O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Renan Calheiros; Sr. Vice-Presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas, que representa neste ato o Presidente Henrique Eduardo Alves; Sr. Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; Srª Ministra da Promoção de Igualdade Racial, Luiza Helena de Bairros; Sr. Senador da República Inácio Arruda, autor do requerimento; Srª Presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster; Sr. Deputado autor do requerimento; Srª Presidente da Agência Nacional do Petróleo, Magda Chambriard; Srs. ex-Presidentes da República José Sarney e Fernando Collor de Mello; Srªs Senadoras e Srs. Senadores; Srªs Deputadas Federais e Srs. Deputados Federais; senhoras e senhores, o Congresso Nacional realiza hoje esta sessão solene em homenagem aos 60 anos de existência da Petrobras, empresa que tem sido, ao longo de sua história, exemplo do Brasil bem-sucedido.

            Muito já se falou, Sr. Presidente e, seguramente, ainda muito há de se falar sobre os inestimáveis serviços de excelência prestados ao País por essa grande empresa.

            Em primeiro lugar, eu gostaria de destacar a própria maneira como a empresa nasceu, fruto de desejo da sociedade, que, na década de 1940, anos antes da instalação da companhia, se manifestava por meio da campanha “O Petróleo é nosso”, a favor da exploração do produto no Brasil.

            O nascimento da empresa, por meio de lei do Congresso Nacional, constituiu-se marco divisório da economia brasileira, haja vista que, a partir daí, o País esteve sempre às voltas com o desafio de explorar petróleo, de refiná-lo e, sobretudo, de conseguir fazê-lo em quantidades suficientes para atender às necessidades do Brasil.

            No início dos anos 1950, a ideia de constituir a companhia poderia se mostrar arriscada, talvez temerária, em razão do baixo preço e da grande quantidade da produção. Fundar a empresa, então, significou enxergar vários passos além. Significou estar muitas décadas adiante do que se pensava à época. Significou ainda vencer desafios, vencer desconfianças, vencer descréditos. Mais ainda, a Petrobras também significou o investimento maciço em ciência e em tecnologia, para que a empresa se mantivesse sempre na vanguarda de um setor de altíssima competição.

            Entre esses desafios, gostaria de destacar alguns. O primeiro foi a aventura da exploração marítima de petróleo. Ficou famoso o relatório do geólogo americano Walter Link, que sugeria que não haveria petróleo no Brasil. Esse relatório, motivo de imenso pessimismo, foi o primeiro grande desafio a ser vencido pela empresa. Para superá-lo, a exploração de petróleo em alto-mar desempenhou papel fundamental.

            No início dos anos 60, a Petrobras pôs em funcionamento a sua primeira plataforma marítima no litoral de Sergipe, depois de alguns anos de prospecção. O grande passo, no entanto, deu-se em 1974, quando foi descoberta a Bacia de Campos, a maior bacia petrolífera do Brasil. A partir daí se inicia uma nova etapa da vida da empresa, quando passa a ter acesso a reservas que, paulatinamente, vão reduzindo a dependência externa do Brasil.

            Os anos 1970 são marcados também pela crise do petróleo. Em dois momentos, em 1973 e em 1979, houve súbitos aumentos do preço do produto. Foram épocas de escassez, de racionamento, de falta de petróleo, bem como de ataque às divisas do País em moeda forte.

            A Petrobras foi decisiva ao participar dos programas de pesquisa por combustíveis alternativos, que resultaram no uso do etanol como elemento fundamental para a economia e para os consumidores brasileiros.

            Uma vez mais, a empresa se mostrou engajada em vencer uma luta terrível, seja pela pressão econômica, seja pela pressão no cumprimento de prazos, seja pela pressão política, seja pela pressão dos consumidores.

            A empresa se mostrou vitoriosa e conseguiu estabelecer-se como uma das grandes petrolíferas do mundo, fundamental para o desenvolvimento nacional.

            Hoje, há novos desafios. Há, por exemplo, a nova geração de biocombustíveis produzidos por meios mais eficientes. Há também os novos desafios do setor da energia. Cada vez mais, é preciso que a empresa se foque em ser protagonista no setor energético mundial. Há ainda os desafios da exploração da camada do pré-sal, que são muito mais exigentes do que os da exploração marítima convencional, e, nisso, a Petrobras está dando um show, está sendo exemplo para outros países do mundo.

            Entre as atividades realizadas atualmente pela Petrobras, está a exploração de petróleo e de gás natural na Bacia do Urucu, em plena Floresta Amazônica. Pouca gente, talvez, saiba o que é a Bacia do Urucu. No meio da selva amazônica, na Bacia do Juruá, na Bacia do Solimões, a Petrobras explora petróleo e gás. Essa exploração conta com tecnologia de alto nível, especialmente em relação ao gás natural que, atualmente, é enviado para a cidade de Manaus, um polo industrial de mais de 500 indústrias. Lá, a energia elétrica é gerada com o gás da Bacia do Urucu.

            Em Rondônia, aguardamos ansiosamente, Sr. Presidente, Srª Presidenta da Petrobras, Sr. Ministro de Minas e Energia, pela extensão desse gasoduto até o Município de Porto Velho, capital do meu Estado, para, assim, abastecer também o Estado de Rondônia na geração de energia e para a indústria local. Tenho, juntamente com todo o PMDB, absoluta confiança na empresa, tenho confiança em seus técnicos e tenho confiança, sobretudo, em que a Petrobras está à altura dos gigantescos desafios que lhe são lançados diariamente.

            Parabéns à Petrobras! Parabéns pelo legado que tem deixado para o Brasil.

            Muito obrigado. (Palmas.)