O SR. JOÃO VICENTE CLAUDINO (Bloco União e Força/PTB - PI) -Presidente, Senador Jorge Viana, só sairemos daqui hoje, depois de lermos o relatório da Comissão dos Países de Língua Portuguesa, com a qual V. Exª contribuiu tanto, para que pudéssemos votar ainda nesse semestre.

            Eu queria aqui, Presidente Jorge Viana, parabenizar o Senado, no segundo semestre, pelo ritmo das votações importantes - encerramos hoje com o PNE -, principalmente toda a Mesa e V. Exª, que tem contribuído muito para as transformações do Senado, como Vice-Presidente da Casa.

            Sei que, final de ano, nós temos, Senador Inácio Arruda, este período natalino de dar notícias boas, mas ontem saiu uma notícia em nível nacional que, para nós piauienses, não foi das melhores. Saiu o PIB per capita do Brasil, há uns 15 dias. Comemorava-se no Piauí o crescimento de 6% do PIB que, em 2011, se colocava como o dobro da média nacional. E, quanto ao PIB per capita, o Piauí, que estava em 25º lugar, voltou ao último lugar, sendo o Estado de menor PIB per capita. No Portal UOL dava: “Piauí tem PIB de país africano”. E começamos, Presidente Jorge Viana, a questionar políticas de desenvolvimento, a postura do Governo como indutor.

            Lembro-me de uma frase de meu avô que dizia: “Governo, quando não atrapalha, já é muito bom; se ajudar a gerar emprego e desenvolvimento, será o paraíso.” Há um segmento importante no Estado do Piauí - falo isso porque eles nos veem na cidade de Nazária - o polo cerâmico que é o maior do Norte e Nordeste do Brasil. Uma cidade, com mais ou menos oito mil habitantes, em que mil são empregados diretos em todas as indústrias de cerâmica. Esse polo contribui decisivamente e é importante para o desenvolvimento econômico do Estado. Ele é rico em outras vocações naturais como o polo de produção de brita e paralelepípedo para calçamento, é o maior reservatório de piscicultura de água doce em todo o Estado do Piauí.

            Hoje, aconteceu o inverso da lógica de indução de desenvolvimento: o Governo monta a infraestrutura logística, principalmente de transporte, para atender ao segmento. Lá o Governo quer que o segmento que é explorado naquela região e lá era para estar instalado, porque o ex-Governador, hoje Senador, Wellington dias, negociou para instalar uma fábrica da Suzano, de papel e celulose... Infelizmente, o Governo não cumpriu sua parte dentro da carta de intenção, e esse investimento se deslocou todo para o Maranhão.

            O Governo atual inverte essa lógica e quer que o segmento se adapte à infraestrutura que ele considera normal. Então, criou-se infraestrutura precária, em que há balanças que causam a maior revolta à população. Essas indústrias podem se deslocar, não há infraestrutura de transporte adequada para o segmento. Assim, ficamos muito tristes quando vemos números que mostram a regressão do Piauí, sem que se atente para a indução verdadeira de trabalho e renda.

            Nós não poderíamos de deixar hoje, mesmo na última sessão, de registrar esta nossa preocupação.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.