Pela Liderança durante a 50ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas ao Governo Federal por suposta leniência com atos de corrupção.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
CORRUPÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, IMPEACHMENT.:
  • Críticas ao Governo Federal por suposta leniência com atos de corrupção.
Publicação
Publicação no DSF de 10/04/2014 - Página 411
Assunto
Outros > CORRUPÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, IMPEACHMENT.
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, MOTIVO, EXCESSO, CORRUPÇÃO, DEFESA, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - V. Exª não erra.

            Sr. Presidente, eu fiz questão de vir a esta tribuna para falar ao povo desta nação querida.

            O que o Brasil pode assistir hoje? O que se passa neste País? Como está o povo brasileiro? Essas são as perguntas que nós temos que fazer hoje.

            Lógico, há Senadores e Senadoras que devem ao Governo. Devem cargos públicos, devem liberação de emendas, enfim, serviram à Presidenta ou Presidente ou à Presidente, serviram como chefe de gabinete e têm que vir aqui defender a Presidente. Se não vier, obviamente vai ser chamada e vai pegar um puxão de orelha da Dilma, porque a Dilma deve dizer: "Por que não me defendeste? Eu te dei um cargo de confiança dentro da Casa Civil, vou ajudá-la na campanha para governo, e você nem foi à tribuna me defender?”

            É isto Brasil. A Dilma está desesperada. Na verdade, cometeu um dos mais graves erros que já havia sido cometido por um presidente de uma nação. Se este País fosse um país sério, a Dilma “impeachmada”.

            A Senadora, as duas que me antecederam, mas a primeira foi de uma infelicidade monstruosa, Brasil, ao comparar. Quando bate o desespero, voltam a falar no nome de Fernando Henrique Cardoso. Este ano, ainda não tinham falado uma vez no nome do ex-Presidente. No ano passado, também. E agora o desespero bateu na porta e começam a comparar a administração atual com a de Fernando Henrique Cardoso.

            Por mais, Brasil, por mais que a administração de Fernando Henrique Cardoso tivesse sido ruim, não poderia a Senadora vir aqui dizer que, porque foi ruim a administração passada, esta pode ser ruim também.

            Ora, que engano comete a Senadora!

            Desaba na cabeça dos governistas o peso da incompetência; desaba na cabeça dos governistas o peso da corrupção.

            Quem pode comparar governos corruptos se os dois governos do PT bateram o recorde de corrupção nesta Pátria?

            Eu não tenho todos os dados, Brasil. Tenho alguns. Pena que a Senadora não esteja aqui. Governo Geisel, 10 casos em seis anos; governo Figueiredo, 11 casos em seis anos; governo Sarney, 6 casos de corrupção em seis anos; governo Collor, 19 casos em dois anos - e foi “impeachmado”; governo Itamar, 32 casos em três anos - e por aí vai; Fernando Henrique Cardoso, 44 casos em oito anos; Luiz Inácio Lula da Silva, 101 casos em quatro anos - em oito anos, mais de 200.

            Não se pode comparar, Brasil! Não se pode comparar, Brasil! Não tem o Governo condições de fazer comparações aqui.

            O Governo Dilma acelera tanto a corrupção nesta Pátria que talvez passe dos 300 casos, se ela não sair do Governo antes.

            O caso da Petrobras é um caso muito sério, porque acaba com a maior empresa brasileira.

            A revista Veja - já mostrei e vou mostrar de novo - resume, nesta semana, esse episódio. Ela mostra a bandeira, perdão, a estrela do PT coberta de óleo. Passou da cor vermelha para a cor preta. Esse é o resumo, Brasil, do que é o PT hoje. Trata-se da mesma revista que começou o impeachment do Collor - a mesma -, em situações logicamente diferentes.

