Discurso durante a 60ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Preocupação com a segurança pública no Estado do Mato Grosso do Sul; e outro assunto.

Autor
Ruben Figueiró (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MS)
Nome completo: Ruben Figueiró de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. SEGURANÇA PUBLICA, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Preocupação com a segurança pública no Estado do Mato Grosso do Sul; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 29/04/2014 - Página 142
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. SEGURANÇA PUBLICA, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • COMENTARIO, CRISE, SERVIÇO AEREO, PAIS, RESULTADO, AUMENTO, PASSAGEIRO, ATRASO, VOO, INEFICACIA, INFRAESTRUTURA AEROPORTUARIA, NECESSIDADE, PROVIDENCIA, MELHORIA, SISTEMA, TRANSPORTE AEREO, BRASIL.
  • APREENSÃO, AUSENCIA, INVESTIMENTO, SEGURANÇA PUBLICA, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), COMENTARIO, NECESSIDADE, AUMENTO, QUANTIDADE, POLICIA RODOVIARIA FEDERAL.

            O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (Bloco Minoria/PSDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhores telespectadores da TV Senado, senhores ouvintes da Rádio Senado, senhoras e senhores que nos prestigiam com sua presença neste instante, estou chegando do meu Estado, Mato Grosso do Sul, nesta tarde e, antes de adentrar o pronunciamento que desejo fazer, gostaria de dizer a V. Exª, Sr. Presidente, que a Copa tem nos trazido uma série de embaraços, sobretudo àqueles que aportam no aeroporto de Brasília.

            Para ir ao meu Estado, um voo que dura mais ou menos uma hora e meia, levei, na última quinta-feira, 12 horas de aeroporto a aeroporto, em razão de atrasos ocorridos principalmente aqui, no aeroporto de Brasília. Como disse determinado cidadão: “Aquilo ali está uma bagunça!”. Esse, infelizmente, é o termo com que se pode classificar a situação. As companhias atendem mal, o serviço do aeroporto, a cargo da Infraero, também é precário... Isso ocorreu depois, também, no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, onde a desorganização também é imensa. E se estende inclusive para aeroportos menores, como o de Campo Grande, que também tem um grande movimento de passageiros.

            É preciso que a Infraero, que o Ministério competente para tratar do assunto tome providências para melhorar ao menos um pouco, para que os brasileiros que precisam viajar tenham uma viagem tranquila, serena e sem os percalços que estão ocorrendo ali, dos quais eu, infelizmente, fui testemunha e, ao mesmo tempo, vítima. Espero que o Governo Federal atente para esse fato.

            Há poucos dias, a Senhora Presidente foi inaugurar uma das alas do aeroporto daqui. Eu creio que, certamente, se ela soubesse do que está acontecendo lá, ela não passaria por esse dissabor de ter que ouvir reclamações de brasileiros absolutamente intranquilos com o que se registra nos aeroportos nacionais.

            Fica aqui, portanto, a manifestação da minha decepção e também da minha expectativa de que as coisas possam melhorar no futuro, algo de que tenho certa dúvida.

            Mas, Sr. Presidente, quero deixar registrada a minha indignação também com o que vem ocorrendo no âmbito do setor de segurança pública em meu Estado. A Polícia Rodoviária Federal está preparando e treinando para colocar em ação, em todo o País, 1.215 novos policiais em todo o Território nacional. Mas apenas sete destes policiais serão designados para o Mato Grosso do Sul. Esse número é absurdo porque, no decorrer deste ano, está prevista a aposentadoria de 39 policiais em meu Estado. Ou seja, ficaremos com um déficit de 32 policiais na Polícia Rodoviária Federal.

            O mais grave é que este quadro tende a se agravar. Em Mato Grosso do Sul existem apenas 480 policiais para cuidar da malha viária e de toda a região de fronteira, sendo que 115 deles estarão sendo deslocados para atender a segurança da Copa do Mundo em outras regiões do País.

            O Ministro da Justiça, Sr. José Eduardo Cardozo, tem que entender que não dá mais para empreender essa gestão de improviso, fazendo da política do cobertor curto um estado permanente de atendimento das demandas da sociedade.

            As últimas notícias estão causando perplexidade entre os policiais rodoviários federais porque não atendem as reivindicações históricas da categoria, que vem, há décadas, lutando para criar um sistema de segurança com estrutura para atender as ansiedades e necessidades do povo brasileiro.

            Com isso, Sr. Presidente, aumenta-se a carência estrutural de segurança pública, fragilizando ainda mais as nossas fronteiras com o aumento do tráfico de drogas, roubo de veículos e contrabando

            A Associação Mães da Fronteira, urna entidade criada em meu Estado para alertar as autoridades sobre a onda de crimes hediondos que vêm ocorrendo em função da abertura da região da fronteira com o Paraguai e com a Bolívia ao crime organizado, está protestando com veemência contra esse estado de coisas. Em parceria com o Sindicato dos Policiais Federais, a Mães da Fronteira pede posturas mais coerentes e consistentes para garantir a paz numa região que vive uma guerra permanente.

            Muitos dizem que, a continuar assim, o PT, o Partido atualmente no governo, vai acabar com o Brasil. Espero que isso não aconteça. Temos que reagir e lutar para mudar o rumo das coisas.

            Sr. Presidente, eminente Senador Eduardo Suplicy, sei da preocupação de V. Exª, que sempre defende com muita dignidade e coragem os interesses do Partido que V. Exª ajudou a criar, mas o que eu estou percebendo dessa recente visita que acabo de fazer ao meu Estado, é que há um clima de decepção muito grande, imenso, em todas as categorias sociais. Estive com pessoas humildes, que, inclusive, no passado, prestigiavam o PT, mas que hoje estão preocupadas. Não se manifestaram em termos de pretensos candidatos, mas com relação à política geral do País.

            É importante que medidas sejam tomadas para que seja restabelecida a confiança que se deve ter no Governo. Sou um Parlamentar da oposição, mas quero, acima de tudo, o bem do meu País. Vou lutar para que as cores do meu Partido prevaleçam amanhã no Palácio do Planalto, mas também me sentirei confortável se quem ocupar a Presidência da República mudar completamente o sistema de governo que aí está. Este é o sentimento que tenho como brasileiro e sei que V. Exª, Senador Eduardo Suplicy, assim também pensa.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/04/2014 - Página 142