Pronunciamento de Rodrigo Rollemberg em 11/03/2014
Discurso durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Críticas à postura do líder do PT no Senado e da Presidente da República com relação à candidatura do Governador de Pernambuco, Eduardo Campos; e outros assuntos.
- Autor
- Rodrigo Rollemberg (PSB - Partido Socialista Brasileiro/DF)
- Nome completo: Rodrigo Sobral Rollemberg
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
- Críticas à postura do líder do PT no Senado e da Presidente da República com relação à candidatura do Governador de Pernambuco, Eduardo Campos; e outros assuntos.
- Aparteantes
- Wellington Dias.
- Publicação
- Publicação no DSF de 12/03/2014 - Página 455
- Assunto
- Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
- Indexação
-
- DESAPROVAÇÃO, PRONUNCIAMENTO, HUMBERTO COSTA, SENADOR, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), APOIO, ORADOR, POSIÇÃO, EDUARDO CAMPOS, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), OPOSIÇÃO, ATUAÇÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, GESTÃO, BRASIL, PRECARIEDADE, DIREITOS SOCIAIS, ECONOMIA, INOVAÇÃO, PESQUISA, TECNOLOGIA, AUSENCIA, APROVAÇÃO, GOVERNO, AGNELO QUEIROZ, GOVERNADOR, DISTRITO FEDERAL (DF), DEMANDA, BRASILEIROS, ALTERAÇÃO, SITUAÇÃO, BEM ESTAR SOCIAL.
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco Apoio Governo/PSB - DF. Pronuncia o seguintes discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Blairo Maggi, Srªs e Srs. Senadores, eu nem pretendia usar a palavra na tarde de hoje, mas eu não poderia deixar de comentar, Senador Randolfe Rodrigues, o pronunciamento do Líder do PT, o nosso querido amigo Senador Humberto Costa, em que ele se refere a algumas declarações do Governador de Pernambuco e Presidente do nosso Partido, Eduardo Campos, como se as declarações de Eduardo Campos significassem baixar o nível do debate eleitoral.
Eu, em primeiro lugar, quero demonstrar estranheza, porque quem, até este momento, tem procurado tolher o debate, evitar o debate tão importante para o País, debate sobre os problemas brasileiros, é a Presidenta da República.
A Presidenta da República - eu usei a tribuna para registrar isto -, de forma desrespeitosa, numa solenidade recente, referiu-se aos adversários, aqueles que discordavam do seu governo, como caras de pau, numa linguagem absolutamente inadequada para uma Presidenta da República, que tem como obrigação elevar o nível do debate.
Essa mesma Presidenta, no ano passado, disse que, para ganhar eleição, valia o diabo - podia-se fazer o diabo para ganhar uma eleição -, o que nos leva a crer que, ao se aproximarem as eleições, ou seja, ao estarmos no ano das eleições, a Presidenta da República já fazendo o diabo para tentar ganhar a eleição.
E o que disse de mais o Governador Eduardo Campos? Disse que o Brasil não aguentava mais quatro anos de Presidenta Dilma à frente do Governo. E é fato. Esse é um dado que precisa efetivamente ser debatido, Senadora Ana Rita, porque o desempenho do Governo, que já está no quarto ano, é um desempenho sofrível.
É melhor reconhecer isso para, ao reconhecer, tentar superar as dificuldades a fazer de conta que não há problemas. Há problemas e problemas de todas as ordens: há problemas gerenciais; há problemas na política energética; há problemas na economia; há problemas na condução da política. Ou não há? Com um Governo que possui uma base que é 4/5 do Congresso Nacional, é 4/5 da Câmara dos Deputados, e com o partido do Vice-Presidente da República, neste momento, sendo rebelado, há ou não há problema político?
E o nosso Presidente tem dito que esse pacto político que sustenta o Governo está mofado. A prova é esta: está mofado, sim, porque ele foi todo construído em troca de benefícios partidários, benefícios pessoais; ele foi construído a partir da partidarização, do aparelhamento da máquina pública, o que a população não aceita mais.
