Discurso durante a 203ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa de maiores investimentos na qualificação de mão de obra como forma de alavancar o desenvolvimento do País.

Autor
Alfredo Nascimento (PR - Partido Liberal/AM)
Nome completo: Alfredo Pereira do Nascimento
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE EMPREGO, POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.:
  • Defesa de maiores investimentos na qualificação de mão de obra como forma de alavancar o desenvolvimento do País.
Publicação
Publicação no DSF de 15/11/2013 - Página 82572
Assunto
Outros > POLITICA DE EMPREGO, POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.
Indexação
  • DEFESA, AUMENTO, INVESTIMENTO, QUALIFICAÇÃO, MÃO DE OBRA, INDUSTRIA, PAIS, IMPORTANCIA, DESENVOLVIMENTO, ECONOMIA, AUSENCIA, CAPACIDADE TECNICA, ZONA FRANCA, MUNICIPIO, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), EXCESSO, VAGA, MERCADO DE TRABALHO, SETOR, CONSTRUÇÃO CIVIL, INEXISTENCIA, TRABALHADOR.

            O SR. ALFREDO NASCIMENTO (Bloco União e Força/PR - AM. Sem apanhamento taquigráfico) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, a falta de trabalhadores qualificados é um grave problema para 65% das indústrias brasileiras, A recente pesquisa da confederação nacional da indústria (CNI) vem ao encontro da triste realidade que o meu estado do amazonas vive - a escassez de mão de obra especializada,

            No caso da Zona Franca de Manaus, o impacto negativo é ainda maior. Por ser o motor do crescimento econômico do estado, a necessidade de profissionais bem preparados é fundamental para a sobrevivência e a própria expansão do pólo. A falta de força de trabalho com alta qualificação para as carreiras gerenciais e para as atividades de inovação tecnológica tem levado o empresariado da ZFM, a buscar esse tipo de trabalhador fora do estado. Para suprir essa carência, o pólo industrial, que conta com uma robusta participação de capital multinacional, tem desenvolvido muitas das soluções tecnológicas necessárias para o desempenho da linha de produção no exterior, onde estão os centros de pesquisa e desenvolvimento de suas sedes, No último ano, por exemplo, a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), revelou que o problema não atinge apenas os cargos executivos. Trinta e seis por cento dos profissionais de nível técnico, assim como 33% dos engenheiros e 31% dos trabalhadores de nível superior também são oriundos de outros estados do país.

            Outro setor bastante afetado no Amazonas é o da construção civil. Sobram vagas de emprego, porque a escassez de mão de obra qualificada impossibilita contratações. Faltam engenheiros, mas faltam também pedreiros, mestres de obras e auxiliares, funções fundamentais para a execução de uma obra, mas que exigem do profissional uma pré-qualificação mínima.

            O que as empresas buscam também são profissionais eficientes e que tenham uma visão bem apurada sobre redução de custos à empresa. Seja qual for o setor. O principal problema decorrente da falta de empregados qualificados está relacionado à otimização do trabalho e ao desperdício de tempo e produtos. Além disso, ainda segundo o levantamento realizado pela CNI, expressiva parcela das empresas, apontou que tem dificuldade em qualificar seus funcionários em virtude da precária formação escolar básica dos trabalhadores. Ou seja, o Brasil peca por investir de forma inadequada, oferecendo uma educação insuficiente aos cidadãos. Faltam escolas técnicas em todo o país. Quando a população tem acesso a esses cursos, a grande maioria é oferecida a um custo muito elevado.

            Em suma, o apagão de mão de obra existe e impede o desenvolvimento do país. A qualificação profissional precisa de investimentos eficazes e de uma força tarefa rápida para que essa barreira seja superada. É fato que, tanto os governos estadual e federal quanto a própria iniciativa privada tem realizado diversas ações para minimizar o problema. No entanto, é preciso fazer mais. É necessário criar um ambiente que propicie a capacitação no campo da inovação tecnológica, principal gargalo que o setor produtivo enfrenta atualmente. Com estes pilares bem estruturados, estou convencido que a zona franca de Manaus, por exemplo, ganhará equilíbrio para suprir sua demanda bem como irá concorrer com os grandes centros produtivos do país de forma mais competitiva.

            Essa mudança de postura precisa acontecer agora. Não podemos perder a oportunidade de investir e melhorar a mão de obra local. Destaco essa urgência com base em fatos concretos. De acordo com a FIEAM, a demanda por profissionais de nível médio, para os próximos cinco anos, será concentrada em carreiras ligadas a automação, contabilidade e manutenção. Para o nível superior, as áreas mais solicitadas serão materiais, eletrônica e produção. Não vamos desperdiçar a oportunidade de ajudar o Brasil, em especial, o meu amazonas, de avançar no crescimento econômico. Só assim vamos de fato promover melhores condições de vida aos amazonenses, gerando emprego e renda para os cidadãos de hoje e para as futuras gerações.

            Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/11/2013 - Página 82572