O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Sr. Presidente do Senado Federal, Senador Renan Calheiros; Diretor Superintendente do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar do Distrito Federal, Sr. Epaminondas Lino de Jesus; Diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar do Distrito Federal, Sr. Antônio Augusto de Queiroz; Diretor Técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos de São Paulo, Sr. Clemente Ganz Lúcio; senhoras e senhores, o Congresso Nacional realiza hoje esta sessão solene em homenagem aos 30 anos de existência do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.

           O Diap, como é mais conhecido entre nós esse Departamento Intersindical, é um dos melhores exemplos da importância da Constituição de 1988, uma Constituição Cidadã, como disse o nosso saudoso Ulysses Guimarães, e democrática, porque criou os alicerces políticos para a maior participação de uma sociedade cada vez mais pluralista e participativa nos destinos do País e do seu povo.

           Vínhamos de um tempo sombrio, quando o cidadão brasileiro não tinha vez nem voz. O Texto Constitucional fez com que cidadania e democracia pudessem, de fato, caminhar juntas na construção de uma política voltada para os interesses comuns da sociedade brasileira. As decisões políticas eram tomadas sem uma participação mais efetiva do povo. A sociedade não se organizava, porque não lhe era permitido o pensamento coletivo, sob pena da perda das liberdades individuais.

           Foi a sociedade organizada que restaurou as nossas liberdades, nos movimentos como o Diretas-Já, pela Anistia, pela ética na política e tantos outros. É essa mesma sociedade organizada que, neste 2013, ocupou ruas e praças de todo o País, na busca dos direitos consagrados na mesma Constituição de 1988. É a sociedade brasileira no seu justo desejo de, efetivamente, participar dos rumos da política.

           O Diap teve como seu idealizador o advogado trabalhista Ulisses Riedel de Resende e foi criado em 19 de dezembro de 1983, no passo, portanto, dos movimentos populares que ocuparam o Congresso Nacional na construção de uma Constituição cidadã e democrática. No passo do desejo da sociedade de se organizar no sentido da maior participação nos seus próprios destinos. Uma sociedade que não quer ser, tão somente, objeto da história, mas construí-la, ela mesma, dentro dos desejados limites da democracia.

           O Diap foi criado, como nos seus documentos oficiais, “para atuar junto aos Poderes da República”, mas com especial ênfase “no Congresso Nacional”. Nesses 30 anos, essa instituição deu mostras da sua relevância, porque seus trabalhos tornaram-se referência entre nós, pela qualidade e, principalmente, porque, para todos nós que militamos na política, sabemos que se trata de uma entidade que tem, como princípios fundamentais, “decisões democráticas, atuação suprapartidária, conhecimento técnico e atuação como instrumento dos trabalhadores em matérias consensuais no movimento sindical, que representem o seu pensamento majoritário".

           É por isso, Sr. Presidente, que a atuação o Diap tem sido, para todos nós, nessas três décadas de sua existência, uma referência para a boa política. Seus trabalhos são indicadores de rumos para a tomada de decisões, principalmente no Congresso Nacional; legitimam as nossas propostas legislativas e nos indicam se os anseios gravados na Constituição de 1988 estão, de fato, sendo colocados em prática.

           O Diap é constituído por centenas de entidades sindicais de trabalhadores, presentes em todos os Estados, congregando Centrais, Confederações e Associações. Diversas são as atividades desempenhadas pelo Diap no sentido de contribuir e subsidiar os debates sobre os assuntos de interesse dos trabalhadores, por meio de estudos técnicos e políticos.

           Desde 1994, o Diap publica Os Cabeças do Congresso Nacional, que são aqueles que se diferenciam pela capacidade de conduzir debates, negociações ou articulações dentro do ambiente político.

           Esta celebração pelas três décadas de existência do Diap é mais que um reconhecimento da importância de um departamento que congrega as entidades sindicais do País; é, na verdade, um culto à democracia e à cidadania. Daí que o Diap é mais que um “departamento”, no sentido restrito da expressão; ele é um espaço de participação plural, democrático e cidadão.

           A democracia e a cidadania também celebram a existência do Diap. Se depender da atuação do Diap, o País será sempre mais justo e verdadeiramente democrático.

           Parabéns ao Diap!

           Muito obrigado, Sr. Presidente.

           (Palmas.)