Discurso durante a 222ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solicitação de apoio à criação da CPI da CBF; e outro assunto.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI). ESTADO DO ACRE (AC).:
  • Solicitação de apoio à criação da CPI da CBF; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 05/12/2013 - Página 90467
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI). ESTADO DO ACRE (AC).
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, ASSINATURA, CRIAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF), INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, DIRIGENTE, FEDERAÇÃO, FUTEBOL.
  • REGISTRO, VOTO, APOIO, EMPRESTIMO, DESTINAÇÃO, ESTADO DO ACRE (AC).

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Sem revisão do orador.) - Faço só uma pergunta: nós vamos votar o empréstimo do Acre hoje?

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Já o fizemos, Senador.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Já o fizemos. Quero, então…

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - V. Exª está com a palavra e é Líder, mas quero dizer que, ontem, foi acordada a apreciação do item 1 da pauta, que trata da meia-passagem. Há ainda a busca de um entendimento. Esse é o item 1 da pauta. Também temos de deliberar sobre as autoridades. Eu gostaria de ouvir os Líderes, começando por V. Exª, sobre as deliberações que constam na pauta da Ordem do Dia.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Inicialmente, eu gostaria que V. Exª registrasse meu voto quanto ao empréstimo do Acre. Voto “sim” e faço isso com muita clareza e orgulho, porque convivi aqui com seu irmão, o hoje Governador Tião Viana, na época em que V. Exª era o Governador do Acre. E, durante toda a nossa convivência, tivemos uma discussão não muito séria, mas salutar.

            Respeito muito seu irmão. Sei da coerência dele, da capacidade que ele tem, assim como V. Exª tem demonstrado aqui, administrando este Senado, quando há necessidade da sua interferência como Vice-Presidente, com muita propriedade, deixando os Senadores à vontade. Assim era seu irmão aqui, e tenho certeza de que o tratamento que ele dá ao povo do Acre é o mesmo que vi nesta Casa quando ele se relacionava com os servidores e com os amigos Deputados: um tratamento cordial e muito simpático. Assim é V. Exª também.

            Por isso, faço questão de ser justo. Levantei-me e levantei o microfone para ser justo neste momento em que voto “sim”, em favor do Acre, pelo fato de o Acre ter hoje dois representantes: um deles, como Governador, é muito capaz; o outro, como Vice-Presidente do Senado Federal, também é muito capaz.

            Quanto à votação de hoje, com relação às autoridades, não há problema algum.

            Com relação a esse projeto, precisamos ver se ele seguiu os trâmites normais. Se ele os seguiu, poderemos votá-lo; se não, acho que devemos não apelar passando por cima de Regimento e dos trâmites que os processos têm de seguir normalmente aqui. Eu preferia que pudéssemos votar as autoridades. Se houvesse acordo para votar outro projeto, poderíamos fazê-lo se ele tivesse seguido, logicamente, todos os trâmites. Nada de afogadilho, nada de pressa para se votarem mais projetos aqui, no Senado!

            Outra interferência que eu queria que V. Exª me deixasse fazer era relativa à CPI da CBF. Quero dizer que outros Senadores têm me questionado sobre a CPI das obras da Copa do Mundo. Não é isso que estamos questionando. Não estamos questionando as obras da Copa. Os Senadores estão preocupados porque isso vai interferir na Copa do Mundo. Não é isso que estamos querendo fiscalizar. Nós queremos acabar, de uma vez por todas - no seu Acre, também existe isso -, com a compra de votos, com o “mensalinho”, que uma das revistas de maior circulação nacional, a revista Veja, vem colocando em sua reportagem: o “mensalinho” da CBF, no mais puro cinismo de corrupção e compra de votos do Sr. Marin.

            É isto que nós queremos apurar, somente isto: esse relacionamento de duração perpétua em cargos de federações, de 20 anos, de 30 anos, de 40 anos. É isso que queremos apurar!

            Peço aos Senadores, peço insistentemente aos Senadores que deem crédito a essa CPI. Quero que o Parlamento volte a ser um órgão fiscalizador. Essa é uma de suas atribuições, que está patenteada e assegurada na Constituição Federal. Um dos últimos questionamentos democráticos que tem a minoria é a CPI. Se não tivermos mais força para fiscalizar e se não tivermos mais competência neste Senado para buscar a criação de uma CPI, será melhor não insistir, será melhor entregar tudo para a Presidenta Dilma de uma vez por todas!

            Essa CPI é um processo democrático de apuração daquilo de que a sociedade brasileira desconfia, que é exatamente essa duração e a já confirmada prática de compra de determinados dirigentes de federações para se perpetuarem nos seus cargos. É isso que começa a fazer o Sr. Marin. Isso aí vai de encontro ao desejo da sociedade. A sociedade reclama, a sociedade clama, e os Senadores têm obrigação regimental e constitucional de fazê-lo. Tenho a certeza de que os seus Estados, os Estados de cada um, querem que possamos fazer aqui uma CPI da CBF. É para isto que conclamo os colegas: vamos assinar a CPI da CBF!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/12/2013 - Página 90467