Discurso durante a 184ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Celebração do 191º aniversário de adesão do Piauí à independência do Brasil.

Autor
Ciro Nogueira (PP - Progressistas/PI)
Nome completo: Ciro Nogueira Lima Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Celebração do 191º aniversário de adesão do Piauí à independência do Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 23/10/2013 - Página 75072
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, ADESÃO, ESTADO DO PIAUI (PI), INDEPENDENCIA, BRASIL.

            O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Maioria/PP - PI. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Piauí celebrou no dia 19 de outubro o 191º aniversário de sua adesão à independência do Brasil. Uma data marcante não somente por ser a primeira entre as três em que meu Estado levantou-se pela causa da Independência, mas porque representa o interesse de homens livres em fazer a liberdade como um princípio fundamental para o desenvolvimento econômico amplo.

            Simplício Dias da Silva, um dos personagens da adesão do Piauí à causa da Independência, em 19 de outubro de 1822, foi descrito pelo português de ascendência inglesa Henry Koster, como um homem de caráter independente. Ele declinou de ser o governador da Província do Piauí por discordar das posturas despóticas do Imperador Pedro I.

            Então, o sentido de liberdade construído pelos homens de Parnaíba é o aspecto que considero mais fundamental para celebrarmos esse dia do Piauí.

            Liberdade é um conceito fundamental que deve nos nortear, seja a liberdade política, seja a liberdade econômica. Sonhar e lutar politicamente por um país melhor é tão importante quanto assegurar que as pessoas disponham de liberdade ampla para empreender e construir suas trajetórias de sucesso econômico e financeiro.

            Hoje, passados 191 anos, estão presentes entre nós piauienses praticamente os mesmos ideais de liberdade que moveram os pioneiros da Independência do Piauí.

            Quando falo em piauiense é importante lembrar que não me refiro apenas aos que, como eu, tiveram a honra de nascer no Piauí. Falo de mais de 300 mil piauienses nascidos em outros Estados e mesmo em outros países, que acreditaram em nossa terra e nela estão construindo o futuro e fazendo suas histórias de vida, contribuindo para que exista realmente pelo esforço deles e de todos os piauienses um Piauí realmente novo.

            Piauienses, como a gente costuma dizer, na linguagem do Poeta Da Costa e Silva, nascidos na terra filha do Sol do Equador, ganham o mundo. Ganhar o mundo é partir, é sair em busca de um sonho, de um desejo. É tentar construir longe da terra natal aquilo que lá não foi possível.

            A nenhum de nós é permitido o direito de impedir que uma pessoa ganhe o mundo, se assim quiser. Porém, é nosso dever, como cidadãos e, principalmente como integrantes do Congresso Nacional, trabalhar para que uma pessoa só deixe sua terra natal em busca de sonhos movida pelo seu próprio interesse e não tangida pelas condições econômicas desfavoráveis.

            Infelizmente, temos que reconhecer que a maioria dos que deixam o Piauí é movida não apenas pelo desejo legítimo de uma vida melhor, mas, principalmente pelas condições econômicas desfavoráveis.

            É claro que estamos vivendo hoje uma situação bem mais favorável. O Estado tem uma economia que segue crescendo até quando o conjunto da economia brasileira tem crescimento negativo. Ocorre é que podemos e devemos crescer a taxas ainda maiores, para que possamos chegar mesmos aos indicadores sociais e econômicos do resto do Brasil. Temos potencial para isso.

            O Piauí exibe algumas das melhores vantagens comparativas, com terras férteis, água de subsolo em grande quantidade, capacidade para gerar energia limpa com uso do vento, sol e biomassa, potencial mineral em níquel, ferro, cobre, diamantes, fósforo, mármore, calcário, argila, opala, gipsita, manganês, titânio e outros minerais.

            Precisamos avançar na melhoria da nossa infraestrutura de estradas e energia para atrair mais investimentos nas mais variadas áreas, desde a mineração, até a logística, serviços e comércio, agronegócio, agricultura orgânica altamente produtiva, turismo ambiental e muito mais.

            Quanto mais o Piauí investir, com recursos próprios ou não, em obras estruturantes, maior será sua economia e maior a capacidade de reinversão das receitas próprias. Ou seja, significa que o Estado deve concentrar suas energias e recursos financeiros em obras que proporcionem elevada taxa de retorno econômico. Hoje, vejo pouco ou nenhum esforço neste sentido por parte dos que estão governando minha terra.

            Precisamos olhar para o futuro, sem deixar de louvar o passado e sempre atento ao presente. O presente é de trabalho, esperança e sonho das pessoas simples, trabalhadoras, honradas que fazem um esforço comum procurando construir um futuro melhor para si e para o Estado. Junto-me aos que estão usando suas energias para fazer no presente um amanhã melhor para o Piauí.

            Minha dedicação aqui é para assegurar que o pecuarista de Corrente tenha boa estrada, que o produtor do cerrado em Bom Jesus, Uruçuí ou Baixa Grande do Ribeiro, sinta-se representado e possa ter mais energia para tocar seus investimentos. O meu trabalho é o de lutar para que haja condições para quem vai produzir energia eólica no sertão ou no litoral, para garantir êxito aos que querem fazer fruticultura irrigada em São João do Piauí, Guadalupe, Parnaíba. Trabalho por crianças e jovens que carecem de mais e melhor educação, com acesso às tecnologias de informação, para que um vasto mundo de oportunidades se abram para eles.

            O Piauí para o qual luto é aquele onde haja progresso social e econômico de Luís Correia a Cristalândia; do semiárido ao cerrado, dos campos e várzeas e chapadas até as margens do rio Parnaíba tomada pela paisagem dos palmeirais de babaçu.

             É um Piauí rico por natureza, com gente dedicada, trabalhadora e capaz. Um Piauí que acorda cedo e dorme tarde, que se move por uma labuta diária para que sonhos não se desperdicem, para termos, todos, uma realidade melhor.

            No aniversário dos 191 anos do Piauí, os 3 milhões e 118 mil piauienses morando em nossa terra e os mais de 900 mil que ganharam o mundo podem, sim, celebrar. As tristezas, os problemas, as dificuldades não nos devem jamais abater.

            Obstáculos nos devem servir como estímulo, porque sabemos de nossa capacidade, de nossas virtudes, de nossa inesgotável força de vontade para seguir em frente e fazer mais e melhor por nós e por nossa terra.

            Parabéns, portanto, a todos os que fazem o Piauí, dentro e fora do Estado, nascidos ou não em nossa terra filha do Sol do Equador.

            Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/10/2013 - Página 75072