Discurso durante a 43ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa da instalação da “CPI da Petrobras”.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).:
  • Defesa da instalação da “CPI da Petrobras”.
Publicação
Publicação no DSF de 02/04/2014 - Página 141
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).
Indexação
  • DEFESA, NECESSIDADE, INSTAURAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), CRITICA, ATUAÇÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, primeiro, eu estava desejando que o Presidente Sarney não saísse antes da minha fala, porque queria fazer um agradecimento com a presença dele, agradecer ao Presidente Sarney pela criação da TV Senado e da Rádio Senado.

            Ora, se não fosse a TV Senado e a Rádio Senado estarem no ar agora, transmitindo esta sessão, o povo brasileiro não ia ter conhecimento daqueles que são e daqueles que não são brasileiros de verdade. A TV Senado mostra - isso é importantíssimo - quem defende a sua Pátria e quem está aqui por interesse próprio.

            Ora, senhoras e senhores, pasmem! Pasmem, Srs. Senadores, brasileiros e brasileiras que estão acompanhando esta sessão pela TV Senado e pela Rádio Senado! Pôs-se uma Senadora a questionar uma Comissão Parlamentar de Inquérito. O que dizia a Senadora? A Senadora dizia: “Sr. Presidente, não existe fato determinado na apresentação da CPI. Esta CPI não pode ser aceita por V. Exª porque são muitos fatos determinados.”

            Horas depois - perdão -, minutos depois, Senador Renan Calheiros, entra outra CPI, com mais fatos ainda. Olhe só, Senador Renan Calheiros! Deixe-me tirar meus óculos. Olhe só, Senador Renan Calheiros, Brasil, Pátria amada!

Entra uma outra CPI para criar transtorno na primeira, para criar confusão na primeira. E pasmem, senhoras e senhores! Cristovam Buarque, acredite se quiser: a mesma Senadora que dizia que não se podia fazer uma CPI porque havia vários fatos assinou a outra CPI que tinha muito mais questionamentos!

            Como é que pode, Brasil, a mesma Senadora? É a sétima assinatura na CPI. Como fica essa Senadora? Ela acabou de dizer que não podia. E depois, Pedro Taques, ela assina o que ela disse que não podia.

            Sabe o que é isso, Pedro Taques? Sabe qual é o resumo de toda essa história, Brasil, brasileiros, paraenses? Sabe qual é o resumo?

            É que a primeira CPI envolve a Presidenta da República, brasileiros! A Presidenta da República está envolvida nessa CPI! Aí está o grande drama! Aí está o desespero! Aí está a criação de uma outra para empanar a primeira, para confundir a Pátria, para confundir os brasileiros!

            Na hora, na hora - e você entende muito mais do que eu, Pedro Taques, muito mais -, na hora em que ela dá uma declaração a um jornal dizendo que ela não sabia, não leu, mas assinou, o que aconteceu aí, Pedro Taques? Uma improbidade da Presidenta, clara e cristalina para um leigo em direito como eu, para um leigo em direito como eu!

            Aí se assustaram quando eu pedi o impeachment dela. Protocolei na tarde de hoje. Fiz a minha parte como brasileiro! Fiz o meu dever de brasileiro!

            Essa é a questão fundamental. Essa é a questão principal, brasileiros e brasileiras! É que a CPI envolve a Presidente Dilma.

            A imprensa diz que a presidenta da Petrobras, Pedro, fez um rascunho para ela falar à imprensa. Ela pegou o rascunho e rasgou-o. Disse: “Não, eu quero eu mesma fazer”. E lá ela diz: “Eu não li o que eu assinei”.

            Como é que uma Presidenta da República lê, aliás, não lê o documento e assina? E a defesa dela, a principal defesa da Presidenta da República, a principal: “Eu não sabia o que estava escrito”.

