O SR. MAGNO MALTA (Bloco União e Força/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, sei que antiguidade é posto, e, se antiguidade é posto, tem prioridade o Senador Requião. Mas olhei para ele ali e fiz assim.

            Faço uma homenagem à minha filha mais velha, que está aqui, ao meu lado, a Magda. Minha primogênita é um orgulho para mim, é um exemplo de vida. É uma filha exemplar, digna, honrada. É boa filha. É bonita, é a cara do pai. Ela ama a Deus, é comprometida com as coisas de Deus, com a obra de Deus. É uma musicista exemplar, é produtora. Inclusive, é produtora do pai. É uma referência musical no mundo gospel no Brasil. Fico muito feliz e orgulhoso de ter minha filha aqui, ao meu lado, hoje. E, ao tê-la aqui, faço referência à votação que fizemos para uma audiência pública que vai acontecer no Senado, promovida a pedido do Senador Valadares, para debater a legalização da maconha.

            É interessante que indicações foram feitas, como as do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, de Drauzio Varella e do Deputado Jean Wyllys - há uma proposição na Câmara de autoria dele para legalizar a maconha. Mas fiquei muito feliz com esses nomes indicados. O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso criou a Senad - Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - para enfrentar a droga no Brasil, mas deixou o Governo e deixou essa Secretaria com R$65,00 de orçamento. Ele foi embora e virou o arauto da legalização das drogas no Brasil. Eu estou feliz porque vou estar de frente com ele. Estou feliz! Quero saber dele se ele está pronto para embarcar num avião em que o piloto é fumador de maconha. Se ele disser “sim”, vou virar um arauto também com ele.

            Eu inscrevi outras pessoas. Estou inscrevendo ex-drogados que começaram na maconha, que foram restabelecidos, que tiveram a vida refeita depois de deixarem a maconha e muitas outras drogas. Trarei aqui suas famílias. Vou trazer aqui uns duzentos “recuperandos” de maconha da minha instituição, para que eles estejam aqui para presenciar o debate e os argumentos filosóficos do ex-Presidente da República, que poderá explicar se a legalização da droga no Brasil é um projeto do Partido dele, é um projeto para 2014. Ele é ícone do Partido. Quero perguntar isso para ele, até porque quero saber também se ele já foi a algum presídio, no domingo, à tarde, para ver mães chorando ao entrar na penitenciária para visitar os filhos que tomaram rumos diversos no crime por conta da maconha ou se ele já foi a algum cemitério para ver mães chorando sobre o túmulo dos filhos de 14 anos, de 15 anos, de 20 anos ou de 30 anos, porque a maconha os conduziu ao crime e à morte. Eu quero saber isso. Eu quero saber se ele conhece as fronteiras do Brasil e quantos policiais federais nós temos em uma fronteira aberta em que os nossos vizinhos fazem de nós o entreposto do crime do mundo! Quando legalizarmos a maconha, este País se tornará o paraíso da contravenção.

            Estou muito feliz porque essa Mesa vai se comportar dessa forma e porque, na Mesa, estará alguém que é uma prova viva, alguém que foi para o esgoto por conta da maconha, que desgraçou a vida pessoal de sua família e da sociedade em sua volta e que foi restabelecido. Se eu disser aqui o remédio que o restabeleceu na nossa instituição, é possível que muita gente vá rir, mas, como não tenho medo da risada de ninguém - minha mãe me dizia “falta de palma é pior do que vaia” -, eu vou dizer: ele foi restabelecido lá, porque lá aplicamos um remédio que dá certo, Senador, que é Deus de manhã, Jesus ao meio-dia e o Espírito Santo à noite.

            Obrigado, Senador Requião.