O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, os que estão nas galerias, aqueles que me acompanham pela TV Senado e pela Rádio Senado, antes de tratar especificamente do assunto que me trouxe à tribuna na tarde de hoje, quero fazer o registro de uma solenidade, de uma celebração de que participei em Natal, no Rio Grande do Norte. Trata-se do 25º ano, do jubileu da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, dos 25 anos de celibato do Pe. Antônio Nunes, em Neópolis.

            Quero também registrar, com muita alegria, a inauguração da Casa Divino Mestre, uma casa para albergar as pessoas humildes, as pessoas pobres que procuram Natal, que vão do interior para Natal, para fazer tratamento de saúde, para fazer exames, enfim, para, de alguma forma, resolver alguma pendência na sua vida. Essas pessoas não tinham onde se hospedar, não tinham acesso a nenhum hotel em função de dificuldades financeiras.

            O Pe. Antônio Nunes, junto com a comunidade, com a Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Neópolis, inaugurou, no último dia 11, quando a Paróquia completou 25 anos e quando ele completou 25 anos de celibato, a Casa Divino Mestre. Eu achei fantástica essa iniciativa! Ela demonstra a grande sensibilidade social do nosso Pároco, homem que tem um contato muito próximo com a comunidade e que se preocupa com o bem-estar dos mais humildes.

            A Casa Divino Mestre é extremamente bem humanizada, com acessibilidade. Evidentemente, uma casa que se dispõe a albergar pacientes de todas as idades que vêm do interior não poderia deixar de observar esse detalhe da acessibilidade.

            Então, fica aqui meu reconhecimento do belíssimo trabalho que o Pe. Antônio Nunes está fazendo na Paróquia de Neópolis. Ressalto, sobretudo, a inauguração dessa Casa, que é mais um instrumento para corrigir as inúmeras injustiças sociais de que o nosso povo é vítima.

            Portanto, fica aqui meu abraço ao Pe. Antônio Nunes.

            Quero parabenizar a comunidade de Neópolis por essa grande conquista, que é a Casa Divino Mestre.

            Sr. Presidente, hoje, pela manhã, participei da posse dos Jovens Senadores. Pelo segundo ano consecutivo, fui escolhido o Presidente dessa Comissão, o que me deixou extremamente feliz, porque tenho a compreensão da amplitude e do alcance desse Projeto.

            O Projeto Jovem Senador, que há três anos existe nesse modelo, pois antes era apenas um concurso de redação, estabelece, de fato, um Senado jovem, em que jovens de todos os Estados concorrem. Os ganhadores de cada Estado assumem, durante quatro dias, a cadeira, representando o seu Estado como um Senador Jovem.

            Estou falando sobre isso, Sr. Presidente, e é muito boa a coincidência de V. Exª presidir esta sessão, por uma razão muito simples: o senhor sabe muito mais do que eu que a semente do Projeto Jovem Senador foi lançada por V. Exª, quando apresentou um projeto de resolução criando esse Projeto. Isso não me causa surpresa ou espanto, porque todos nós conhecemos a sensibilidade social que lhe é peculiar.

            O senhor acertou mais uma vez, porque esse Projeto tem algumas características: primeiro, é um Projeto que aproxima o Senado da sociedade; segundo, é um Projeto que aproxima o jovem do Parlamento; terceiro, é um Projeto que tem um poder de capilaridade muito grande, porque chegam aqui para tomar posse jovens de Municípios do interior do Brasil; jovens que, muitas vezes, não conhecem a capital do seu Estado; jovens que nunca tinham viajado de avião, que nunca tinham entrado em um shopping, que nunca tinham assistido a um filme no cinema, mas que foram contemplados com esse título, primeiro pela existência do Projeto Jovem Senador e, segundo, por sua virtude e por sua capacidade. Esses jovens conseguem suplantar as dificuldades, as diferenças regionais e as diferenças sociais pelas suas qualidades, pelas suas virtudes.

            Esses jovens concorrem com jovens do Brasil inteiro. São escolhidos na sua escola - eles são alunos do nível médio de escolas públicas -; depois, são escolhidos no Município; e, por último, são escolhidos no seu Estado pela Secretaria Estadual de Educação. As suas redações vêm para cá, e, aqui, uma comissão escolhe as três melhores redações. Mas os 27 alunos já tomam posse como Jovens Senadores.

            Neste ano, a vencedora do Projeto Jovem Senador veio do Acre, de uma escola pública do Acre, que foi a Aline da Conceição Andrade. Uma jovem do interior do Acre, de uma escola pública, ganhou o concurso de redação.