Basta comparar. Nós tivemos, ao longo do governo do Presidente Lula, com o qual tivemos a honra de colaborar, durante os oito anos do governo do Presidente Lula, um crescimento médio de 4%, enquanto que o crescimento médio dos três anos do Governo da Presidenta Dilma é de 2%.
Esse é um crescimento pífio e inadequado para um país como Brasil. E não vale aqui justificar, dizendo que a instabilidade econômica mundial contribuiu para o baixo crescimento do Brasil, porque nós também tivemos instabilidade nos últimos anos do governo do Presidente Lula, e, nos últimos três anos, período em que coincide com o do Governo da Presidenta Dilma, a América Latina cresceu 3,4%, o mundo cresceu 3,3% e o Brasil cresceu apenas 2%.
Temos os dados aí da nossa balança comercial. Nos dois primeiros meses do ano, tivemos os piores resultados da história - os piores resultados da história -, mostrando que qualquer que seja o presidente eleito - e eu espero que seja o Governador Eduardo Campos - enfrentará uma situação difícil. Apenas em janeiro de 2014, tivemos o pior resultado mensal da história de janeiro: déficit de US$4 bilhões. Fevereiro de 2014, o pior resultado mensal da história: déficit de US$2,1 bilhões. Um déficit acumulado no ano de US$6,2 bilhões.
Ora, outro dado que explica a preocupação do Governador Eduardo Campos com a condução do País, mostrando a sua responsabilidade com o País. Ou será que o país está vivendo as mil maravilhas?
Das dez empresas, entre as 500 maiores do mundo que mais perderam valor de mercado nos últimos 12 meses, quatro são brasileiras - quatro empresas são brasileiras. Basta ver a situação da Petrobras, que perdeu 34% de seu valor em bolsa. A companhia brasileira que, cinco anos atrás, figurava entre as dez maiores do mundo, hoje, está na 121ª colocação.
Portanto, o País efetivamente não aguenta mais quatro anos de condução política e econômica desse jeito.
Nós estamos vivendo uma crise política, uma crise de um governo que não dialoga. E essa reclamação é generalizada, é uma reclamação dos empresários de todo o Brasil, é uma reclamação do meio político. E é importante registrar que todo Presidente que desprezou a política, Senadora Ana Rita, enfrentou problemas graves - repito: enfrentou problemas graves -, porque é importante que haja o diálogo político, o diálogo político franco, o diálogo político aberto.
O problema, Senador Blairo Maggi, é que este Governo construiu a sua sustentação política num pacto superado, mofado, em torno de compromissos que não atendem aos interesses do País. Eles atendem a interesses específicos, atendem a interesses de setores de partidos e, às vezes, a interesses de partidos, mas não atendem ao interesse nacional.
O fato é que nós temos uma economia com crescimento pífio, nós estamos à beira de uma crise... À beira, não, estamos vivendo os efeitos de uma crise energética, porque nunca neste País se usou tanta energia produzida por termelétrica, aumentando muito o custo das empresas, das indústrias brasileiras.
Nós temos dificuldades graves no valor, nós temos uma redução no valor das nossas empresas, como a Petrobras, como a Eletrobras. Nós temos problemas sérios no programa de agroenergia, no programa de etanol, que foi praticamente abandonado pelo Governo, e nós temos, sim, possibilidade de apagão, porque nós nunca tivemos as reservas das nossas usinas hidrelétricas tão baixas. Portanto, há que se reconhecer isso.
E, quando se diz “Ah, mas teríamos uma Presidente que é uma grande gestora”, a prática, a realidade está demonstrando que não é assim. Temos uma Presidenta que foi Ministra das Minas e Energia, e é exatamente nessa área de energia em que vivemos os problemas mais graves, com um Governo que não consegue concatenar a produção, a geração de energia, com a construção das linhas de transmissão para utilização dessa energia. Os jornais estão mostrando, a cada dia, que há uma diferença nos parques eólicos brasileiros, constrói-se a geração e não há a transmissão nas próprias usinas hidrelétricas. Então, há um problema de falta de planejamento, há um problema de falta de gestão.
Nós queremos fazer esse debate e vamos fazê-lo com muita tranquilidade, Senador Wellington Dias, com muita lealdade, sem ofensa pessoal.
