O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco Maioria/PP - PI. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, todos sabemos pela experiência cotidiana que as estradas brasileiras encontram-se em situação alarmante. E problema de todo o País, E preciso, porém, continuar a tratar do assunto até que tenhamos estradas condizentes com nossa necessidade. Além disso, quando temos acesso a dados e estatísticas podemos ter uma percepção mais clara da extensão do problema que enfrentamos em termos de precariedade de infraestrutura e podemos saber o que deve ser feito.

            No meu Estado do Piauí, a situação é ainda mais grave do que na maior parte do Brasil, merecendo maior atenção por parte do governo federal. Vejamos.

            A CNT - Confederação Nacional do Transporte tem levado a cabo, desde 1995, importantíssimo trabalho de levantamento das verdadeiras condições das rodovias brasileiras, analisando, nas palavras da entidade, "...o estado de conservação e as condições de trafegabilidade de cada uma delas". Mais especificamente, a entidade analisa "aspectos do pavimento, da sinalização e da geometria da via, o que permite a classificação dos trechos como ótimo, bom, regular, ruim e péssimo. Os resultados são apresentados por tipo de gestão (pública ou concedida), de rodovia (federais ou estaduais), por região e por Unidade da Federação".

            Ou seja, há grande seriedade na condução da pesquisa porque são dados retirados do exame detalhado e in loco das estradas brasileiras.

            Como é preciso sempre ressaltar, o problema da baixa qualidade das estradas brasileiras é questão que afeta praticamente todos os Estados brasileiros. De Norte a Sul, a infraestratura é um dos temas na ordem do dia. No Piauí, infelizmente, o quadro, volto a ressaltar, é ainda pior.

            Segundo a CNT, a situação do Piauí, enfatizo mais uma vez, é muito ruim. Apenas 30 quilômetros, ou 1% do total, podem ser considerados ótimos. Vinte e quatro vírgula três por cento são boas.

            Por outro lado, 39% estão em estado regular, enquanto 27,1% são ruins e 8,6% são péssimas.

            Os problemas estão em todos os quesitos pesquisados: pavimentação, sinalização e geometria da via.

            De acordo com a CNT, a situação do Piauí é a terceira pior do Nordeste, à frente apenas de Maranhão e Ceará.

            Antônio Leão, diretor do Sest-Senat, Serviço Nacional do Transporte, em entrevista concedida ao Portal de notícias G1, afirmou que "Os estudos revelaram que 77% das estradas têm deficiência seja na largura, na falta de sinalização ou acostamento. Isso representa um custo maior para o carregador, por exemplo, os fretes chegam a ficar 20% mais caros, acarretando prejuízos no setor de transporte rodoviário, que afetam tanto o transportador, como o comprador da carga, até o consumidor, que vão pagar mais caro pelo produto".

            Preocupante também é o fato de que o sul do Estado, uma das fronteiras agrícolas brasileiras tem praticamente todas as suas rodovias consideradas como regulares, ruins ou péssimas.

            O Estado do Piauí tem sido uma das vanguardas do desenvolvimento agrícola brasileiro. A produção de soja e outros produtos do campo encontrou terreno fértil no Estado. No entanto, o empreendedorismo encontra sérias barreiras para se desenvolver em razão de diversos obstáculos que dificultam a vida de quem se propõem a investir no Piauí. A precariedade da infraestrutura é elemento que conspira contra o País e contra os produtores.

            É preciso investir não apenas na construção de estradas, mas também em ações permanentes de manutenção e recuperação de vias. Precisamos disso. Com urgência. No caso do Piauí é preciso ainda mais atenção porque o povo piauiense tem se esforçado diariamente em prol da economia brasileira.

            Encerro, pois, este breve discurso, solicitando ao DNIT -Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte - que invista no estado e garanta que tenhamos estradas conservadas e seguras. É urgente!

            E importante! E necessário! O povo piauiense agradecerá. A economia piauiense agradecerá e, mais importante do que tudo, é sempre bom lembrar que em boas estradas há menos acidentes e, portanto, mais vidas são preservadas!

            Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.