            Cristovam, Pedro Simon! Pedro, eu olho para ti e vejo o Brasil. Eu olho para ti e vejo minha Pátria. Eu olho para ti e vejo um dos mais brilhantes brasileiros em defesa desta Pátria, Pedro. O que se está passando por este Brasil hoje, Pedro, não é só a Petrobras. É ridículo, Pedro, por exemplo, fazer um porto em Cuba e gastar R$1 bilhão, quando meu Marajó não tem porto para nada, Pedro! As pessoas descem nas palafitas, nas pontes quebradas e quebram as pernas, Pedro! E ela manda R$1 bilhão para um ditador, matador, assassino! Ainda tira foto com ele!

            Pedro, não é só a Petrobras, Pedro! O Brasil está exposto, Pedro! Nós estamos sem leme, Pedro! Nós precisamos acordar, Pedro! É o momento de acordar, Randolfe! É o momento de acordar!

            Eu tenho medo! O nosso poder é submisso! No Supremo Tribunal Federal, o povo só tem cinco votos, e a Presidência tem seis!

            O que vai acontecer? O que vai acontecer se essas CPIs forem abertas? O que vai acontecer, Presidente Flexa? Sabe o que o Governo vai fazer, Presidente Flexa? Vai arquivar. Nós precisamos olhar mais para frente.

            O Congresso Nacional, aqueles homens que são brilhantes, aqueles homens que assinaram a primeira CPI, mesmo pertencendo ao Bloco do Governo... Porque esses aí mostram que estão ao lado do interesse do povo brasileiro. Esses mostram!

            Mas eu quero olhar para um Pedro, para um Randolfe, para o Pedro Simon, para um Cristovam e dizer a vocês: vocês são exemplos de Senadores brilhantes, de Senadores brasileiros, de Senadores patriotas - e vocês também, lógico, Senador Flexa, Senador Magno Malta. Eu não olhei para trás.

            Mas nós precisamos dizer isso agora neste momento. Sabemos que a Pátria se encontra num momento perigoso! Olhem a ordem da Dilma hoje! Olhem a ordem da Dilma para os aliados dela hoje! Qual é a ordem? “Emperrem a CPI, eu não posso ser questionada!”

            Só se pode, então, questionar... Então, põe na Constituição. Só se pode questionar em ano que não houver eleição? Em ano que houver eleição, pode roubar, pode fazer tudo, porque vão dizer que é coisa política, que é perseguição política, que é fato político. Então, pode roubar, pode fazer o que quiser!

            Não é só isso, Pedro. Nós temos uma Pátria fragilizada, porque os Poderes estão fragilizados, Pedro. Os Poderes estão fragilizados. O único que não estava era o Supremo Tribunal Federal. Agora fragilizou.

            Então, nós corremos risco. Esperem! Esperem! Olha, eu ainda não falhei numa previsão minha aqui nesta tribuna. Nenhuma!

            Falei daquele caso do DNIT - pau! Falei daquele caso da CBF - pau! Tudo! Tudo! Previ o povo na rua. Fui o único Senador que disse que o povo estava para ir para a rua. O único! Por várias vezes, desta tribuna, eu disse.

            E vou descer, dizendo uma coisa a estes brilhantes Senadores: tudo isso - CPI, impeachment -, tudo isso vai gerar uma causa só. Eu pedi o impeachment e, em duas horas, eu tinha 48 mil acessos na Internet. Eu acho que até o final da outra semana chega a um milhão, e eu vou mostrar aqui na tribuna. Eu vou mostrar aqui na tribuna.

            O povo brasileiro não aguenta mais. Não é a CPI que vai determinar a queda da Dilma! A Dilma já está caindo! Não se fez a CPI para a Dilma cair! A Dilma já está caindo! E é ladeira abaixo!

            Quem aguenta a inflação? Quem aguenta transformar estádios de futebol? Vinte bilhões de reais, Pedro, quando não se tem hospital nesta Pátria, Pedro! O povo brasileiro está vendo.

            Desço, Presidente! Desço, dizendo que aqui está um brasileiro, um brasileiro que morre pela sua Pátria, e eu não dou mais três meses para o povo brasileiro vir às ruas pedir que a Dilma saia do poder, porque a Pátria não aguenta mais!

            O que estão fazendo hoje aqui é uma brincadeira de mau gosto, Presidente! Estão brincando com a Nação brasileira, mas verão o resultado final!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/04/2014 - Página 141