Ninguém vai ver Senador do PSB ou nosso candidato à Presidência buscar desqualificar qualquer dos outros candidatos. Não! Nós reconhecemos a trajetória da Presidenta Dilma, uma pessoa correta que tem uma trajetória política bonita. Mas a gestão do País não está boa! Não está boa. Efetivamente, não está boa. E não é à toa que as pesquisas indicam que dois terços da população brasileira querem mudança. Querem mudança porque não está bom!
Um ano antes das eleições de 2009, as pesquisas do Ibope, Senadora Ana Rita, demonstravam que 70% da população queriam continuidade, porque aprovavam, efetivamente, o governo do Presidente Lula, tanto é que isso acabou por implicar a eleição da Presidenta Dilma.
O fato é que agora, a menos de um ano da eleição, é o contrário: dois terços da população brasileira querem mudança. Agora, é claro que, neste momento, quando a eleição não começou, quando a população ainda não está focada em eleição, mas focada nos seus problemas do dia a dia, que são cada vez maiores, porque não conseguem um atendimento adequado na rede pública de saúde, não têm uma mobilidade urbana decente nas cidades, no momento em que as cidades estão muito inseguras, o crime assusta e assombra as famílias todos os dias, ninguém está pensando em eleição.
É claro que uma presidenta que tem uma exposição enorme na mídia em função de suas atribuições e que faz uso de outras permitidas pela legislação, como a de utilizar cadeia de rádio e televisão toda vez que quer, neste momento, beneficia-se das intenções de voto. Mas eles certamente não se sustentarão quando começar, efetivamente, o processo político eleitoral e os candidatos tiverem, pelo menos, um tempo um pouco menos desigual a partir da cobertura espontânea que os telejornais farão da agenda deles, dos próprios programas de televisão, do próprio interesse da população para acompanhar o processo eleitoral.
Senador Wellington, é claro que essa insatisfação que já aparece em dois terços da população que querem mudança porque entendem que chegamos ao final de um ciclo e que esse pacto político não sustenta mais o que o País quer, o que o País precisa, o que o País deseja, vai se expressar nas outras candidaturas.
E eu tenho dito que tenho convicção de que alguns conceitos definirão o que a população quer para os próximos anos: inovação, sustentabilidade, transparência, eficiência, e nós temos que reconhecer que alguns desses conceitos estão distantes deste Governo.
A questão da inovação. Cadê a nossa política industrial? Cadê os recursos da área de ciência, tecnologia e inovação que foram reduzidos ao longo dos últimos anos, foram contingenciados? É uma área que não podia ser contingenciada pela LDO, passou a ser contingenciada.
Denunciei ontem aqui o Governo do PT do Distrito Federal, o Governador Agnelo, retirando uma área de 90 hectares, Senador Wellington, da Embrapa Cerrados, um centro de excelência que mudou a agricultura deste País, do Cerrado brasileiro, com importância para todo o Brasil, para fazer um núcleo habitacional que pode ser instalado em diversos outros lugares de uma unidade da Federação em que grande parte das terras são públicas, e o Governo Federal, que é responsável pela Embrapa, não toma nenhuma iniciativa, demonstrando qual é o compromisso deste Governo com a inovação tecnológica.
Portanto, efetivamente, esse debate precisa ser feito nesse ambiente, com muita tranquilidade, com muita profundidade, com muito respeito, mas é importante dizer, sim, que há um desejo de mudança muito forte, e isso está indicado nas pesquisas de opinião.
Ouço com muita alegria o meu amigo, Senador Wellington Dias.