            A Presidenta Dilma vai à imprensa e diz que faltou colocarem nos relatórios os detalhes da Petrobras em que ela era a Presidenta do Conselho. “Mas eu também não li”, declarou a Presidenta. “Também não li”, mas assinei a compra de uma sucata velha por 42 milhões, uma sucata velha que acabou custando 1,2 bilhão para os cofres brasileiros, US$1,2 bilhão. Falei eu aqui várias vezes em Cruzeiro, mas são dólares, Senador Petecão. Não é Cruzeiro não.

            Quando pedi o impeachment da Presidenta, quando dei entrada, tive milhares e milhares e milhares de assinaturas. Já assinando o impeachment foram milhares de assinaturas, milhares. Bastou eu vir aqui, nesta tribuna, e pedir humildemente ao povo brasileiro que colaborasse comigo nesse caminho do impeachment da Presidenta. A imprensa começou a falar em impeachment.

            Hoje, a maior satisfação que eu tive, mesmo sem ser membro da Comissão de Constituição e Justiça, foi ver, observar, vários Senadores falando em ditadura. Nós estamos caminhando para uma ditadura. Eu não ouvia falar isso, era só eu que falava, repetidamente, quase todas as tardes. Mas eu vi, vi hoje, cinco ou seis Senadores preocupados com a situação do País dizendo que o País caminha aceleradamente para uma ditadura.

            Ora, brasileiros e brasileiras, se a Presidenta confessa um crime, um crime na Constituição Federal de improbidade e aqui este Senado quer sepultar a investigação sobre a Petrobras. Não adianta dizer que se tem que apurar tudo. Ora, apure-se tudo. Nunca ninguém negou assinar uma CPI. O dia que eu negar a minha assinatura para fiscalizar qualquer governo - está gravando isso - podem pedir a minha cassação - está gravando isso.

            Agora, misturar tudo é não querer apurar. Se o Senado hoje, se a Câmara hoje vive a determinação do Governo e nem sequer pode apurar, pode fiscalizar, porque Senadores e Deputados estão na mão do Governo. Se a Dilma deu formicida, o veneno para o Supremo Tribunal Federal para que cometesse a maior leviandade de toda a sua história, tinha condenado o Genoino e o Dirceu a crime, pois ela fez o Supremo desconsiderar tudo isso e se desmoralizar.

Esperou pacientemente para mudar dois ministros, colocar dois ministros a gosto dela e depois deu a formicida em dose alta para o Supremo Tribunal Federal. Desmoraliza esta Casa, fragiliza esta Casa, que, para poder instalar uma CPI, já discute há uma semana, e vai ser preciso ir para o Supremo Tribunal Federal. E tenho dúvidas! E tenho dúvidas! Lá ela tem seis e o povo só tem cinco. O que podemos esperar desta Pátria?

            Corrupção, ora, Senadora Gleisi, corrupção, escândalo, até pedofilia. Brasileiros, brasileiras, meus queridos irmãos do meu Pará querido de Nossa Senhora de Nazaré, até pedofilia! Contrataram um pedófilo medonho, safado e sem vergonha! Colocaram no gabinete da Presidenta Dilma um pedófilo! E sabem quem mandou o pedófilo para lá? A Senadora Gleisi. Aquela Senadora que ainda agora estava aqui, foi ela que indicou o pedófilo, bandido, safado, está na cadeia! Até isso, Brasil! Foi a Senadora paranaense quem indicou. Até isso, Brasil!

            Chegam aqui, nesta tribuna, com uma cara de santinho. Corrupção, Brasil, corrupção cai todos os dias. “Ah, o Senador Mário Couto deve estar aumentando, deve estar inventando, ele é o Líder da oposição!” Não é, não, Brasil.

            Comprem os jornais, liguem a sua televisão. Todos os dias ou quase todos os dias, como se fosse folha de mangueira seca, caem noticias de corrupção nesta Pátria. A Pátria está tomada. Eu disse aqui. Eu disse aqui. Está gravado nas notas taquigráficas. Eu falei aqui e um Senador me chamou a atenção, quando eu sentei na minha cadeira: “Você é um louco. Não faça isso. Não diga isso.” E eu disse: Povo brasileiro, pode roubar, porque este País está entregue à corrupção petista.

