A SRª ANA AMÉLIA (Bloco Maioria/PP - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente desta sessão, Senador Renan Calheiros; Sr. Presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves; caros Senador Aécio Neves, Deputado Luiz Carlos Hauly e Deputado Mendes Thame, que são os autores do requerimento desta sessão, em que se celebram os 20 anos do Plano Real; caro Senador Romero Jucá; Senador Flexa Ribeiro; ex-Presidente do Banco Central Gustavo Franco; Dr. Edmar Bacha, depois desse pronunciamento do Presidente Fernando Henrique Cardoso, é de uma ousadia ímpar uma Senadora que não completou ainda metade do primeiro mandato subir à mesma tribuna para suceder um discurso que foi mais do que uma celebração, que foi uma exortação à classe política brasileira, para pensar maior, para pensar grande, para pensar no País, neste País cuja estabilidade econômica, graças ao Plano Real, só foi possível mediante o entendimento da sociedade brasileira.

            O legado que V. Exª, ex-Senador, ex-Presidente da República e Professor Fernando Henrique Cardoso, deixa na sua história - e essa é inapagável - é exatamente essa conquista que tivemos.

            Eu aqui falo e farei uma breve manifestação como jornalista que fui, jornalista que acompanhou V. Exª numa grande empreitada internacional, mostrando uma cara do Brasil, uma cara de interlocução de altíssimo nível, que fez com que hoje o Brasil tivesse esse protagonismo construído por muitas mãos. V. Exª, seus antecessores, seus sucessores, todos, de algum modo e ao seu jeito, ajudaram na manutenção dessa estabilidade com o Plano Real, um plano que não foi aventureiro, que não foi novidadoso, como dizem os nossos compatriotas latino-americanos, um plano sustentado em argumentos técnicos, um plano juridicamente perfeito. V. Exª trouxe, na tribuna, a lembrança de que não houve nenhum questionamento quanto à legalidade desse plano.

            Eu queria dizer, neste depoimento modesto, falando em nome do Partido Progressista, que é disto que nós precisamos, apenas disto: da seriedade, da estatura necessária para entender a política bem feita, bem conduzida, sem preconceitos, tolerante, compreensiva, capaz de comunicar adequadamente as coisas boas e ruins que o Brasil está vivendo. É dessa forma de fazer política que o Brasil está precisando, uma forma madura, uma forma elevada e, sobretudo, uma forma respeitosa.

            Eu queria apenas, na ousadia que tive de subir à tribuna depois de seu pronunciamento, dizer que, como jornalista e, agora, como Senadora, estamos continuando um trabalho. Nenhum plano é perfeito, nenhum plano é bem acabado. Assim foi a grandeza do Plano Real, a grandeza de seus patrocinadores em saber que ele continua merecendo ser feito. É impossível aceitar que esse plano, que é um patrimônio da sociedade brasileira, pela estabilidade de poder fazer as coisas em casa... Uma dona de casa sabe a hora de comprar, a hora de gastar, a hora de economizar. O Plano Real nos ensinou isso. É uma grande lição de vida cotidiana, na simplicidade de uma casa da periferia, da zona rural ou da zona urbana. Esse foi o grande legado, essa foi a grande lição do Plano Real.

            Agora, nosso ex-colega Fernando Henrique Cardoso e caros colegas Senadores, nós, como Senadora, continuamos, ao nosso jeito e ao nosso modo, a ajustar essas necessidades, todas elas elencadas por V. Exª aqui num pronunciamento brilhante, num pronunciamento não apenas de um estadista, mas também de um político que tem a sensibilidade de perceber, com visão crítica, fazendo uma crítica construtiva, as nossas necessidades.

            Então, é com muito orgulho que ocupo esta tribuna na representação do meu Partido para dizer que hoje é uma grande data de celebração, uma grande data, porque essa conquista deu autoestima ao povo brasileiro. Eu, como jornalista, cobri inflação de 80% ao mês - eram 80% ao mês! -, e, assim sendo, digo que também sua presença no Ministério da Fazenda foi a prova de que, talvez, a economia não devesse estar só na mão dos economistas, mas também na mão de um grande político que soube, pelo convencimento, pela sua capacidade, pela sua estatura, levar o Brasil ao caminho certo da estabilidade econômica.

            Muito obrigada.

            Parabéns ao Brasil! (Palmas.)