Discurso durante a 217ª Sessão Especial, no Senado Federal

Pronunciamento na sessão especial do Senado Federal destinada à comemoração do centenário de fundação da Universidade Federal de Itajubá/MG - Unifei.

Autor
Jorge Afonso Argello (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
Nome completo: Jorge Afonso Argello
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM, SENADO, ENSINO SUPERIOR.:
  • Pronunciamento na sessão especial do Senado Federal destinada à comemoração do centenário de fundação da Universidade Federal de Itajubá/MG - Unifei.
Publicação
Publicação no DSF de 30/11/2013 - Página 89049
Assunto
Outros > HOMENAGEM, SENADO, ENSINO SUPERIOR.
Indexação
  • PRONUNCIAMENTO, SESSÃO ESPECIAL, SENADO, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CENTENARIO, UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBA (UNIFEI), MUNICIPIO, ITAJUBA (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG).

            O SR. GIM (Bloco União e Força/PTB - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Delcídio, amigo Delcídio, quero continuar na mesma toada desta reunião. Eu estava ali e, na hora em que ouvi a moda de viola e vi você conversando com as pessoas que vieram aqui para participar desta sessão solene, tendo em vista a forma como V. Exª a está conduzindo, eu quase pedi um torresmo. Esta reunião está muito tranquila. Então, para continuar no mesmo tom, na mesma toada, eu gostaria de cumprimentá-lo e de parabenizá-lo, Delcídio.

            Sou advogado, sou administrador de empresas, mas sou pai, e meu filho está se formando em Engenharia. Então, eu me encaixei nesta homenagem. Tenho um filho mais jovem. O meu filho mais novo está fazendo Engenharia aqui, em Brasília.

            Cumprimento o primeiro signatário desta sessão, meu amigo, meu companheiro, professor no Senado, Senador Delcídio do Amaral; o Magnífico Reitor da Universidade Federal de Itajubá, Exmo Sr. Dagoberto Alves de Almeida; o Magnífico ex-Reitor da Universidade Federal de Itajubá Exmo Sr. Zulcy de Souza; o Magnífico ex-Reitor da Universidade Federal de Itajubá Exmo Sr. Fredmarck Gonçalves Leão; o Prof. Titular e ex-aluno da Universidade Federal de Itajubá Sr. Afonso Henriques Moreira dos Santos; o Consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ex-aluno da Universidade Federal de Itajubá e meu amigo Ricardo Pinto Pinheiro; o Magnífico Reitor da Universidade de Brasília, Ivan Camargo, que teve de sair da sessão, mas que deixou a todos um abraço apertado. Ele é o melhor Reitor da Universidade de Brasília da nova geração. Vamos fazer justiça a ele, que esteve aqui. Ele é muito requisitado em seu serviço, e, mesmo sendo importante a sua presença aqui, o dever o chamou.

            Cumprimento ainda o Presidente da Associação Latino-Americana de Geração de Energia Renovável, Sr. Marcelo Renault, as minhas senhoras e os meus senhores.

            Por que um Senador de Brasília está aqui, no Senado, hoje? Hoje é um dia em que estamos na rua, em que estamos lutando por aí, visitando as bases. Eu vim a esta sessão em homenagem a Itajubá. Primeiro, quem está conduzindo a sessão é um amigo e um irmão que eu tenho, que é o Senador Delcídio do Amaral. Eu falei: “Não posso deixar de passar lá e dar um abraço nele.”

            Tenho um pequeno discurso para fazer. Vou fazê-lo e vou justificar no final, Paulo Victor.

            A Escola Federal de Engenharia de Itajubá completou 100 anos no último dia 23 de novembro. Em 23 de novembro de 1913, o então Presidente Hermes da Fonseca e seu Vice-Presidente, depois seu sucessor, o itajubense Wenceslau Braz, deslocaram-se da então capital, Rio de Janeiro, de trem, para a inauguração da Escola.

            A construção das nossas grandes usinas hidroelétricas, das nossas linhas de transmissão e das nossas redes de distribuição de energia está intimamente ligada à história daquela pioneira Escola de Engenheira.

            Engenheiros formados em Itajubá ajudaram a construir Furnas, a Cemig, a CEB, em Brasília, e quase todas as empresas de energia do Brasil. Ajudaram a levar a luz elétrica aos mais longínquos rincões da Pátria e ajudaram a levar a energia e o desenvolvimento a todas as regiões do País.

            Grandes brasileiros passaram por aquela centenária Escola - já foram citados aqui no seu discurso quase todos, mas vou repetir, porque é muito bom falar deles -, como o Dr. Antônio Aureliano Chaves de Mendonça, Governador de Minas, Presidente da República, Ministro das Minas e Energia, que foi aluno e professor da Universidade de Itajubá.

