Discurso durante a 44ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio à atuação do Presidente do Senado, Renan Calheiros, por transferir a decisão sobre questão de ordem relativa à instalação de CPI da Petrobras para a Comissão de Constituição e Justiça.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REGIMENTO INTERNO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI).:
  • Apoio à atuação do Presidente do Senado, Renan Calheiros, por transferir a decisão sobre questão de ordem relativa à instalação de CPI da Petrobras para a Comissão de Constituição e Justiça.
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2014 - Página 84
Assunto
Outros > REGIMENTO INTERNO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI).
Indexação
  • APOIO, ATUAÇÃO, PRESIDENTE, SENADO, RENAN CALHEIROS, ESTADO DE ALAGOAS (AL), TRANSFERENCIA, DECISÃO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, CRITICA, OPOSIÇÃO, NEGAÇÃO, INSERÇÃO, ASSUNTO, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, METRO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Apoio Governo/PCdoB - AM. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente.

            Eu quero ser breve na minha intervenção, mas inicio por aquilo que eu havia planejado para ser o fim. Quero dizer que lamento, lamento que a discussão em torno da decisão que V. Exª anunciou hoje à Casa tenha descambado para onde descambou.

            Eu não tenho em mão o jornal O Estado de S. Paulo. Não tenho. Mas tenho em mão o jornal Valor Econômico. O jornal Valor Econômico de hoje, Sr. Presidente, como o de ontem, como o de anteontem, como o de um mês atrás... O jornal O Estado de S. Paulo, o jornal Folha de S.Paulo, o jornal O Globo, todos os jornais, repetidos pelos jornais regionais, divulgam outra matéria, que diz o seguinte: “Procurador-Geral da República vê envolvimento de Deputados tucanos no cartel do metrô” e indícios, segundo a matéria, fortes - aliás, fortíssimos.

            Mas não vou me dar o direito, Sr. Presidente, em relação a alguém que está sendo investigado, como está o Sr. Paulo Roberto da Costa, ex-Diretor da Petrobras, de vir a este microfone e chamá-los todos de ladrão. Não vou dizer que o Deputado José Aníbal, do PSDB de São Paulo, é ladrão, porque está sendo investigado. Nem posso. Não sou julgadora, Sr. Presidente. Sou apenas uma Parlamentar. Nunca fui Governadora.

            Mas vejam o que estamos ouvindo hoje: que esta CPI é para sufocar a iniciativa da oposição, esta segunda CPI, mais ampla, porque a primeira também é ampla.

            Nós ouvimos agora uma revelação no mínimo muito interessante do Senador que me antecedeu: “Erramos! Erramos ao colocar quatro fatos. Poderíamos ter colocado um só: Pasadena.” Acabamos de ouvir, Senador, uma declaração que considero fundamental e muito importante: “Erramos ao colocar quatro fatos.” Aliás, é com base nesses quatro fatos que a Senadora Gleisi Hoffmann fez a questão de ordem, a que V. Exª respondeu hoje.

            Veja, Sr. Presidente, disseram que é uma CPI de araque. Disseram que todos os órgãos podem investigar a Petrobras, menos o Senado Federal. Isso acabou de ser dito aqui. Colocaram essa frase na boca de outros Senadores que não o disseram. Aliás, quem disse isso tudo parece que já se foi. Cansou de debater e já foi embora. Não está mais aqui no plenário para ouvir seus colegas. Foram embora.

            Não ouvi ninguém dizer que não quer a investigação. Pelo contrário, a diferença é que se quer investigar, sim, a Petrobras, mas junto com a investigação da Petrobras se quer investigar o problema dos recursos próprios que foram aplicados no Metrô de São Paulo, problemas que acontecem lá em Abreu em Lima, tão falados aqui, lá no Porto de Suape, também tão falado aqui. Qual é o problema? Será que o desespero é por conta disso?

            Dizer que tem que ser ampla, que tem que ser pequena. A primeira CPI em que se deu entrada é ampla, e foi o próprio Senador que me antecedeu que disse que lamentava, que deveriam ter colocado apenas um assunto.

            A diferença para quem é oposição aqui, mas é Governo em São Paulo, é a seguinte: aqui o Governo quer investigar inclusive a Petrobras, mas quer investigar além da Petrobras. As matérias publicadas nos meios de comunicação do País, todos os dias, mostram, apontam essa necessidade. A diferença, para quem aqui é oposição e em São Paulo e em outros Estados é situação, é que, em São Paulo, não querem investigar nada. Absolutamente nada, Sr. Presidente. Nada de nada, nada de nada! O desespero está aí.

            Então, Sr. Presidente, quero cumprimentar o Presidente desta Casa, que tomou uma decisão, mas, imediatamente, encaminhou-a para a Comissão de Constituição e Justiça. Portanto, o debate segue.

            Esse é o bom debate. Vamos mantê-lo num bom nível, Sr. Presidente. Vamos, principalmente, fazer um grande esforço para que o discurso se reflita na prática também. Não se pode defender algo aqui e, logo acolá, ser contra, Sr. Presidente.

            Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2014 - Página 84