            No nosso Estado, Senador José Agripino, a jovem Danielle Pereira de Almeida, de Alexandria, foi a ganhadora estadual e tomou posse hoje, pela manhã, como Jovem Senadora, representando o Rio Grande do Norte.

            Pelo segundo ano, fui agraciado com essa honrosa e gratificante responsabilidade de presidir essa Comissão e tenho aprendido muito.

            Digo que esse é um Projeto, sobretudo, pedagógico, porque o Parlamento ensina a esses jovens o seu funcionamento, a importância do Parlamento. E eu disse para eles, hoje, pela manhã, que não existe democracia forte se há um Parlamento fraco. Um Parlamento fraco é um Parlamento que não ajuda a democracia e termina sendo uma instituição que contribui para as injustiças sociais. Por isso, nós precisamos de um Parlamento forte.

            O Sr. José Agripino (Bloco Minoria/DEM - RN) - Permite-me um aparte, Senador Paulo Davim?

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN) - Pois não, Senador, com prazer.

            O Sr. José Agripino (Bloco Minoria/DEM - RN) - Senador Paulo Davim, primeiro, quero cumprimentar V. Exª pela coordenação que exerce nesse grupo de trabalho de escolha dos Jovens Senadores, de premiação e de recepção aos Senadores mirins, o que, na verdade, em minha opinião, mais do que pedagógico - é claro que é pedagógico! -, é um estímulo a uma coisa que é inata das pessoas e que nenhuma universidade ensina, que é a capacidade de liderar, que é a capacidade de as pessoas tomarem iniciativa, de se sentirem líderes responsáveis, comandantes. Isso é muito importante. Quando, nos Estados Unidos, os jovens executivos, os yuppies, faziam, ou fazem, as applications forms, que são os exames de admissão às funções de alta responsabilidade do mercado financeiro americano, a formação acadêmica, viesse de onde viesse, do MIT, de Princeton, da London Scholl of Economics, estava no currículo. Nas applications forms, nos exames, o que se perguntava, o que se indagava eram coisas que identificavam se o rapaz ou a moça era ou não líder. Era perguntado se era praticante de esporte, se havia sido líder no seu time. Eram questionadas coisas sobre o caráter das pessoas e sobre a capacidade de iniciativa. Esse concurso que trouxe o jovem do Acre e o jovem do Rio Grande do Norte à competição com o jovem de São Paulo, do Rio de Janeiro, do Espírito Santo ou de Minas Gerais é uma coisa admirável, porque trouxe pessoas do Acre, onde a educação está longe de ser igual à de São Paulo, para ser identificada como Senador mirim, porque ela tem condições intrínsecas, qualidades intrínsecas, é um líder em potencial, é uma pessoa que tem capacidade de ter individualidade acima da média provada. E nada melhor do que você estabelecer esses certames para incentivar, estimular a capacidade de liderança de pessoas que podem ser os chefões do futuro.

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN) - Perfeito!

            O Sr. José Agripino (Bloco Minoria/DEM - RN) - Ninguém me diz que, na minha turma, os primeiros da turma foram os mais exitosos, nem na turma de V. Exª. Às vezes, os primeiros da turma - e é claro que é muito bom ser o primeiro da turma! - não são os que têm maior chance ou os que têm maior êxito na vida. Mas há aqueles que têm capacidade de liderar, que têm capacidade de iniciativa, que têm disposição para a luta, que não baixam a cabeça, que respondem às dificuldades com enfrentamento. É isso que faz as pessoas serem singulares, diferenciando-se das pessoas comuns. Esse trabalho que V. Exª coordena seleciona pessoas singulares, que se diferenciam das pessoas comuns. Em qualquer sociedade, é ótimo você selecionar a maior quantidade possível de pessoas singulares. Esse trabalho seleciona pessoas singulares que não estão em São Paulo, nem no Rio de Janeiro, nem em Minas, mas que estão no nosso Rio Grande do Norte, no Acre, nos Estados pequenos, pessoas que estão escondidas e que foram reveladas por esse trabalho, sob a competente coordenação de V. Exª, que quero cumprimentar.

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN) - Muito obrigado, Senador José Agripino.

            Realmente, esse projeto, Senador, permite isso. E aqui eu quero parabenizar esta Casa.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senador Paulo Davim, não é praxe, mas me permita.

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN) - Pois não.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Inspirado também nos elogios do Senador Agripino. V. Exª contou para mim e vou contar de público.

            V. Exª poderia, nesse feriadão, ter ido para o seu Estado. V. Exª não foi. Pediu aos seus familiares que viessem para cá e me explicava na quinta-feira: “Tenho uma missão aqui, Paim. No domingo, vou receber os jovens cidadãos. Não posso ir. Vou ficar aqui”. E o fez com gosto, fez com amor. É isso que soma. V. Exª não o fez só como obrigação, como Senador Presidente dessa importante Comissão. Eu vi que os olhos de V. Exª brilhavam quando falava: “Vou receber a juventude”.