            E muitos outros lá estudaram, como Joel Reno, que presidiu a Petrobras; Marcondes Brito, da Eletrobrás; Aloisio Faria, de Brasília, o Pavão; Paulo Victor Rada - eu o estou vendo aqui - e José Geraldo Maciel, que não está aqui, mas que também foi Presidente em Itajubá.

            Vejo aqui o Dr. Dalmo. O Dr. Romeu também se encontra aqui. É muito bom ver todos vocês aqui!

            Essas pessoas ajudaram a criar e presidiram a Companhia de Eletricidade de Brasília.

            Ricardo Pinto Pinheiro, que presidiu a Eletronorte, encontra-se aqui. Saúdo o nosso Ricardo Pinto Pinheiro!

            Saúdo Kerman Machado, que presidiu a Eletrosul e a Excelsa, no Espírito Santo, e muitos outros.

            Vejo aqui o Dr. Dalton também.

            Nasceu no Senado Federal o projeto de lei, depois encampado pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso e por seu Ministro da Educação, Paulo Renato, que transformou a centenária e conceituada Escola em universidade.

            Na época, eram Senadores e autores do projeto dois ex-alunos, que V. Exª também os citou. Um deles é Alberto Silva, que era um gênio. Escutei Alberto Silva aqui. Ele falava do Piauí, da ligação dos rios, do transporte que ele queria fazer. Ele era brilhante. Todos vocês escutaram isso. Ele era brilhante! É outro que também era brilhante e que foi Governador do Piauí.

            Outro que também era brilhante passou pelo Senado e, como Governador do Distrito Federal, deu uma aula de como fazer. Falo de um gigante chamado José Roberto Arruda, que foi Governador do Distrito Federal.

            Eu gostaria de dizer que os milhares de engenheiros formados em Itajubá nesses 100 anos dirigiram e dirigem ainda grandes empresas do setor privado, ajudaram a desenvolver o nosso potencial hidroelétrico e se espalharam por todas as regiões do País, sem perder uma característica comum, que é o grande amor e o orgulho que sentem pela escola de Itajubá.

            Nesta comemoração pelos 100 anos da Escola de Engenharia de Itajubá, fica aqui o reconhecimento de todos os brasileiros, dos brasilienses, pela enorme contribuição que essa instituição de ensino tem dado ao País nos seus 100 anos de existência. É nosso desejo que ela continue dando ao País os seus melhores quadros, que dignificam a Engenharia brasileira.

            Eu concordo com o Senador Delcídio do Amaral: este País precisa de engenheiros, precisa muito mais de engenheiros do que de advogados.

            Vocês são todos pautados cartesianamente na lógica. É preciso ter lógica. E é isto mesmo: o nosso País precisa de engenheiros, tem tudo para ser construído.

            Quando vamos a outros países e vemos que nosso País tem muitos potenciais e muitas riquezas naturais, sentimos a necessidade de ver o exemplo que deu esse pioneiro. De uma frase sua eu me apropriei, mais uma vez: “Revelemo-nos mais por atos do que por palavras, dignos de possuir este grande País”. Quem disse isso foi Theodomiro Santiago, um homem que vendeu os bens para montar lá uma universidade. Ele vendeu os próprios bens naquela época, no começo do século passado, por volta de 1908, de 1910, de 1913, quando ele foi para lá para buscar montar um laboratório. Ele vendeu os próprios bens, porque acreditou nisso. Olhem que ele era advogado - vou salvar um pouco os advogados aqui -, mas tinha a cabeça de engenheiro, uma cabeça de concreto, uma cabeça de energia. Ele era um homem que olhou à frente do seu tempo. E, olhando à frente do seu tempo, qual foi o legado que ele deixou? Cem anos depois, numa sexta-feira, o Senado da República diz: “Muito obrigado por ter acreditado no nosso País. Muito obrigado por ter acreditado nos itajubenses, por ter acreditado em Itajubá.”

            Se hoje Itajubá não é tão grande assim, imaginem como era há cem anos! Alguém acreditou que lá havia boas cabeças. E lá existem boas cabeças mesmo.

            Brasília deve muito a vocês, de Itajubá. O Brasil deve muito a vocês e, tenho certeza, vai continuar devendo. E que venham mais cem anos, mais duzentos anos!

            Venho aqui hoje dizer isso e homenagear o Delcídio e o meu amigo José Roberto Arruda, que, tenho certeza, está com o seu coração aqui hoje.

            Muito obrigado, gente. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/11/2013 - Página 89049