Pela Liderança durante a 44ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao Governo do Estado de Roraima; e outro assunto.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO ESTADUAL.:
  • Críticas ao Governo do Estado de Roraima; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2014 - Página 27
Assunto
Outros > GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, CORRUPÇÃO, CANDIDATURA, SENADO, GOVERNADOR, ESTADO DE RORAIMA (RR).

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco União e Força/PTB - RR. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, antes de entrar no mérito da minha fala hoje, quero assinar embaixo do que a Senadora Ana Amélia disse. Até porque aprovamos um requerimento de minha autoria, na Comissão de Relações Exteriores, para três membros dessa comissão irem à Venezuela visitar o Parlamento e procurar nos inteirar de tudo, principalmente no que tange à prisão, à extorsão dos brasileiros que vão, que sempre foram à Venezuela. Aliás, isso sempre existiu, só que agora chegou ao absurdo de as pessoas serem presas porque não dão propina, inclusive, para os próprios policiais.

            Mas o assunto que me trouxe a esta tribuna, hoje, é justamente fazer uma análise. E quero começar lendo aqui uma frase de Rui Barbosa, que honra este Plenário com seu busto aqui presente, porque foi um grande Senador, e que, em certo momento da sua vida política, disse o seguinte: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem bom chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha até de ser honesto.”

            Isso foi dito em 1914 e continua tão atual quanto naquela época. Se não vejamos: no meu Estado, o governador atual assumiu o governo, primeiramente, pelo falecimento do Governador Ottomar. Então, ele tirou três anos e foi para a reeleição. Nesses três anos, ele já fez horrores em termos de corrupção e de todo tipo de endividamento do Estado, construiu uma supermansão. Ele, quando assumiu o Governo, era um empresário falido e, hoje, ele anuncia que, depois de amanhã, vai se desincompatibilizar do cargo, para concorrer ao Senado.

            Nada de mais, se esse cidadão, que foi reeleito com uma farta documentação de corrupção eleitoral, de abuso de poder, cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral, que tem vários processos - um deles passou, desde 2011 até agora, e depois, por julgarem o caso de um Deputado do Piauí, deram o mesmo tratamento a ele -, não tivesse ainda dois processos para serem julgados no TSE: um de iniciativa do Ministério Público Federal, portanto, não da parte interessada, e outro também versando sobre essa questão de corrupção, de abuso de poder, de utilização da Rádio Roraima, uma instituição do Governo, para fazer política até no dia da eleição.

            O Ministério Público, naquela época, mandou a Polícia Federal parar a programação desse jornalista, que estava fazendo campanha no dia da eleição espalhando, inclusive, boatos de que seu adversário teria desistido da candidatura.

            Na verdade, o que o nosso povo vê lá? O que ele mesmo diz para todo mundo: que só ganha eleição quem tem o poder e quem tem dinheiro na mão. E ele tem as duas coisas.

            Espero que ainda haja tempo para o TSE julgar e, usando a lei, realmente punir esse cidadão que desonra a nossa terra, o nosso povo, que, portanto, como disse Rui Barbosa, ri das nossas instituições e, sobretudo, se vale, como dizem muito na imprensa, da afirmação de que quem tem banco, isto é, dinheiro, e banca, isto é, bons advogados, não é punido. Esse cidadão é um exemplo de uma pessoa que deveria ter sido cassada já, mas não foi. Cumpriu o mandato e vai disputar eleição para o Senado.

            Espero, realmente, que ele dispute, mas espero muito mais ainda que o TSE o casse antes disso.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2014 - Página 27