            V. Exª, hoje, pela manhã, esteve aqui com eles. Depois me disse que mais emocionante do que aqui foi ali, no salão de homenagens, onde V. Exª abraçou todos e falou diretamente com todos. V. Exª me dizia, e o Brasil tem que saber disto, que a Cláudia Lyra, inclusive, relatava a V. Exª que muitos desses meninos não tinham sequer roupas, e o Senado providenciou - isso é bonito, e o povo tem que saber -, para que eles pudessem, então, com o carinho de V. Exª e de toda a equipe do Senado Federal, sentir-se acolhidos.

            Eles jamais, jamais vão se esquecer disso. Vão levar ao longo das suas vidas. E a homenagem maior eu quero dizer que é de V. Exª e da equipe do Senado, que os acompanhou.

            Parabéns a V. Exª!

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN) - Muito obrigado, Senador Paulo Paim, mas é verdade. Eu acho que esse projeto que o Senado propicia é maravilhoso. Ele abre fronteiras; abre, sobretudo, perspectiva para esses jovens. E os familiares que conseguiram acompanhar, os diretores de escola, inclusive as três primeiras escolas dos três primeiros lugares receberam prêmios também. Vieram os diretores de escola, professores, enfim, alguns familiares.

            Trata-se de um projeto maravilhoso. Há três anos que esse projeto, nesse modelo, foi inaugurado aqui, no Senado, e tem tido uma repercussão extraordinária.

            Quero também, Sr. Presidente, parabenizar toda essa equipe de apoio. Há uma legião de servidores do Senado Federal que organiza, que se dedica. São pessoas de extrema abnegação, zelosas, que procuram receber esses jovens, deixá-los confortáveis e em segurança. Enfim, é um trabalho que envolve muita gente, mas vale a pena; vale a pena porque é grande o grau de satisfação dos jovens, dos familiares, dos que acompanharam esses jovens, das escolas. Imaginem a repercussão, lá em Alexandria, Senador Agripino, de Daniele chegando lá, sendo premiada, contando a experiência dela no Senado Federal.

            Esses jovens apresentam propostas. Atualmente, existem 17 projetos de lei, oriundos do Plenário do Jovem Senador, tramitando. Esses projetos são analisados na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa. Se forem aprovados, passam a tramitar no Congresso Nacional. Imaginem se alguns desses projetos, ou vários, ou todos venham a ser sancionados pela Presidente da República, um projeto de lei originariamente do Senado Jovem!

            Eu acho isso fantástico! Isso abre um espaço fantástico para a juventude participar e contribuir concretamente para um Brasil melhor, para uma sociedade mais justa, uma sociedade mais igual.

            Quero, mais uma vez, ressaltar a importância da Drª Cláudia Lyra, extremamente abnegada, que teve papel preponderante para organizar, para equacionar as dificuldades, que são muitas. V. Exªs imaginam a quantidade de problemas que surgem, a logística para trazer esses 27 jovens para o Senado, para tomar posse! São quatro dias trabalhando, preparando as matérias, discutindo.

            Enfim, trata-se, realmente, de um trabalho muito bonito que merece reconhecimento e elogio de todos nós.

            Parabéns ao Senado Federal!

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - A Drª Cláudia Lyra está aqui.

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN) - Drª Cláudia Lyra, Diretora da Mesa do Senado Federal.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Em seu nome, está cumprimentando toda a equipe.

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco Maioria/PV - RN) - Exato. Em nome dela, quero estender esses elogios e esse reconhecimento a toda essa equipe que organizou o projeto Jovem Senador.

            Então, fica aqui o meu registro, a minha satisfação e os meus agradecimentos de ter a oportunidade, pelo segundo ano, de presidir essa comissão.

            Realmente, essa é uma experiência ímpar para mim, para nós e, sobretudo, para esses jovens dos mais diversos lugares do Brasil, que estiveram aqui, tomaram posse e vão trabalhar, vão discutir, vão conhecer a dinâmica da mais alta Casa legislativa do Brasil. Serão sementes que vão capilarizar informações, mostrando como se trabalha, qual o papel do Senador, como o Senado trabalha, qual a importância desta Casa para a democracia brasileira, para o Estado brasileiro, para a política brasileira.

            Portanto, fica aqui o meu reconhecimento a toda essa equipe maravilhosa e a V. Exª também, pelo projeto de resolução, lá atrás, que desaguou nesse belíssimo projeto Jovem Senador.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.