O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Pela Liderança. Com revisão do orador.) - Presidente, Senador Jorge Viana, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, venho à tribuna hoje com muita alegria. Não vim aqui hoje para cobrar do Governo ações em benefício de nosso País e, em especial, do meu Estado do Pará, mas vim aqui...

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Apoio Governo/PT - AC) - Tenho acompanhado V. Exª nas cobranças e, certamente, vai falar das eclusas, não é?

            O SR. FLEXA RIBEIRO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Obrigado, Presidente. Vou falar de Pedral do Lourenço.

            Até que enfim, a Presidenta Dilma estará, amanhã, no Estado do Pará. Ela irá primeiro a Belém, onde assinará convênios liberando financiamentos - poderiam ser do Tesouro, mas tudo bem, que sejam financiamentos pelo menos - para duas obras de mobilidade urbana na cidade, um novo trecho do BRT e dez portos para fazer uma linha fluvial, para desafogar o trânsito no centro da cidade, no eixo até a cidade velha.

            Então, eu venho aqui para festejar hoje. Depois de Belém, a Presidenta vai a Marabá. Lá em Marabá, que é, sem sombra de dúvida o pólo da região sul e sudeste do Pará. Ela vai entregar máquinas agrícolas para dezenas de prefeituras e lançará o edital do derrocamento do Pedral do Lourenço. Isso, Senador Jorge Viana, é uma batalha que nós estamos travando muito antes das eclusas de Tucurui ficarem prontas. Em abril de 2010, eu estive na tribuna do Senado alertando o Governo do então Presidente Lula de que era insuficiente inaugurar as eclusas e não fazer o Pedral, e pedi que ele atentasse para a necessidade do derrocamento do Pedral do Lourenço.

            Lamentavelmente, as eclusas foram inauguradas e estão lá guardadas como se fossem apenas para contemplação e não para o uso.

            O que é o Pedral do Lourenço, finalmente? Falamos tanto aqui do Pedral do Lourenço para poder explicar aos telespectadores da TV Senado, aos ouvintes da Rádio Senado, dos meios de comunicação do Senado Federal, que o Pedral de Lourenço é, na realidade, 43 quilômetros de pedras que precisam ser derrocadas, para que o rio possa se tornar navegável. É um trecho perto da cidade de Itupiranga. Com isso, nós vamos todos festejar já que o rio Tocantins vai estar navegável a qualquer época do ano, e não, como seria com o Pedral do Lourenço não derrocado, apenas navegável por oito meses do ano.

            Ora, a importância da hidrovia do Tocantins é sem sombra de dúvida enorme para o Estado do Pará. Sabe por quê, Senador Jorge Viana? Porque, com a derrocada, nós vamos abrir uma via navegável de Marabá até Belém. Por essa via navegável, vão passar os produtos produzidos em Marabá e também permite a instalação da Alpa, Aços Laminados do Pará, que é um outro compromisso do ex-Presidente Lula que a Companhia Vale do Rio Doce começou a fazer e - entre aspas -, “até a definição” do derrocamento, ela suspendeu as obras.

            Então, agora, quero me dirigir ao Presidente Murilo Ferreira, da companhia Vale, no sentido de que, a partir de agora, podem retomar as obras da Alpa. Ela vai trazer um grande desenvolvimento para aquela região do meu Estado e gerar em torno de 20 mil empregos.

            Estivemos aqui, nesta tribuna, em abril de 2010, para informar que era necessário, antes de terminar as eclusas, fazer o derrocamento. Depois, vim festejar, em novembro, a inauguração das eclusas de Tucuruí, informando novamente que era preciso fazer o derrocamento do Pedral de Lourenço. Isso, em 2010. Em 2011, estive três vezes na tribuna. Em 2012, duas vezes. Em 2013, cinco vezes. E em 2014, já estive uma. Estou voltando agora, graças a Deus, para dizer que o derrocamento do Pedral de Lourenço irá acontecer.

            Esse não é um trabalho do Senador Flexa Ribeiro sozinho. Quero aqui dar o testemunho, a todos os paraenses, de que esse é um trabalho da Bancada do Estado do Pará, que esteve, sob a liderança do Governador Simão Jatene, várias vezes com o Ministro dos Transportes à época, com o Presidente do Ibama e com o Diretor-Geral do DNIT, General Fraxe. Foram inúmeras audiências em que a Bancada esteve presente, todos os seus elementos, todos os seus participantes, defendendo suprapartidariamente a derrocada do Pedral do Lourenço.

            Não é só a navegabilidade, não é só para tirar a produção de minério, de aço, de grãos daquela região, mas também, no sentido contrário, da subida para Marabá, para que levem insumos que tornarão mais baratos os produtos necessários para a agricultura, seja ela familiar ou de grande porte, levar os produtos de Belém a Marabá e outros Municípios daquela região, também por meio da navegação fluvial, o que nos dará um abatimento muito grande no custo desse transporte.

            Finalmente, Presidente Jorge Viana, eu desejo que esse edital que a Presidenta Dilma irá lançar amanhã, em Marabá, para o derrocamento do Pedral do Lourenço, seja exitoso, que tenhamos um vencedor realmente com capacidade para executar aquela obra, que é esperada por todos os paraenses e será acompanhada pelo Senador Flexa Ribeiro e por todos os membros da Bancada do Pará no Congresso Nacional. Nós seremos fiscais da Presidente Dilma nesta obra, para acompanhar o seu andamento e não deixá-la se paralisar mais uma vez.

            Muito obrigado, Senador Jorge Viana.