Pronunciamento de Ana Amélia em 06/03/2014
Discurso durante a 22ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Pesar pelo falecimento do Deputado Federal e ex-Presidente do PSDB, Sérgio Guerra.
- Autor
- Ana Amélia (PP - Progressistas/RS)
- Nome completo: Ana Amélia de Lemos
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- Pesar pelo falecimento do Deputado Federal e ex-Presidente do PSDB, Sérgio Guerra.
- Publicação
- Publicação no DSF de 07/03/2014 - Página 7
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
-
- HOMENAGEM POSTUMA, VOTO DE PESAR, MORTE, SERGIO GUERRA, EX SENADOR, EX-DEPUTADO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), ELOGIO, VIDA PUBLICA.
A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Maioria/PP - RS. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente Jorge Viana, caros colegas Senadores, na condição dupla de Líder da Bancada do Partido Progressista, representando aqui com muita honra o Senador Francisco Dornelles, e também como Presidente da Fundação Milton Campos, a Fundação ligada ao Partido Progressista - porque Sérgio Guerra era também Presidente da Fundação Teotônio Vilela, que era a Fundação vinculada ao PSDB.
Então, nessa dupla condição, eu gostaria de me juntar ao requerimento do Senador Alvaro Dias, do PSDB, manifestando as condolências e os sentimentos à família e aos amigos do Parlamentar pernambucano.
Aliás, sua morte foi prematura, porque ele sofria de um câncer no pulmão. Penso que a doença, o motivo da morte desse grande político e Parlamentar - Deputado Federal, Deputado Estadual, Senador, Secretário de Estado, hoje um dos líderes mais importantes do PSDB e também da oposição -, a razão da morte, a causa da morte de Sérgio Guerra também sirva para uma boa reflexão sobre as necessidades urgentes que nós temos de prevenção a esse câncer que tantos brasileiros e brasileiras está matando, que é o câncer de pulmão, assim como o câncer de mama, de próstata e tantos outros.
Penso que cada vítima dessa doença serve de alento para que nós aqui também tenhamos ações propositivas para a prevenção dessa doença, que é tão fatal e tão persistente.
Eu queria lembrar que hoje há uma unanimidade, não porque ele morreu, mas porque há um reconhecimento do papel que Sérgio Guerra desempenhou na política brasileira.
A Presidente Dilma Rousseff divulgou nota no início da tarde na qual diz que recebeu com pesar notícia da morte do ex-presidente do PSDB.
Foi com pesar [disse ela] que tomei conhecimento da morte do Deputado Federal Sérgio Guerra.
Aos amigos e familiares, solidarizo-me neste momento de dor.
Diz a nota da Presidente Dilma Rousseff, que nós também saudamos como um gesto de grande valor humano.
Da mesma forma, o Senador Aécio Neves, Presidente do PSDB e Senador por Minas Gerais, disse que o Brasil perde um dos seus mais extraordinários homens públicos, e a oposição, um dos seus principais líderes.
Disse o Senador mineiro:
Sérgio Guerra tinha características muito raras nos homens públicos de hoje: culto, idealista e destemido na defesa das suas posições. Perde a política brasileira e perco eu [escreveu Aécio Neves] um dos mais queridos amigos que construí ao longo de toda a minha vida.
Disse o Senador em comunicado oficial distribuído à imprensa.
Também por nota oficial, o Presidente do PSB e Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do Estado do Senador Sérgio Guerra, lamentou a morte do ex-dirigente tucano. Antes de ingressar no PSDB, como foi dito aqui pelo Senador Alvaro Dias e pelo Senador Paulo Paim, Sérgio Guerra era filiado ao PSB e, inclusive, chegou a trabalhar como secretário de Estado do ex-Governador pernambucano Miguel Arraes, avô do Governador Eduardo Campos.
A perda de Sérgio Guerra nos entristece profundamente. Convivo com ele há mais de trinta anos, desde que, muito jovem, comecei a trabalhar com Dr. Arraes, que tinha nele um amigo e um aliado de todas as horas.
É a nota do Governador Eduardo Campos, do PSB, que, como Aécio e a Presidente Dilma, é candidato - ela, à reeleição, e os dois, candidatos à Presidência da República. Três grandes líderes políticos nacionais que se curvam à relevância do sentimento de tristeza com a morte do Parlamentar pernambucano Sérgio Guerra.
Eu o conheci como jornalista. Muitas entrevistas eu fiz com Sérgio Guerra, pelos veículos nos quais trabalhei, sobretudo na Rádio Gaúcha, e ele sempre foi muito solícito, muito atencioso e tinha uma visão muito clara, não só das questões relacionadas ao partido dele, o PSDB, mas uma visão clara da política brasileira, da história brasileira, da cultura brasileira. Nós, gaúchos, somos os chamados “pernambucanos a cavalo”; os pernambucanos são chamados de “gaúchos a pé”.
Em homenagem a ele, faço questão de ler o que escreveu, em um texto muito breve, um pernambucano muito ilustre e que respeitamos muito, que fez uma excelente entrevista com o Papa Francisco, o jornalista Camarotti. Gerson Camarotti é comentarista político, todos nós conhecemos, e ele escreveu um texto bastante sintético em seu blog, dizendo o seguinte:
Morre o conciliador do ninho tucano
Lembro muito do então senador Sérgio Guerra na coordenação da campanha à Presidência de Geraldo Alckmin, em 2006. Guerra assumiu comando do ninho tucano em um momento de dificuldades para a oposição.
Nesse cenário adverso, ele se destacou como o grande conciliador do PSDB.
Naquela ocasião, Alckmin estava com dificuldades para enfrentar o favoritismo do então Presidente Lula, que disputava a reeleição. Muitos tucanos abandonaram Alckmin pelo caminho. Sérgio Guerra se manteve ao lado de Alckmin em todos os momentos [daquela] disputa.
Em 2010, o cenário se repetiu. Havia disputas internas para indicar o candidato do partido. Durante a campanha, mais uma vez, os tucanos enfrentaram dificuldades na disputa com a então candidata petista Dilma Rousseff. Apesar de ter sido abandonado por setores do partido, o candidato do PSDB, José Serra sempre pôde contar com a lealdade do ex-presidente da legenda Sérgio Guerra.
A capacidade de conciliação interna de Guerra foi o que possibilitou o atual momento que vive o PSDB, com uma transição sem traumas para consolidar em 2014 o nome do Senador Aécio Neves para enfrentar Dilma Rousseff nas eleições deste ano.
Sérgio Guerra não era nem de Minas e nem de São Paulo. Como pernambucano, ele conseguiu a confiança e o respeito de todas as alas tucanas.
Por isso, o título muito bem adequado: “Morre o conciliador do ninho tucano”.
Faço essa homenagem, lendo esse texto, porque penso que descreve com muita sabedoria o perfil, o caráter e a natureza desse político que morreu hoje, pela manhã, em São Paulo, vítima de um câncer de pulmão.
Essa é a homenagem que faz o Partido Progressista e faz também a Fundação Milton Campos ao ex-Presidente da Fundação Teotônio Vilela.
Muito obrigada, Sr. Presidente.