Fala da Presidência durante a 224ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem póstuma ao ex-Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, e elogio a sua luta pela igualdade racial.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM, DISCRIMINAÇÃO RACIAL.:
  • Homenagem póstuma ao ex-Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, e elogio a sua luta pela igualdade racial.
Publicação
Publicação no DSF de 07/12/2013 - Página 92094
Assunto
Outros > HOMENAGEM, DISCRIMINAÇÃO RACIAL.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, NELSON MANDELA, EX PRESIDENTE, PAIS ESTRANGEIRO, AFRICA DO SUL, ELOGIO, VIDA PUBLICA, DEFENSOR, LUTA, IGUALDADE RACIAL.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Muito bem, Senador Acir Gurgacz, pelo seu pronunciamento em homenagem a Nelson Mandela e, ao mesmo tempo, falando da ida da Presidenta Dilma ao seu Estado. Já na abertura desta sessão, fizemos um minuto de silêncio e lembramos a história, a vida e o legado que Nelson Mandela deixa para todos nós. Nelson Mandela é uma figura que jamais esqueceremos.

            Antes de encerrar a sessão, eu farei o meu pronunciamento aqui, da Presidência. O Senador Acir Gurgacz entendeu que eu deveria fazer aqui, como um Senador negro que teve sempre em Mandela a inspiração de cada passo que dei ao longo da minha vida. Faço aqui, então, da Presidência, o meu pronunciamento, começando pela introdução que fiz em nome da Casa.

            Digo, em primeiro lugar, que tive a alegria de me encontrar com Mandela três vezes. Lembro eu que, quando menino ainda, eu procurava uma referência, no Brasil e no mundo, que inspirasse a caminhada de negros, brancos e índios, enfim, na busca de uma sociedade de iguais, respeitando a diferença, mas que ninguém, ninguém discriminasse alguém por motivo algum. Encontrei a minha referência em Nelson Mandela.

            Quis o destino que os anos se passassem e que eu chegasse ao Congresso como Deputado Federal Constituinte. Aqui fiquei, de 1987 a 1988 como Constituinte, e depois continuei no Parlamento.

            A Assembleia Nacional Constituinte, na sua independência, sabedoria e soberania determinou que deveríamos delegar uma missão de Senadores, quando terminássemos o trabalho, em 1988, para ir à África do Sul, em nome do Governo, do Estado brasileiro, exigir a libertação de Nelson Mandela. Assim o fizemos. Fui eu, Domingos, Benedita, Wilson, do Rio de Janeiro. Lá fomos nós! Quando estávamos chegando à África do Sul, disseram-nos que não poderíamos descer. O comandante da antiga Varig disse: “Vocês descerão, cumprirão a missão de exigir a libertação de Mandela, e o avião da Varig estará aqui, no aeroporto de Joanesburgo, para levá-los de volta ao Brasil”.

            Assim o fizemos. Naquela oportunidade, não fomos recebidos por Mandela porque o governo de Joanesburgo, da África do Sul - Joanesburgo, capital, na época -, não o permitiu, mas tivemos um encontro com Winnie Mandela e entregamos a Winnie Mandela a carta do Estado brasileiro, exigindo a libertação do Mandela. Entregamos e protocolamos também a do governo do apartheid. Naquela oportunidade, Winnie Mandela me entregou a carta da liberdade do povo sul-africano, do povo da África do Sul. Essa carta da liberdade foi que me inspirou a apresentar aqui no Brasil o Estatuto da Igualdade Racial, que hoje é lei. Lembramos a luta de Nelson Mandela toda vez em que olhamos, no Brasil, o Estatuto da Igualdade Racial.

            Estivemos em Joanesburgo e em Pretória, estivemos com as autoridades do país, mas numa posição muito firme. Edmilson Valentim, do Rio de Janeiro, repito, Caó, Benedita... Depois, voltamos ao Brasil e, aqui, em seguida, soubemos que Nelson Mandela havia assegurado a liberdade. Ele, que ficou vinte e sete anos no cárcere! Vinte e sete anos, direto! Ficou mais de dois anos preso antes ainda.

