Pronunciamento de Eduardo Amorim em 16/10/2013
Discurso durante a 180ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Homenagem pelo transcurso do Dia do Anestesiologista.
- Autor
- Eduardo Amorim (PSC - Partido Social Cristão/SE)
- Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Homenagem pelo transcurso do Dia do Anestesiologista.
- Publicação
- Publicação no DSF de 17/10/2013 - Página 73468
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, MEDICO, ESPECIALIDADE, ANESTESIOLOGIA.
O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco União e Força/PSC - SE. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ouvintes da Rádio Senado e espectadores da TV Senado, todos que nos acompanham pelas redes sociais,
Há exatos 167 anos, em Boston, nos Estados Unidos, foi realizado o primeiro procedimento cirúrgico onde o paciente foi anestesiado com éter, por meio de um aparelho inalador.
Hoje, 16 de outubro, comemoramos o Dia do Anestesiologista, especialidade médica que estuda e proporciona ausência ou alívio da dor qual, com muito orgulho, pertenço desde 1992.
Trabalhar para sanar a dor de um paciente durante um procedimento cirúrgico, no pré ou pós operatório sempre me fascinaram e o aprofundamento desse tema, motivou-me a seguir e a mergulhar mais profundamente na especialidade.
E, nessa imersão, veio a possibilidade de estudar Algologia e trabalhar na área do tratamento clínico da dor crônica, aquela que deixa de ser a causa de uma doença para se tornar o problema em si. Dessa maneira, buscamos uma visão holística e procuramos tratar o paciente com dor e não somente a dor do paciente.
Entretanto Sr. Presidente, nos primórdios alguns cirurgiões consideravam a dor uma conseqüência inevitável do ato cirúrgico, não havendo uma preocupação, por parti maioria deles, em empregar técnicas que aliviassem o sofrimento relacionado ao procedimento.
A exceção da China, onde se usava a milenar acupuntura, as primeiras tentativas de alívio da dor foram feitas com métodos puramente físicos como pressão e gelo, bem como uso de hipnose, ingestão de álcool e preparados botânicos.
Dois anos antes, porém, da bem sucedida experiência em Boston, o Cirurgião-Dentista Horace Wells percebeu as propriedades anestésicas do oxido nitroso em dezembro de 1844, contudo a demonstração pública da extração dentária sem dor, com o uso desta substância fracassou. Em verdade o oxido nitroso é uma droga mais analgésica que anestésica.
Já em 16 de Outubro de 1846 a anestesiologia tem seu marco inicial com William Thomas Green Morton, realizando uma anestesia baseada em éter, para que o cirurgião John Collins Warren excisasse um tumor que lhe tomava a glândula sub-maxilar e uma parte da língua.
Na ocasião, Morton chegou atrasado devido a um problema no inalador e a sessão quase foi suspensa por isso. Chegou esbaforido, desculpando-se pelo atraso e logo foi instruindo o paciente a respirar por uma das aberturas do inalador de vidro. Depois de perder a consciência e deixar cair a cabeça, Morton se vira para Warren e diz: 'Seu paciente está a sua espera Dr!'.
Warren, então, fez a excisão do tumor com a rapidez habitual e o paciente não desferiu nenhum grito de dor. Depois de terminar, Warren, emocionado, fala para a platéia incrédula: 'Isso, senhores, não é nenhum embuste'. O impassível cirurgião chorava.
Deste dia em diante a humanidade venceu a dor. Saímos das trevas.
Aqui no Brasil, segundo Lycurgo Santos Filho, a primeira anestesia geral com éter foi realizada em 25 de maio de 1847 no Hospital Militar do Rio de Janeiro pelo médico Roberto Jorge Haddock Lobo e Domingos de Azevedo Marinho. E em 1948 foi fundada a nossa Sociedade, a Sociedade Brasileira de Anestesiologia.
Desde o primeiro experimento aos dias atuais, a segurança dos procedimentos anestésicos aumentou muito, O melhor preparo dos médicos, o melhor conhecimento das doenças, o melhor preparo dos pacientes, a instituição regular das consultas pré-anestésicas, drogas mais seguras e monetarização adequada no intra-operatório e no período pós-anestésico são considerados os principais fatores que contribuíram para a drástica redução das complicações relacionadas às técnicas anestésicas.
Hoje em dia se incentiva o estabelecimento de uma relação médico paciente mais próxima com o médico Anestesiologista, reconhecido fator de melhora da qualidade e conseqüente diminuição de complicações relacionadas ao ato anestésico.
Mas, amanhã é dia do médico e quero deixar aqui, da tribuna desta Casa, meu reconhecimento, apoio e admiração a todos os profissionais médicos de todas as especialidades que dedicam muitos anos de suas vidas aos estudos com o objetivo de salvar vidas, seja nos grandes centros urbanos, seja nas periferias ou pequenos municípios.
Profissionais que, muitas vezes, atendem aos pacientes em postos de saúde e em hospitais sem a menor estrutura, mas que não abandonam seus pacientes à própria sorte.
O Programa Mais Médicos está para ser votado no Plenário desta Casa, mas mais do que Mais Médicos" precisamos urgentemente de "MAIS SAÚDE" para o nosso povo, para a nossa gente.
Muito obrigado, Sr. Presidente.