            Condenaram e descondenaram o Zé Dirceu e o Genoino. Eu disse aqui que eu renunciaria ao meu mandato, Brasil, se o Genoino e o Dirceu ficassem presos. A Folha, o jornal, uma semana depois me cobrava: “E, agora, Mário Couto, renuncie ao seu mandato.” E eu continuei batendo aqui, dizendo que eu renunciava. Um mês depois, o Supremo teve que anular e disse: “Não, nós dissemos que eles eram os criminosos, mas não são mais.” Eu estava certo. Agora, eles vão escrever um livrozinho para ganhar dinheiro na casa deles, e o povo brasileiro sofrendo, os aposentados, Paim, sofrendo.

            Corrupção neste Governo, repito, cai como se fosse folha de mangueira seca, meu querido Petecão, V. Exª que sofre tanto no seu Estado com essa ex-estrela vermelha, hoje estrela negra.

            Olhe, Brasil, isto é de hoje. Este jornal que eu estou mostrando aqui é de hoje. Olhe, Brasil, Correio Braziliense. Eu não mostro aqui jornal porcaria, eu mostro aqui jornal sério, de credibilidade. Eu não venho para cá com qualquer panfleto. Revista e jornal que eu mostro são coisas sérias, investigações sérias, porque hoje quem mais investiga neste País é a Polícia Federal e a imprensa nacional.

            Olhe o que diz o jornal de hoje: que há outro mensalão, maior do que aquele do Lula! Outro mensalão, Brasil! E muito mais: há políticos envolvidos neste mensalão, Brasil! “Empresa-chave do novo mensalão foi além da Petrobras”.

            Brasileiros, vocês ainda aguentam? Brasil, é serio o momento que vivemos. Brasil, estamos à beira do suicídio, esta Nação está à beira do suicídio. O PT acabou com o Brasil.

            Como ainda há Senadores e Senadoras com a coragem de subir a esta tribuna, que lhes foi concedida pelo povo brasileiro? Eu subo a esta tribuna, porque o povo paraense me concedeu este direito. A Senadora Gleisi sobe a esta tribuna, porque o povo paraense concedeu o direito a ela.

            Como? Como, brasileiros, ela ainda tem a coragem de dizer aqui que está tudo bem? Paranaenses, como, paranaenses, ela tem a coragem de vir a esta tribuna dizer que está tudo normal? A Dilma! A Dilma foi ao jornal dizer que está tudo bem!

            Nós estamos atravessando uma fase perigosa nesta Nação. Os Poderes estão fragilizados. No poder, quem perde o respeito perde a moral. O Poder Executivo perdeu o respeito e perdeu a moral. Está todo mundo roubando: é doleiro, é doleira, é todo mundo. É mensalão por cima de mensalão! São bilhões, Brasil! Bilhões, Brasil!

            Você já havia ouvido falar em corrupção de R$90 bilhões? Noventa bilhões sem licitação! Foi o jornal de ontem, Brasil! Noventa bilhões sem licitação, Brasil! Mandem, brasileiros! Mandem assinatura para minha CPI!

            Vamos, brasileiros. Temos de ter coragem neste momento, brasileiros! Temos de ir para a rua, brasileiros! Ninguém aguenta mais! Ninguém suporta mais! Chega! Chega de tanto desrespeito à população brasileira! O meu Pará não tem nada. Nada! Não se vê um hospital público federal.

            Reinaldo Azevedo é um blogueiro dos mais conceituados.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Vou descer.