            E a ele - como nos contou Winnie Mandela, e, depois, ele, pessoalmente, porque tivemos um encontro - foi oferecido tudo que um homem e uma mulher podem imaginar em matéria de benefícios. Ele disse: “Não! Eu fico no cárcere até que meu povo receba a liberdade. Enquanto meu povo não receber a liberdade, eu fico aqui preso, nestas quatro paredes pequenas, e só saio para as ruas para lutar pela liberdade. Não tem acordo. Liberdade não se negocia”.

            Ali, eu me lembrei daquela frase que diz que um pássaro preso numa gaiola, no seu canto bonito, transfere a quem ouve aquele canto: “de que adiantam as minhas asas se eu não tenho céu para voar?”. Isso simboliza o pássaro e o canto de Nelson Mandela.

            Enfim, Nelson Mandela é liberto, faz um acordo para que se termine com o apartheid. Vai para as ruas e conquista a presidência da África do Sul. Nesse dia, o mundo cantou, o mundo bailou. Os comitês montados em todo o Planeta, inclusive, no Brasil, centenas deles festejaram o dia da liberdade.

            Estivemos, depois, com Nelson Mandela. Seu sorriso era encantador. Lembro-me de uma frase do ex-Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, que disse que, quando se reuniam os presidentes dos principais países do mundo, quando Nelson Mandela entrava, ele não precisava falar. Só a sua entrada no salão, no espaço da conferência, do jantar ou do almoço, todos paravam em silêncio olhando aquele homem, que deu a sua vida pela liberdade, pela justiça e pela igualdade. Esse é Nelson Mandela.

            Encontramos nosso Mandela, levamos a ele o convite para que ele viesse ao Brasil, e, aqui no Brasil, ele esteve mais uma vez, ainda não como Presidente. Entregamos a ele a maior homenagem que um chefe de Estado pode receber do país que visita, como recebeu também do Executivo e dos Estados que aqui visitou. Nós todos homenageamos Nelson Mandela, o maior líder da humanidade em matéria de direitos humanos.

            Este é um dia especial para aqueles que querem a justiça e que sabem que esta luta é uma luta sem fronteira. Por isso, ontem, quando foi anunciado ao mundo que ele faleceu, eu disse: "O mundo está de luto, o Planeta está de luto".

            Aí, começo este meu pronunciamento para que fique nos Anais da história. Eu quero contar aos meus netos e bisnetos que convivi na Terra, no Planeta, na época de Nelson Mandela.

            Senhores e senhoras, nossos corações choram. O mundo silencia. Eu sei que, num momento como este, como eu disse na abertura, todos nós procuramos respostas e não encontramos. As perguntas ficam. Dúvidas, angústias, os porquês estão no ar, em cada gesto, em cada olhar. Por que perdemos Mandela? Mandela foi, sim, mas ele continua brilhando, lá do alto, iluminando as nossas vidas.

            Não compete a nós julgar, neste momento, se era a hora de ele fazer a viagem para a eternidade, já que seus ideais ficarão sempre junto de nós.

            A missão de Nelson Mandela foi a de cultivar.

            Eu escrevi ontem à noite. Confesso que, quando soube da notícia, fiquei escrevendo. E lá se foi uma madrugada. Eu dizia a mim mesmo que queria comparar Nelson Mandela a um jardineiro, a alguém que cultiva e gosta de flores e gosta da primavera.

            Por isso, escrevi: Nelson Mandela tinha a missão de cultivar um grande jardim, o jardim da humanidade, com flores, plantas, árvores e frutos de todas as cores, de todas as procedências. Ele queria que todos tivessem o mesmo carinho e o mesmo tratamento.

