Pela Liderança durante a 30ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à gestão da Presidente Dilma Rousseff.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Críticas à gestão da Presidente Dilma Rousseff.
Publicação
Publicação no DSF de 19/03/2014 - Página 25
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, GESTÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, AUSENCIA, CONCLUSÃO, OBRA DE ENGENHARIA, CONSTRUÇÃO, RODOVIA TRANSAMAZONICA, CONCESSÃO, EMPRESTIMO, BENEFICIO, PAIS ESTRANGEIRO, CUBA, REGISTRO, PRECARIEDADE, SITUAÇÃO, INFRAESTRUTURA.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srs. Senadores, estive aqui na semana passada e falei de minha preocupação, tenho certeza de que não só minha, mas da preocupação dos brasileiros, com relação ao que aconteceu no caso dos mensaleiros, que foram criminalmente condenados e, depois, foram absolvidos por penas mais suaves, ou melhor, ao mandá-los, criminosos, para suas residências.

            Tudo isso porque a Presidenta Dilma colocou dois Ministros do seu gosto e tomou conta da Nação. Tomou conta do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. E isso, logicamente, preocupa o Senador que é apaixonado por sua Pátria e que é apaixonado pela democracia.

            Mas, senhores, senhoras, brasileiros, brasileiras, paraenses queridos, meus irmãos do Pará, o Governo Dilma há muito prometeu, junto com Lula, que iria resolver o problema da Transamazônica no meu querido Pará.

            Quando eu falo aqui, brasileiros, que o PT mente, alguns ainda ficam com dúvidas. Será que a gente ainda tem dúvida neste País de que o PT mente, de que o PT engana, de que o PT tenta ludibriar o povo brasileiro? Será que ainda se tem dúvida? Será que ainda tem brasileiros que acreditam nesse Partido?

            Eu fico olhando, às vezes, Senadores virem aqui à tribuna, dizer que a saúde está bem, que a segurança está bem - eu vou mostrar aqui, agora -, que a violência está normal, que o País está produzindo. Eu fico olhando, dali, ponho a mão no queixo e digo: “Que mentira brutal! Que mentira brutal!”

            O povo da Transamazônica sofre, Senador Aloysio. V. Exª tem ideia de quantas pessoas moram ao longo da Transamazônica? V. Exª não tem ideia. A TV Senado pode mostrar fotos da Transamazônica interrompida. Lógico, todos sabiam que neste inverno a Transamazônica seria interrompida. Quase um milhão de pessoas vive ali, Senador.

            Olhe, Senador, o Fernando Henrique foi o único presidente que ainda olhou por ali, que colocou energia, o chamado Tramoeste - o único. O Partido dos Trabalhadores assumiu esse governo e não colocou um grão de terraplanagem, um grão de areia naquela estrada.

            Todos os Municípios ali - todos! - têm mais de 50 mil habitantes. São Municípios grandes, tem Município com 200 mil - Itaituba, Altamira, Santarém -, e não se olha por aquele povo.

            Agora, eu pergunto à Nação brasileira: para onde vão R$2 trilhões?

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Quase isso se arrecadou no ano passado. Arrecadou-se R$1,7 trilhão, brasileiros. Daí, a Dilma tirou, para ela - para ela! -, para a propaganda dela, R$1,7 bilhão - só para a publicidade dela, Senador Aloysio! Agora, ainda sobrou muito dinheiro.

            Aí, eu mostro para vocês: olhem o dinheiro dos brasileiros. Como é que se explica uma Presidenta em que o País confiou, pensando que ela, realmente, era uma presidenta sólida e inteligente, patrocinar uma Copa do Mundo num país quebrado como...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Quem pode dizer que hoje, em sã consciência, que o Brasil é um País democrático? Quem? A Dilma manda aqui, ela faz o que quer. Ela manda aqui, manda! Sabe por que ela manda aqui? Porque ela troca favores; ela dá emenda e troca por voto. É o mensalão escancarado! Ela dá um cargo, o cara fica na mão dela; ela dá a emenda, o cara fica na mão dela. Ela manda aqui, manda no Congresso; ela manda no Judiciário agora, tanto que o Sr. Presidente já está falando em aposentadoria, decepcionado. Ela manda lá, ela tem seis votos lá. 

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Por favor, Presidenta. (Fora do microfone.)

            Ela tem seis votos lá! E qualquer amigo dela que for julgado pelo Supremo agora é absolvido! Ela manda lá! E ela é a Presidenta. O País está na mão dela. Isso é democracia?

            Diz Alexandre Garcia, é importante que se leia o que Alexandre fala. Ele diz assim, vou ler só um pedacinho do final porque é muito grande, a Presidenta já está cobrando o término da minha fala e eu vou acabar.

            Diz ele:

Eu desafio o Governo do PT a exigir que o médico cubano tenha uma carteira de trabalho.

Eu desafio o Governo do PT a depositar o salário do médico cubano em uma conta pessoal, que lhe garanta livre movimentação.

            Continua o jornalista:

Eu desafio o Governo do PT a garantir todos os direitos trabalhistas aos médicos cubanos.

            Continua o jornalista:

Eu desafio o Governo do PT a cumprir a Lei, a Constituição e os Tratados Internacionais.

