu avô, cassados no mesmo dia, Senador Inácio, Governador Agnelo, pelo arbítrio daqueles tempos negros que não voltam mais, com a graça de Deus.

            A fase, a performance, o espírito desse homem que quer, ao fazer a homenagem, me lembrar de Tancredo Neves, que foi, certamente, ao lado de José Sarney e Ulysses Guimarães, um dos grandes atores desse processo...

            Ao terminar, quero dizer, agradecendo a presença dos senhores, que o Presidente Renan Calheiros vem, ao longo deste ano, promovendo uma série de seminários e encontros para saudar esta Carta Constitucional tão próxima de nós, tão próxima do povo brasileiro. Ulysses, que nos deixou um legado, afirmava que não queria uma Constituinte esquecida nos gabinetes de Brasília ou exposta nas estantes de nossa Casa. Queria uma Constituinte andarilha, que estivesse na Casa do povo, que estivesse na mobília, Paim, de cada um de nós, brasileiros e brasileiras, que temos a honra de poder representar neste momento.

            A todos, muito obrigado por sua presença.