            Dos mais conceituados neste País. E ele já me apoia no impeachment. É assim, Brasil, que a gente começa. Vamos! Mandem as assinaturas! Nós já temos milhares e milhares e milhares. Você não aceita mais. Você vê a inflação - tanto lutamos para acabar com ela, brasileiros. Foram anos e anos e anos e anos; entra Presidente e muda Presidente; entra Presidente e muda Presidente; a inflação galopante, galopante, galopante, galopante! E conseguimos acabar com ela. E agora, brasileiros, ela volta galopante de novo.

            É terrível, brasileiro, ir a um hospital e ver a qualidade a qualidade dos hospitais. É terrível, brasileiros, se gastar bilhões e bilhões em construção de estádios quando um país vive o momento mais desgraçado da vida dele.

            E a FIFA ainda chega aqui e exige. Eu queria que essa porcaria dessa FIFA chegasse aqui para exigir hospitais de qualidade, para exigir escolas de qualidade, e não estádios de bilhões de reais.

            Olha a incompetência, Brasil. E não foi a FIFA que deu; foi o Brasil que quis. Nós já fomos tantas vezes campeões sem ser no Brasil. Por que tinha que ser agora, que nós não temos hospitais, que a população morre à mingua?

            Diz o Reinaldo Azevedo: “CPI é pouco”. Lógico. Por que “impeachmaram” o Collor? Aqui, brasileiros, o prejuízo é de bilhões. Bilhões!

            Já vou descer, Presidente.

            Só por falta de licitações foram R$90 bilhões, brasileiros.

            E se não acontecer nada? E, se não acontecer nada, quem é que vai pagar esse rombo? Você. É você, no pagamento do imposto. Esse dinheirão todo que estão roubando é seu. Você tem que bater no peito e dizer que quer cobrar o dinheiro que você paga e que está sendo roubado. Você tem que ir para a rua reclamar isto, Brasil!

            Não se pode mais conviver. A paciência esgotou. Basta! Chega!

CPI? É pouco! Na letra da lei, Dilma merece ser processada por improbidade administrativa. Vamos ver o que diz o art. 10 da Lei 8.429:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial [...]

            Não se tem nenhuma dúvida de que ela cometeu isso.

            Pior, Petecão, pior, Nação brasileira, ela confessou. O problema da CPI todo é que envolve a Presidenta. Nenhuma CPI foi tão questionada como essa, brasileiro, porque essa vai ter que chamar a Presidenta.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Já vou descer.

            Sabe por que todo mundo está defendendo a Presidenta aqui? É porque, se tiver uma CPI, ela vai ter que prestar conta aqui, porque ela declarou que cometeu um crime de improbidade, Brasil. Ela tem que ser “impeachmada”, Brasil.

            E, como este jornalista, que já se une a mim, você deve se unir também, assim, no impeachment da Presidenta.

            Brasileiros, eu desço desta tribuna consciente. Eu não sou daqueles que “pior, melhor”. Eu sou brasileiro, e eu duvido de que tenha alguém que seja mais do eu, mas eu duvido.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Eu aposto com quem quiser. Eu vou falar uma coisa que falei aqui ano passado e que aconteceu, eu fui o único senador que fez essa previsão. Anotem, brasileiros: não temos mais nem três meses para o povo estar na rua.

            Eu quero ver, quando o povo bater aqui nesta Casa, a cara daqueles que defenderam o Governo. Eu quero ver as Senadoras defendendo o Governo, quando o povo bater à porta desta Casa, para cobrar de nós atitude que ele quer hoje, que é o impeachment da Presidenta, que é a CPI da Petrobras, que é o direito dele, que é a saúde, que é a educação, que é a segurança que o Brasil não tem.

            A falta de respeito ao povo brasileiro não demorará, não perdurará por muito tempo. Podem ter certeza, brasileiros e brasileiras, esta Nação vai mudar! Esta Nação não pode sofrer mais do que está sofrendo.

            Basta! Chegou o fim! Agora é o fim! Sepulta essa história de PT no governo!

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/04/2014 - Página 411