Discurso durante a 222ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem póstuma ao Governador de Sergipe, Marcelo Déda.

Autor
Aécio Neves (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Aécio Neves da Cunha
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem póstuma ao Governador de Sergipe, Marcelo Déda.
Publicação
Publicação no DSF de 05/12/2013 - Página 90478
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, MARCELO DEDA, GOVERNADOR, ESTADO DE SERGIPE (SE), COMENTARIO, BIOGRAFIA, POLITICA.

            O SR. AÉCIO NEVES (Bloco Minoria/PSDB - MG. Sem revisão do orador.) - Pelas mesmas razões do ilustre Líder, Senador Walter Pinheiro, eu, por questões extremamente graves do ponto de vista pessoal, não pude estar ontem em Brasília, mas senti, e senti muito, como sentiram brasileiros não apenas de Sergipe, mas também de várias partes deste Brasil a perda do meu amigo e irmão Déda.

            Como vocês sabem, Déda era Parlamentar e, depois, foi Governador, sempre eleito pelo PT, e eu, pelo PSDB. Nós brincávamos, Walter, que o destino já tinha nos unido lá atrás. Marcelo Déda nascera no dia 11 de março de 1960, e eu, no dia 10 março de 1960. Eu brincava que ele era o meu irmão mais novo por um dia.

            Déda e eu fomos Líderes juntos - Walter se lembra disso -, porque ele também foi Líder logo que assumi a Presidência da Câmara dos Deputados. Eu era Líder do PSDB, e ele, Líder do PT.

            Construímos desde o início deste século uma relação pessoal, que foi muito além da política tradicional e que nos permitiu sempre a utopia de pensar que era possível construir no Brasil - sabe-se lá quando - uma aliança em torno de projetos, de programas, com condutas éticas inquestionáveis.

            Déda foi um dos grandes do meu tempo. Foi embora muito cedo. É sempre muito fácil falar dos exemplos que ficam, mas eu quero dizer que, além dos exemplos, fica em relação ao Déda uma enorme saudade daqueles que, como nós e como V. Exª, Senador Walter Pinheiro, como o Senador Cássio e tantos outros aqui presentes, compreendem que a política é a mais digna das atividades que podem ser exercidas em sociedade, desde que sejam exercidas como fez Marcelo Déda, com valores, com princípios e querendo sempre, com a sua simplicidade, com a sua alegria, melhorar a vida da sua gente.

            Portanto, não faço aqui um discurso protocolar de Presidente do PSDB, mas de alguém que se orgulha de, ao longo dos últimos anos, ter sido seu amigo pessoal.

            Estive com ele, Walter, poucos dias atrás. Via nele a fragilidade física, mas o vigor do olhar era o mesmo. Cássio esteve lá também. Ele acreditava, com uma força que não sei de onde saía, de onde surgia, que ainda conseguiria dar outros passos. Perguntava-me sobre política, sobre Minas, sobre determinados projetos na área de educação que construímos paralelamente.

            Enfim, é uma saudade imensa. Fiz isso ontem no meu Facebook, que agora estou aprendendo a manusear, mas quero fazer da tribuna para que fique aqui este registro: a você, Marcelo Déda, a minha mais profunda reverência e a minha imensa saudade.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/12/2013 - Página 90478