            Ele regava, diariamente, esse jardim na vida. Não pedia nada em troca, só pedia o respeito do ser humano, de um homem por outro, de uma mulher por outra, a liberdade de todos, apontando para um país melhor. Podar. Se necessário, ele abria novas picadas, novos caminhos para a humanidade. Cuidar, acariciar, fazer o despertar das consciências contra todo tipo de preconceito.

            Um jardim onde homens e mulheres sejam iguais entre seus iguais; onde a liberdade cante suas cantigas, embalada no berço do amor; onde o beijo resgate a essência das relações humanas e o abraço conviva, assim, lado a lado com as pessoas e suas diferenças, raças, credos, sua orientação sexual, levando fé, respeito e esperança para todo o Planeta.

            Esse foi e é, para sempre, Nelson Mandela, um africano, repito, de todas as cores, de toda sabedoria, um homem que teve a feliz missão de cultivar o grande jardim da vida.

            Assim é a vida e nós temos de compreender para buscarmos a eternidade.

            Em todas as épocas da História, no seio de todos os agrupamentos humanos, a figura dos líderes é cultuada e reverenciada. O papel do líder é objeto de reconhecimento e admiração coletiva - ah, é, e nós sabemos - quando aponta os melhores caminhos para alcançar os objetivos pretendidos, quando inspira companheiros e companheiras nos momentos mais difíceis, mostrando, com seu exemplo, como ele fez, ficando no cárcere, repito, por quase 30 anos, que apenas com desprendimento, persistência, coragem e força se consegue superar os obstáculos na caminhada ao longo das nossas vidas.

            Desde o tempo das narrativas bíblicas, contudo, os líderes que chegam a alcançar dimensão mítica, convertendo-se em referência para os seus povos, tendo seus nomes gravados de forma contundente, bonita, iluminada, na História, são aqueles que conduzem seus liderados ao longo das mais perigosas travessias, mas pelo caminho seguro. Aqueles que demonstram visão, capacidade, força suficiente para encontrar o caminho que leva da escravidão à liberdade, da opressão a uma vida digna.

            Nelson Mandela, nós não podemos mais vê-lo, mas, de certa forma, sabemos que ele está aqui - aqui -, junto de nós. A energia do universo, conspirando, sempre, para o bem, na conciliação, entendimento.

            Nelson Mandela, esse dia devia ser um dia nacional, em que o mundo deveria parar para discutir toda forma de preconceito. Ah, se eu pudesse, eu gostaria de chegar lá, na ONU, e dizer: “O dia em que Nelson Mandela morreu ou o dia em que ele nasceu deveria ser feriado internacional”. Que o mundo parasse. Feriado internacional de homenagem a Nelson Mandela, para dizer que, nesse dia, nós temos obrigação de parar, pensar, discutir por que - por que, por que - o preconceito de um contra outro existe. Por que no debate, aqui, nesta Casa, por exemplo, do 122, vira uma coisa raivosa?

            Ah, se Nelson Mandela estivesse aqui, como seria bom, para encontrarmos a redação do consenso, do entendimento, e apenas dizer que ninguém pode pregar o ódio de um em relação a o outro, ninguém pode espancar, bater, violentar. Ninguém pode discriminar ninguém.

            Nelson Mandela. De certa forma, eu diria que ele está no ar que respiramos. Ah, que bom poder dizer isto da tribuna do Senado. Eu que, menino negro, esperei minha chegada aqui olhando a figura de Nelson Mandela.

            Nelson Mandela, você vai continuar aqui no ar. Você está ali, no sol de cada dia. Você está ali, na lua e na estrela de cada noite.

            Nelson Mandela, você está na chuva que cai, nas estrelas, no vento que bate nos nossos rostos, no jardim ou na copa das árvores.

            Mandela, você eternamente estará no choro de cada criança que passa fome, no choro de cada criança que é desrespeitada, no choro e no grito dos discriminados e dos excluídos.