            Continua o jornalista:

A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. [...]

            É exatamente o momento...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Fora do microfone.) - ... por que estamos passando.

            Dê-me mais uns 2 minutos, Presidente.

            A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Senador, os 2 últimos minutos para V. Exª concluir.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Existe um acordo com o Senador acriano. Só tenha um pouquinho de paciência.

            A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Só faltava me comunicar. Portanto, não sou parte desse acordo.

            O Senador está com a palavra. Estamos perdendo tempo os dois.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - V. Exª não estava aqui... Aliás, V. Exª sempre chega cedo, é verdade, mas V. Exª nunca chega primeiro que eu. Pode observar. Por isso V. Exª não se incorporou ao acordo. Mas tenha um pouquinho de paciência.

            Às vezes... Sabe, Senadora, também já passei por isso. Às vezes, incomoda a gente, mas tem que ouvir. É o que se passa hoje neste País. A gente tem que falar. Eu represento 1,5 milhão de pessoas que querem falar isso: os paraenses que votaram em mim; os brasileiros que me ouvem, que me escutam. Tenho que falar a realidade, sabe por que, Senadora? São poucos que têm coragem de fazer, porque muitos que não fazem, que não dizem, é porque serão perseguidos, igual a mim, e têm rabo de palha. Aí, vai pegar fogo.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - O meu, não! O meu, não! Eu não tenho, não! Pode vir quem quiser!

            Então, nós não estamos em uma democracia. A Presidenta - já vou descer, Presidente - empresta dinheiro para Cuba, Aloysio, enquanto na Transamazônica estão lá, todos atolados; estão lá, sem abastecimento; estão lá, sem médicos, isolados; estão sofrendo a consequência de uma Presidenta que manda dinheiro para safados assassinos, ditadores assassinos, como o Fidel Castro e o seu irmão! Um bilhão...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Já vou descer. Mais 2 minutos. Vou só ler isto aqui e vou descer. (Fora do microfone.)

            Um bilhão para Cuba! Um bilhão resolvia o problema da Transamazônica.

            Se você for somar, Venezuela, Cuba, Bolívia, Angola, todos esses países receberam milhões e milhões, bilhões do Governo brasileiro. Dá para fazer quatro Transamazônicas, Dilma - quatro Transamazônicas, Dilma.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Desço - desço, desço.

            Só, colocando o nosso País nos rankings dos países, nos rankings de 148 países.

            Em infraestrutura, Aloysio, nós só ganhamos de 45 países; perdemos para 103 - 103. 

            Só vou ler isso e...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Fora do microfone.) - ...vou descer. Só vou ler isso e vou descer.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Só vou ler isso e vou descer.

            Perdemos para 103. Como é que pode um país sem infraestrutura sobreviver?

            Não sei o que vai acontecer neste País daqui para julho, Aloysio. Aloysio, não sei. O povo não aguenta mais, Aloysio; o povo não aguenta mais.

            Ferrovias: só ganhamos 28; perdemos para 120. Rodovias: só ganhamos 25; perdemos para 123. Aeroportos: ganhamos só 17, nós perdemos para 131. Educação: ganhamos 79; perdemos para 69. Universidades: acesso a universidades, ganhamos 63; perdemos para 85. Na saúde, perdemos para 74. Na violência, só ganhamos 24; perdemos para 124...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Fora do microfone.) - ... países do mundo.

            A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - A Mesa vai lhe conceder um minuto, para V. Exª concluir, Senador.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Presidenta, isso é assim mesmo, Presidenta. Isso é a política, Presidenta. A gente tem que passar para a Nação o que a gente pensa.

            A única coisa que eu não gostaria nesta minha vida pública é de que cortasse a minha fala. É a única coisa que eu tenho, que me resta nessa Pátria, é poder falar. No dia em que cortarem a minha fala, Presidenta, eu renuncio ao meu mandato - eu renuncio ao meu mandato! -, porque a única coisa que ainda me resta aqui, neste Parlamento, é a fala, é a palavra, é o direito constitucional que me deram, Presidente - ou Presidenta, eu ia chamar Presidenta Dilma com V. Exª, mas estava enganado.

            V. Exª merece muito mais respeito...

(Interrupção de som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Fora do microfone.) - ...do que a Presidenta Dilma.

            Só para me despedir, me dê mais um.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA.) - Brasileiros, estamos à beira do abismo, a nossa economia quebrou; restam-nos, brasileiros, as urnas; resta-nos, brasileiros, a mudança. O que não podemos é continuar como estamos. Temos que colocar pessoas dignas, com moralidade, capazes de tirarem o Brasil do fundo do poço, estadistas capazes. Sim, terão muito trabalho, muito, o País está destroçado, mas precisamos, nos próximos meses que virão, lutar, lutar e lutar muito pela nossa pátria.

(Interrupção de som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Fora do microfone.) - Sim, se for preciso, vamos às ruas.

            A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM) - Senador, acho que V. Exª já...

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Fora do microfone.) - É a última frase.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA.) - Respirei fundo, desço daqui, sinceramente, envaidecido, porque não deixei, de jeito nenhum, cortarem a minha fala e jamais deixarei.

            Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/03/2014 - Página 25