Discurso durante a 18ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com o alagamento da BR-364 nos estados de Acre e Rondônia, devido as cheias do Rio Madeira.

Autor
Jorge Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Jorge Ney Viana Macedo Neves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES, CALAMIDADE PUBLICA.:
  • Preocupação com o alagamento da BR-364 nos estados de Acre e Rondônia, devido as cheias do Rio Madeira.
Publicação
Publicação no DSF de 26/02/2014 - Página 244
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES, CALAMIDADE PUBLICA.
Indexação
  • APREENSÃO, INUNDAÇÃO, RIO MADEIRA, EFEITO, INTERDIÇÃO, BLOQUEIO, RODOVIA, ESTADO DO ACRE (AC), ESTADO DE RONDONIA (RO), PEDIDO, PROVIDENCIA, GOVERNO FEDERAL.

            O SR. JORGE VIANA (Bloco Apoio Governo/PT - AC. Sem revisão do orador.) - Com todo respeito (Fora do microfone.) aos colegas inscritos, mas acabei de chegar de uma viagem, acompanhando o Ministro da Integração à região de Rondônia, Acre, e queria fazer esse registro. Primeiro, cumprimentando o Ministro Francisco Teixeira, da Integração; o General Adriano, Secretário da Defesa Civil Nacional; e, daqui da tribuna do plenário do Senado, poder dar uma satisfação ao povo do Acre e de Rondônia.

            A situação é gravíssima, Sr. Presidente. Gravíssima! A BR-364 está alagada num trecho de 8km de Porto Velho até a margem do Rio Madeira. Sobrevoamos as duas hidrelétricas. A maior cheia de que se tinha notícia, registrada na história do Rio Madeira, foi a de 1997. A cheia de hoje está um metro acima dessa cheia que já foi recorde. Então, a quota hoje é de 18,5 metros - é a lâmina d’água no Rio Madeira -, e estão passando 52 mil metros cúbicos de água, por segundo, no Rio Madeira. Para que V. Exª tenha uma ideia, isso dá 20 vezes a água que passa no Rio São Francisco. É assustadora a situação.

            No Departamento de Beni, na Bolívia, nós temos notícia da morte de mais de cem mil cabeças de gado, sessenta pessoas que morreram afogadas - essa é a informação. O volume das chuvas é alarmante na região da Bolívia.

            Obviamente, ontem, aqui da tribuna, apresentei dois requerimentos pedindo informação ao Ministro de Minas e Energia e ao Ministro dos Transportes, porque a população, com razão, fica querendo saber se as hidrelétricas têm a ver com a cheia ou não. Eu tenho minha opinião formada, pude sobrevoar hoje e ver. É óbvio que não tem uma relação direta, mas a população tem autoridade para cobrar uma explicação oficial. Como Senador da Amazônia, do Acre - e hoje eu me associo aos colegas de Rondônia -, nós estamos pedindo uma opinião oficial, cientifica, técnica, para que a população possa ter uma resposta.

            Nós temos uma situação grave.

            O Vice-Governador do Acre, a mando do Governador Tião Viana, estava lá conosco, com as autoridades federais. E eu queria agradecer ao Ministério da Defesa, ao Exército, à Marinha e à Aeronáutica, que estão, em Rondônia, atuando. O Governador de Rondônia e o Governador do Acre estão fazendo o possível, mas é uma situação grave, um desastre natural de grande proporção. E o pior de tudo: a região de Guajará-Mirim, que nós sobrevoamos, também a BR-425 está interrompida, definitivamente, até que as águas baixem, e a BR-364, que não aguenta mais dez centímetros de água, pode ser que tenha que ficar interrompida. Então, vai ser montado aqui, em Brasília, também um grupo especial para pensar as alternativas, caso a água não baixe.

            Estou fazendo este registro, agradecendo aos colegas essa compreensão, porque estamos diante do maior desastre natural que nós temos notícia. Um Estado inteiro pode ficar isolado - e eu estou me referindo ao Estado do Acre - do ponto de vista rodoviário. Produtos de primeira necessidade correm risco de se perder, tanto saindo do Acre... Os frigoríficos de Rondônia estão fechados e os do Acre correm risco de fechar, por conta do fluxo na estrada estar ocorrendo só durante algumas horas do dia e só para determinados tipos de caminhões.

            Vi de perto, é mais que alarmante. Passado esse período, vamos ter de ter uma obra em um trecho da BR-364, elevando o greide da estrada a mais de um metro. E tem de ter uma explicação para isso: ou foi um erro na construção da BR ou tem algo a ver com a água da represa. Isso nós temos de esclarecer tão logo passe. Neste momento, é ser solidário, é socorrer, é somar força com o Governador Tião Viana, com o Governador de Rondônia, unir o Acre e Rondônia para enfrentar essa dificuldade.

            Então, agradeço a V. Exª.

            Devo dizer, mais uma vez, que o caso da ponte no rio Madeira, que também pode se agravar o lugar de embarque e desembarque de caminhão, está resolvido. A licitação foi feita, a ordem de serviço foi dada e, certamente, baixando as águas, terá início essa obra tão esperada pelo povo do Acre.

            Amanhã, vou falar com detalhe dessa crise, desse desastre natural que estamos vivendo em função da cheia, do transbordamento do Madeira, interditando parcialmente a BR-364, que liga Rondônia ao Acre.

            Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/02/2014 - Página 244