Discurso durante a 25ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Pronunciamento na Sessão Solene do Congresso Nacional destinada a homenagear o Movimento Novembro Azul e a Sociedade Brasileira de Urologia.

Autor
Vital do Rêgo (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Vital do Rêgo Filho
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM, SAUDE.:
  • Pronunciamento na Sessão Solene do Congresso Nacional destinada a homenagear o Movimento Novembro Azul e a Sociedade Brasileira de Urologia.
Publicação
Publicação no DCN de 05/11/2013 - Página 2212
Assunto
Outros > HOMENAGEM, SAUDE.
Indexação
  • PRONUNCIAMENTO, SESSÃO SOLENE, CONGRESSO NACIONAL, HOMENAGEM, SOCIEDADE, UROLOGIA, BRASIL, CAMPANHA, COMBATE, PREVENÇÃO, CANCER, HOMEM.

            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco Maioria/PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, colega médico, Senador Moka, quero saudá-lo pelo trabalho brilhante que faz à frente da nossa Comissão de Assuntos Sociais; cumprimentar o Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Dr. Aguinaldo; cumprimentar o Presidente da Associação Médica de Brasília.

            Quero também me referir à presença dos companheiros e queridos Deputados: Deputado Maurício Quintella Lessa, bravo companheiro das Alagoas, com cuja antiga amizade eu tenho a honra de privar desde o nosso comum mandato como Deputado Federal; Deputado Jorge Silva, aqui representando a palavra dos médicos, dos urologistas, em cujo primeiro mandato já tomou a frente desta grande iniciativa parlamentar, que é a criação da Frente Parlamentar de Atenção à Saúde do Homem. Parabéns, Sr. Deputado.

            Quero cumprimentar as minhas queridas e bravas mulheres, e, nesse sentido, testemunhar o trabalho desta extraordinária Senadora, incomum nas suas lutas, guerreira como o povo gaúcho, Senadora Ana Amélia. Estar ao lado de Ana Amélia é sempre muito prazeroso, quer na Comissão de Constituição e Justiça, quer nas diversas comissões de mérito, porque as iniciativas parlamentares dessa Senadora se robustecem de uma franca ação política e de solidariedade. Essa é mais uma.

            Eu também quero me referir a esta mulher extraordinária com cuja companhia eu tive a honra de privar na Câmara Federal e que agora, com certeza, além de todos os seus predicados de 11 mandatos, com uma atuação e uma liderança no seu Estado, o Estado do Espírito Santo, consegue não definir mais limites regionais para as causas que abraça. Hoje, a Senadora Rose ou a Deputada Rose de Freitas - certamente, estaria vaticinando aqui a sua presença no Senado - é, sem dúvida alguma, uma voz acreditada no Congresso Nacional, por posturas dessa natureza.

            Presidente, foi pelas mãos das mulheres que nós estamos aqui, com iniciativa dessa grandeza. Eu, coincidentemente, me encontrei com Rose nos corredores do Ministério da Saúde, na última quarta-feira, quando ela me convidou para esta sessão.

            Presidente Moka, muitos motivos me trazem aqui, a esta tribuna.

            Na condição de Parlamentar, como já o fiz, eu quero enaltecer uma campanha que, para a saúde do homem, será fundamental, será a quebra de barreiras e será a construção de novos paradigmas no tratamento da saúde do homem.

            Estou aqui como médico. Vivi na academia, na escola de Medicina, dentro do pouco período de profissionalização em que eu tive o prazer e a satisfação de me envolver com essa profissão extraordinária que é a minha vocação primária, Senador Moka - eu fui e sou advogado depois de me formar médico, talvez na construção de um modelo diferenciado que, por influência paterna, consegui absorver. Estou como médico, dividindo, com os senhores da urologia, esse novo amanhecer, essa nova luz azul que se reflete em cada prédio oficial, agora iluminando o nosso Congresso Nacional, mas, certamente, numa luta que deverá sair daqui, desta sessão, para se estender ao Brasil inteiro como uma política nacional de governo e uma política de Estado.

            Nós queremos muito mais, Senadora Ana Amélia e Deputada Rose, do que esta sessão e do que os encontros que nós vamos ter a partir dela, mas que seja, para o homem, a questão do tratamento e da prevenção do câncer da próstata uma política de Estado.

            E, por esta iniciativa, faça-se justiça à Senadora Angela Portela, nas palavras da Senadora Ana Amélia, que já o fez. E a matéria está na Câmara, com a celeridade que certamente Rose e Quintella haverão de dar, em nome do Congresso Nacional.

            Eu não quero mais falar das estatísticas, porque todos nós já podemos ouvi-las e ler sobre elas neste informativo tão bem feito, com a simplicidade daqueles que querem comunicar-se: comunicar ao homem, que muitas vezes se deixa levar por outras informações preconceituosas; comunicar ao homem, principalmente ao homem do interior, porque esses números, Moka, que foram distribuídos e divulgados aqui, se você colocar no extrato aqueles que não recebem a informação, principalmente na zona rural, certamente triplicarão, aumentarão em proporções geométricas, porque, quanto mais distante a informação chega, maior, certamente, é a taxa de mortalidade.

            Eu falo agora muito mais como cidadão e homem; e tenho razões especiais para falar. Quantos de nós perdemos entes queridos por força desta doença que não é, pelas mais diversas razões, atacada. É duro, é duro para os familiares, ver um câncer, que, muitas vezes, nós, na medicina, chamamos câncer manso. É um câncer manso que às vezes passa 20 anos para entrar em estágio terminal, para que ele possa efetivamente comprometer definitivamente a vida do ser humano.

            A maior parte dessas neoplasias parece uma iniciativa divina, simplesmente divina; é como um despertar para o paciente: “Chegou a hora; vá-se tratar. É necessário procurar um urologista e atacar esse problema, porque você tem cura, você pode se curar.” Mais de 90% dos casos nós curamos com a prevenção tão necessária.

            Muitas vezes, o médico fica impotente: impotente para vencer o preconceito, impotente para vencer, muitas vezes, a desilusão, a desesperança e a frustração pelos estágios que, ao longo do tempo, a doença vai alcançando até chegar ao pulmão, aos ossos, consumindo o paciente.

            Talvez seja esta a principal razão de eu estar aqui: para que o óbito, a morte desses dez mil neste ano ou dos 12 mil, como o Jorge anunciou há pouco, no próximo ano, não seja em vão.

            O Congresso Nacional, neste momento, está assumindo a responsabilidade junto com a Sociedade Brasileira de Urologia de proporcionar um despertar a essas pessoas. Todo tempo é tempo, mas, com a brevidade do tempo, a felicidade será total.

            Eu quero dizer, por fim, que sinto profunda emoção ao falar desses homens que precisam ter cuidado e precisam de nós para serem cuidados também.

            Muito obrigado a todos. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DCN de 05/11/2013 - Página 2212