            Mandela, você estará sempre no corpo, na alma, no coração de quem é injustiçado.

            Mandela, você é a água para quem tem sede de liberdade. Você é a força, a coragem e a resistência para quem tem sede de justiça.

            Vivam, vivam as ideias, os pensamentos de Nelson Mandela!

            Sua vida, sua conduta serão exemplo para a humanidade, de geração em geração. Eu sei que passarão gerações, vamos olhar para trás, e as gerações futuras dirão que Nelson Mandela foi um homem de visão, de coragem, que esteve sempre à frente do seu tempo.

            Senhores e senhoras, Nelson Mandela libertou não somente a África do Sul. Ele libertou o continente africano.

            Nelson Mandela traçou a conduta, buscou a liberdade da humanidade. Disse “não” - “não” ao preconceito. Há uma frase de Nelson Mandela que diz...

            Que bom, Senador José Sarney, que V. Exª me manda o recado: “Paim, estou indo aí, me aguarde”. Eu ficarei aqui, Presidente.

            Sei que aqui estou falando, até o momento, em nome do Senado brasileiro. Sei que é um momento triste, mas bonito. Claro que falar de Mandela mexe com as emoções de cada um de nós.

            Nelson Mandela tirou seu povo da escravidão. Alguém poderia lembrar Moisés. Alguém poderia lembrar a figura maior, do revolucionário de todos os tempos, que está lá no alto, Jesus.

            Jesus iluminou Nelson Mandela, por isso Nelson Mandela tem essa vida bonita - bonita, muito bonita, que faz com que a gente possa lembrar uma das tantas frases dele como esta: “Como é bom ensinar uma criança a amar”, disse Nelson Mandela. “Como é bom ensinar uma criança a respeitar o próximo, a não discriminar. E como é truculento, como é hediondo, como é violento querer ensinar uma criança a odiar a outra pela cor da pele” - disse não eu, são palavras de Nelson Mandela. “Como é hediondo querer que alguém odeie o outro pela sua visão sexual ou pela sua religião, sua fé!”

            Enfim, Nelson Mandela só queria isto que a frase diz: vamos todos, todos caminhar de mãos dadas. Ou, como disse Martin Luther King: e sentar na mesma mesa, dividir o mesmo pão, caminharmos juntos na busca de uma sociedade melhor para todos.

            Que bom, Nelson Mandela, podermos, aqui no Brasil, falar disso tudo e dizer que o mundo todo hoje parou, o mundo todo hoje lembra você por tudo o que você fez pela humanidade.

            Nelson Mandela, você faleceu porque isso é o caminho da vida, como todos nós vamos falecer. Mas jamais, jamais, a humanidade vai esquecê-lo.

            Nelson Mandela, você entra para história de homens como Gandhi, grande Gandhi, que libertou a Índia do império britânico, pregando a paz, a não violência e só querendo liberdade e justiça para a sua gente.

            Você, Nelson Mandela, entra para a história como Martin Luther King, que liderou o povo norte-americano na busca dos direitos civis, e, nessa caminhada, surgiram depois Michelle Obama e Barack Obama, que hoje preside aquele país e que você pode ver.

            Ouvi hoje uma declaração de Barack Obama, nos Estados Unidos, dizendo que Nelson Mandela foi a grande referência da caminhada dele.

            Enfim, na pesquisa que fiz ao longo dos últimos meses, vejo que a África do Sul, enquanto você estava no cárcere, era um país onde branco andava em um ônibus, e negro andava em outro; onde branco tinha uma escola, e negro outra escola; onde os negros não podiam ter direito à terra, nem podiam votar e ser votados.

            Você, Nelson Mandela, foi presidente da África do Sul. Lá naquele país, antes de você, Nelson Mandela, os negros não tinham direito nenhum. E você disse: “Não! Basta! Todos têm que ter direitos iguais”. E assim, nessa longa caminhada, lembro-me quando eu caminhava, quando lá retornei, num momento na África do Sul, e o povo dizia na rua: “Amandla! Amandla! Amandla! Amandla!” Ou seja, liberdade, poder.