O Sr. Wellington Dias (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - Senador Rodrigo Rollemberg, primeiro, saudar V. Exª, todos os Senadores e Senadoras e meu querido Senador Blairo, que está hoje com um corte de cabelo bonito, diferente. Mas, meu querido Senador Rodrigo, nesta oportunidade, apenas pegando o que V. Exª coloca, eu entendo que, à medida que a gente entra no ano eleitoral, a temperatura também dos pronunciamentos se altera. Vejam: e é normal, é natural, é próprio, ocorre sempre nesses períodos. Chamo a atenção de que é preciso não ter a cegueira da política, porque se a gente examina por áreas o que nós temos de alterações positivas... E é isso que a população está vendo. A população não está só com intenção de voto para a Presidenta, a população aprova o governo dela. V. Exª citava, por exemplo, a área da criminalidade, da segurança. De um lado, a população percebe a responsabilidade que tem o Governo Federal, mas percebe também o que tem dos Estados. Se V. Exª citou exemplos como o Distrito Federal, me permita citar Pernambuco. Qual é o índice de homicídios em Pernambuco hoje? É elevadíssimo, um dos mais elevados do Brasil. Recife tem um dos mais elevados do Brasil.
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco Apoio Governo/PSB - DF) - Apenas para registrar, Senador Wellington Dias...
O Sr. Wellington Dias (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - Pois não.
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco Apoio Governo/PSB - DF) - ... com a sua licença, que recentemente o Governador de Pernambuco recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas porque foi um governador que, durante sete anos seguidos, em função do Pacto Pela Vida, conseguiu reduzir de forma substantiva os índices de violência no Estado.
O Sr. Wellington Dias (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - Cite-me os dados.
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco Apoio Governo/PSB - DF) - Sim, homicídios, morte de pessoas, um dado extremamente relevante.
O Sr. Wellington Dias (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - Eu pedi para citar.
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco Apoio Governo/PSB - DF) - Agora, é importante registrar que os índices ainda são elevados, mas eram muito mais elevados. E o que a gente tem que observar no governo é a tendência na prática de redução substantiva, que fez o Governador receber um prêmio internacional, ao contrário daqui do Distrito Federal, por exemplo. O Governador Agnelo...
Você mora em Brasília.
O Sr. Wellington Dias (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - Moro em Brasília.
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco Apoio Governo/PSB - DF) - Você sabe disso. O seu motorista mora em Brasília. As pessoas do seu gabinete moram em Brasília.
O Sr. Wellington Dias (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - Minha filha mora em Brasília.
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco Apoio Governo/PSB - DF) - Ao sair deste plenário, pergunte aos funcionários do seu gabinete o que eles acham que é a segurança pública do Distrito Federal hoje e o que era cinco anos atrás, durante a maior crise política que o DF já viveu. A sensação de insegurança é total - 71 homicídios apenas no mês de janeiro, no Distrito Federal.
Então, nós temos que avaliar dentro da conjuntura que cada governador recebeu do seu antecessor.
O Sr. Wellington Dias (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - Claro. Eu quero só concluir, primeiro, com toda a tranquilidade, como V. Exª coloca aqui. O que estou dizendo é que nós temos uma situação em nosso País em que nem sempre a ação, no caso da criminalidade, de homicídios, etc., a competência, pela nossa própria estrutura, é dos Estados. Eu tive o privilégio de também atuar no meu Estado para torná-lo o primeiro ou o segundo menor indicador de homicídios do Brasil.
O que quero colocar é que nas mais diferentes áreas...
(Soa a campainha.)
O Sr. Wellington Dias (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - ... há parcerias, há atuação da parte do Governo Federal. A estrutura que se tem, naquilo que é possível por parte do Governo Federal, teve apoio. E, certamente, há coisas a fazer. Há. A área da segurança é uma delas, sim. Agora, estou lhe dizendo aqui que é um problema, o Presidente da República tem que agir em parceria com os Estados, em parceria com os Estados. E a população sabe disso, a população sabe disso. E é isso que ela vai avaliar. A economia que diziam que não ia crescer, e teve crescimento, a inflação que diziam que estava descontrolada, colocando o tomate como a grande matriz, terminou o ano dentro da meta, geramos emprego. Enquanto o mundo perdeu, desde a crise de 2008, cerca de 60 milhões...
(Interrupção do som.)
