Pela ordem durante a 13ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Explicação pessoal referente ao pronunciamento do Senador José Pimentel.

Autor
Aécio Neves (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Aécio Neves da Cunha
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR, REGIMENTO INTERNO, SENADO.:
  • Explicação pessoal referente ao pronunciamento do Senador José Pimentel.
Publicação
Publicação no DSF de 20/02/2014 - Página 90
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR, REGIMENTO INTERNO, SENADO.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, BANCADA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), MOTIVO, IMPEDIMENTO, COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS (CAS), APRECIAÇÃO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ORADOR, REFERENCIA, REGULAMENTAÇÃO, PROGRAMA DE GOVERNO, BOLSA FAMILIA, DEFESA, NECESSIDADE, ALTERAÇÃO, REGIMENTO INTERNO, SENADO.

            O SR. AÉCIO NEVES (Bloco Minoria/PSDB - MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Na verdade, Sr. Presidente, esse é um tema que ainda será objeto, estou certo, de discussões acaloradas no Plenário desta Casa. Mas é preciso que os Srs. Senadores que não puderem estar presentes hoje na CAS possam saber daquilo que lá tratamos.

            A minha primeira palavra é em relação ao Presidente Moka, que agiu de forma absolutamente correta na condução dos trabalhos da Comissão - aliás, como faz rotineiramente. Na verdade, o que existiu lá, Sr. Presidente, nós temos que estar atentos para isto: quando falamos em reforma do Regimento, em aprimoramento do Regimento, nós devemos nos preocupar com aquelas ações meramente protelatórias. Foi o que ocorreu hoje, Sr. Presidente.

            Discutimos dois projetos de minha autoria que dizem respeito, de forma muito rasa, à inclusão do Programa Bolsa Família na Lei Orgânica de Assistência Social, para dar a esse programa a extensão, a dimensão de um programa de Estado, para que ele possa ser avaliado, fiscalizado e aprimorado. Houve uma ação coordenada da Liderança do Governo - pasmem, Sr. Presidente, Srs. Senadores, da Liderança do Governo! -, que preferiu obstruir a votação e, através desse artifício de enviá-lo à CAE conseguiu, por uma votação apertada, impedir a sua deliberação, que seria terminativa naquela Comissão.

            Não há, Sr. Presidente - como não houve naquela Comissão -, um argumento, por mais singelo que fosse, que justificasse a discussão dessa questão pela Comissão de Assuntos Econômicos, já que não traz o bojo do projeto nenhum impacto de ordem financeira, Sr. Presidente. Trata-se exatamente do mesmo projeto, com o mesmo custo para o Governo, algo em torno de 0,5% do Orçamento.

            É preciso, portanto, que nós tenhamos aqui instrumentos de defesa desse tipo de artimanha, desse tipo de medida, que não tem como objetivo o debate efetivo da questão. Nós assistimos hoje à ação - e é preciso que fique claro - do PT, com o apoio da Base do Governo, querendo fazer com que o Bolsa Família continue a ser um programa coordenado por uma secretaria, subordinada a um dos quase 40 ministérios - e não de forma absolutamente centralizada - e sem transparência, porque, no tocante aos dados, inclusive alguns lidos pelo Senador Humberto Costa, não podemos - desculpe-me o Senador, peço a ele vênia - dar a eles credibilidade, até porque os números deste Governo não têm merecido nenhum nível de credibilidade.

            Portanto, o que nós queremos é que essa matéria seja discutida na Comissão de Assuntos Sociais, a Comissão terminativa para matérias dessa dimensão, e não vamos deixar que um programa iniciado no governo do PSDB como Bolsa Escola e Bolsa Alimentação, ampliado e aprimorado no governo do Presidente Lula - e eu não tenho aqui nenhuma dificuldade em reconhecê-lo -, seja um instrumento permanente de manobras eleitorais, de terrorismo eleitoral, contrariando interesses de grande parte da população que o recebe. É o que nós buscamos fazer.

            Imaginei, ingenuamente, Presidente Renan, que essa matéria tivesse - ou pudesse ter - o apoio unânime desta Casa, já que é um aprimoramento, já que é um passo além. Aqui nós queremos que as pessoas que recebem o Bolsa Família possam reintegrar-se ao mercado de trabalho, garantindo que elas recebam, concomitantemente com o novo emprego, por seis meses, o Bolsa Família.

            Portanto, não houve espaço na Comissão, não obstante o interesse do Presidente Moka, para que essa discussão ali se iniciasse e terminasse. E o envio - segundo a proposta de requerimento aprovada do Senador Humberto - para a Comissão de Assuntos Econômicos tem única e exclusivamente o objetivo de não votar essa matéria.

            Repito o que disse na Comissão: o PT prefere ter um programa de assistência social “para chamar de seu” do que o Brasil ter um programa que seja estável e imune a manobras políticas.

            Portanto, caberá a V. Exª a decisão em relação a esse encaminhamento, mas o correto teria sido a discussão do mérito hoje na Comissão de Assuntos Sociais e a sua deliberação em caráter terminativo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/02/2014 - Página 90