            E você criou aquela frase também, Nelson Mandela: “Cada homem uma lança, cada mulher uma lança. Se cada homem tem uma lança, cada mulher tem uma lança para o bom combate, eu quero que cada homem tenha um voto, cada mulher tenha um voto, para fazer a revolução democrática. E assim você fez e libertou o seu país, a África do Sul, sendo referência para o mundo.

            Nelson Mandela, até nos hospitais, no regime do apartheid, os negros eram segregados. Os hospitais eram destinados a brancos e capazes de fazer frente a qualquer um do mundo ocidental, com todo tipo de qualidade de atendimento. E os negros não podiam entrar nesses hospitais.

            Havia no seu país, antes de você, Nelson Mandela - veja o absurdo! -, a ambulância dos brancos e a ambulância dos negros. Ou seja, não havia ambulância para os negros, e somente os brancos podiam estar na ambulância.

            Nos anos 70, a educação de cada criança negra custava ao Estado sul-africano apenas um décimo daquilo que custava a de uma criança branca.

            Presidente José Sarney, é uma alegria vê-lo entrar neste momento em que estou concluindo meu pronunciamento. Avisei aqui que V. Exª estava vindo. Eu falava um pouco aqui da situação do apartheid. E quero, neste momento, Presidente, convidar V. Exª para usar a tribuna. Antes de V. Exª usar a tribuna para falar desse homem que é uma lenda viva, termino a minha a fala, lendo o poema, Presidente, de que Nelson Mandela mais gostava. Ele gostava muito, Presidente José Sarney, de um poema do britânico William Ernest Henley, chamado “Invictus”.

            Aqui concluo o meu pronunciamento. Diz o poema de que Nelson Mandela mais gostava:

Emerjo das ondas negras da noite,

Escuras como o poço que liga os polos,

E agradeço aos deuses, sejam quais forem,

Por me haverem dotado de alma Indomável.

Prisioneiro dos fatos que me atormentam,

Não gemi nem chorei.

Sob o infortúnio dos golpes,

Estou acabado, mas de pé [na resistência]

Além desse mundo de lágrimas e fúria,

Veja apenas o horror das trevas,

Mas a terrível ameaça dos anos

Não me atinge nem assusta. [porque vou fazer o bom combate sempre]

Pouco me importa a estreiteza dos caminhos,

Os penosos castigos em minha senda,

Sou senhor do meu destino.

Sou capitão da minha alma.

           Assim termina o poema de Nelson Mandela. Rebelde, guerreiro, lutador e vencedor.

           Vida longa às ideias e à forma de agir - que serão exemplo, eternamente, para todos nós - de Nelson Mandela.

           Amandla, amandla, amandla. O poder agora chegou à mão do seu maior Líder, que faz a viagem eterna, mas que vai continuar liderando, pelos seus princípios, a todos nós.

           Está encerrado o meu pronunciamento, Senador José Sarney.

           Com alegria enorme, passo a palavra, neste momento, ao Senador José Sarney.

           Se V. Exª quiser fazer o pronunciamento daqui, já que esta é uma sessão diferente... Muitas vezes eu o convidei para vir. V. Exª respondeu: “Não, Paim. Continue. Eu ficarei aqui”. Muitas vezes, fui seu vice aqui na Casa, e V. Exª dizia: “Fique aí que depois eu assumo”.

           Vou fazer o pedido, mas vou respeitar, que fizesse o discurso daqui. Mas, como tribuno que é, o Brasil quer ouvi-lo daqui ou da tribuna. V. Exª decide. (Pausa.)

            Como sempre, na sua humildade, como ex-Presidente da República e ex-Presidente da Casa, o Presidente Sarney disse que usará a tribuna


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/12/2013 - Página 92094