O Sr. Wellington Dias (Bloco Apoio Governo/PT - PI) - ... de postos de trabalho, o Brasil, no mesmo período, gerou mais de 10 milhões de postos de trabalho. O povo vê isso. Há coisas a fazer? Há mudanças? Há. E a mudança, o povo sabe que pode ser feita com quem está no Governo. É isso que reflete, é essa aprovação. Está aí o PAC Mobilidade, está aí um conjunto de outras respostas na área da educação, ampliando investimento na área da saúde, ampliando investimento na área de infraestrutura, ampliando investimento. É isso que a população está vendo. Então, não adianta achar que a população não está vendo isso. É preciso reconhecer o que há também de positivo. Eu agradeço a V. Exª.
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco Apoio Governo/PSB - DF) - Agradeço, Senador Wellington Dias. A contribuição de V. Exª é sempre muito valiosa, V. Exª sabe a profunda admiração que tenho por V. Exª, mas V. Exª sabe também, acompanha pesquisas, o Governo Federal faz pesquisas...
(Soa a campainha.)
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco Apoio Governo/PSB - DF) - ... que demonstram claramente que o nível de insatisfação da população vem crescendo a cada dia, o nível de percepção em relação ao futuro tem deixado os brasileiros mais pessimistas porque não veem, por parte do Governo Federal, a ação, as medidas adequadas, a condução adequada às políticas econômicas e às políticas sociais.
E esse debate nós queremos fazer com muita tranquilidade, com muita profundidade, com muita ênfase, com muito entusiasmo, porque isso que é o bonito da democracia.
Agora, é importante dizer. Aqui, a Senadora Gleisi - a quem respeito -, a sua primeira intervenção - e o Senador Aloysio comentou isso ontem -, foi chamando o Governador Eduardo Campos de ingrato. Porque se discorda do Governo, se tem uma posição, se coloca uma candidatura em um sistema eleitoral...
(Interrupção do som.)
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco Apoio Governo/PSB - DF) - ... em dois turnos é ingrato. Por que, Senador Blairo? (Fora do microfone.) Tudo porque o Governo Federal ajudou o Estado de Pernambuco? É obrigação do Governo Federal ajudar os Estados em um sistema federativo. Esse dinheiro não é da Presidenta! Esse dinheiro é da Nação brasileira, que paga impostos.
Agora, o que temos de reconhecer é que o recurso foi muito bem utilizado pelo governador de Pernambuco, que é o governador melhor avaliado do Brasil, porque todos receberam. Todos os governadores receberam recursos. Aqui, o do Distrito Federal, a fortuna... Se, de fato, o Governo do Distrito Federal recebeu o tanto de dinheiro que o Senador Gim diz que trouxe para o Distrito Federal de recursos federais, isso vai se transformar em um escândalo de grandes proporções, porque onde está esse dinheiro? Onde está essa fortuna de dinheiro? Ah, essas obras do Governo Federal... E onde está a aprovação do Governo do Distrito Federal?
(Soa a campainha.)
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco Apoio Governo/PSB - DF) - Um governo que recebeu quantias bilionárias, segundo o Senador Gim Argello.
Aí, é a diferença da eficiência da gestão, entre quem gere com responsabilidade, com comando, com autoridade, que manda no seu Estado, efetivamente, com metas, acompanhando, e outros que... Quem sabe quando vamos ver esses recursos? Dois bilhões em um estádio? Está aí a diferença: um governo que começa uma obra de um estádio, Senador Blairo, orçado em 500 milhões, e entrega o estádio à população por 500 milhões; enquanto, aqui no Distrito Federal, temos um estádio que começou com 600 milhões e já está em 2 bi! E, se não tomar cuidado, vai chegar a 3, porque o céu é o limite quando se trata de irresponsabilidade fiscal, administrativa, financeira, econômica, de parte do Governo Agnelo.
Então, essa é a diferença. O dinheiro não é...
(Interrupção do som.)
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco Apoio Governo/PSB - DF. Fora do microfone.) - ... não tem dono, o dinheiro é da União. E a responsabilidade de quem repassa...
Peço para concluir, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Blairo Maggi. Bloco União e Força/PR - MT) - Para concluir, Senador Rollemberg.
O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco Apoio Governo/PSB - DF) - Obrigado.
E a responsabilidade de quem repassa e de quem gere o recurso é a responsabilidade de tratar com zelo o recurso que é público, que é um recurso de todos, que é um recurso que não tem dono individual ou particular.
Muito obrigado.